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O antigo sonho do carro voador parece estar cada vez mais próximo. Atualmente, várias empresas desenvolvem e testam aeronaves capazes de transportar passageiros pelas cidades. A ideia é que a nova tecnologia seja prática, ajude a descongestionar as vias terrestres e revolucione a mobilidade urbana. Entre os projetos, estão o uberAIR e o Ehang 184, que planejam serviços de táxi aéreo via aplicativo para smartphone.
As características dos modelos, como velocidade, capacidade e autonomia, variam. Alguns prometem autonomia, outros falam em decolagem vertical e muitos são pensados para funcionar apenas com eletricidade. Confira a seguir sete projetos de transportes aéreos que estão em andamento e podem chegar aos usuários nos próximos anos.
1. uberAIR
A Uber está desenvolvendo um serviço de transporte aéreo para funcionar de forma semelhante às corridas atuais, em carros particulares. Assim, o usuário poderá pedir um veículo voador por meio do aplicativo e encontrá-lo em um dos Skyports, estações de pouso e decolagem. Com velocidades até 320 km/h, o eVTOL fará decolagem e pouso verticais – importante para não depender de pistas com grandes distâncias. A proposta é que as aeronaves sejam elétricas e autônomas, mas a princípio elas podem contar com um piloto a bordo.
Os primeiros testes estão previstos para 2020, e o início das operações, para 2023. Três cidades serão testadas em um primeiro momento: Dallas e Los Angeles, nos Estados Unidos, já estão definidas. A Uber firmou parcerias com diversas empresas e órgãos, incluindo a Nasa e o Exército americano, para ajudar no projeto. Algumas dificuldades ainda estão sendo resolvidas pela empresa, como regulamentações, duração das baterias elétricas, entre outras.
2. Rolls-Royce
Há poucos dias, a Rolls-Royce revelou seus planos de lançar táxis voadores de propulsão híbrida. Segundo a fabricante, o veículo servirá tanto para driblar os grandes congestionamentos das cidades quanto para operações militares, de resgate e até como aeronave particular. A produção da máquina pode começar em 2020.
O novo transporte aéreo poderia cobrir uma distância de até 800 km e atingir 400 km/h carregando quatro ou cinco passageiros. Assim como o uberAIR, ele terá propulsão elétrica e decolagem vertical, ou seja, será um eVTOL. Apesar do uso da eletricidade, o veículo dependerá também de combustível fóssil, necessário para as turbinas, semelhantes às que são usadas em helicópteros e fabricadas pela própria Rolls-Royce para gerar energia. A vantagem está em dispensar o tempo de recarga na tomada.
3. Audi e Airbus
O grupo Volkswagen, responsável pela Audi, e a fabricante de aviões Airbus foram autorizados pelo governo da Alemanha a começar testes com carros voadores. Ainda não há datas divulgadas, mas a expectativa é de que, a longo prazo, o projeto ajude a amenizar os congestionamentos nas estradas e impulsione a indústria de tecnologia na área de transportes. Em março, um conceito de cabine de passageiros acoplável a um drone ou a um chassi de carro foi apresentado pelas duas companhias. Batizado de Pop.Up Next, o protótipo acomoda duas pessoas, mas ainda não se sabe se esse será o modelo usado nos testes.
4. BlackFly
Outro projeto nessa corrida é o BlackFly, um veículo experimental criado pela startup Opener que recebeu financiamento de Larry Page, cofundador da Google. O aparelho faz decolagem vertical e pode voar por cerca de 40 km a quase 100 km/h. O BlackFly saiu na frente: em desenvolvimento há nove anos, ele já foi submetido a mais de 1.400 voos no Canadá, com uma distância total percorrida equivalente a 25 voltas ao redor da Terra. Não há previsão de lançamento, mas estima-se preço similar ao de um carro de passeio.
De acordo com a empresa, a aeronave consome menos energia e é mais silenciosa do que carros a gasolina e elétricos. O BlackFly é capaz de levantar voo e aterrissar sobre asfalto, grama, neve e gelo, mas não consegue andar nessas superfícies. Ou seja, ele não foi planejado para ser dirigido em estradas. Quanto ao funcionamento, os criadores garantem que a tecnologia é fácil de operar e foi projetada para responder a falhas humanas.
5. Flyer
Misto de drone e carro voador, o Flyer promete uma operação bem simples, acessível a qualquer um. Segundo a fabricante Kitty Hawk, um usuário precisaria apenas uma hora de instruções para pilotar o veículo, o que ocorre por meio de um joystick. A empresa já tem experiência com aeronaves autônomas e, como o BlackFly, também foi financiada por Larry Page.
Diferente das máquinas anteriores nesta lista, o Flyer tem um caráter mais recreativo. Fácil de usar, ele carrega apenas uma pessoa e faz 20 minutos de voo com velocidade de até 30 km/h, a no máximo 10 m de altura. O modelo funciona com dez rotores movidos por eletricidade fornecida por uma bateria de polímero de lítio. Sem data prevista para o início das vendas, o veículo está em fase de testes nos EUA. Há uma lista de espera para quem tiver interesse.
6. Cora
O Cora também pertence à Kitty Hawk e recebeu investimento do cofundador do Google. Com visual de avião, o veículo tem asas para garantir estabilidade nos voos, mas decola e aterrissa na vertical. O objetivo é torná-lo autônomo, sem necessidade de um piloto. A companhia pretende lançar um serviço de táxi aéreo nos moldes dos aplicativos de carro, então é mais um concorrente para o uberAIR. Segundo a fabricante, o usuário pediria o Cora por um aplicativo e embarcaria em um ponto determinado.
Transportando até duas pessoas, o Cora é capaz de alcançar 900 m de altura e atingir velocidade de 177 km/h, com uma autonomia de 100 km. A máquina conta com um sistema de redundância: são três computadores de bordo, então caso um falhe, outro assume o controle. Um controlador também monitoraria tudo por terra. Anunciada em março, a tecnologia ainda está passando por testes e não tem previsão de lançamento.
7. Ehang 184
O Ehang 184 é um dos veículos em estágios mais avançados de desenvolvimento. Apresentado em 2016, ele já teve até alguns testes divulgados. De acordo a fabricante chinesa, mais de mil voos bem-sucedidos foram realizados, em diversas condições climáticas. Não há data ainda para que o táxi aéreo autônomo chegue ao mercado, mas a Ehang quer lançar um serviço que revolucione a mobilidade das cidades.
A criação tem funcionamento elétrico e se caracteriza como drone, pois é um quadricóptero. Ele tem câmeras integradas e não permite qualquer pilotagem ao passageiro, que deverá apenas informar o destino da viagem. Sozinha, a aeronave decola, traça a rota, desvia de obstáculos e aterrissa. Caso algo dê errado, um piloto profissional intervirá por uma estação remota.
Durante os experimentos, o drone subiu a 300 metros, transportou mais de 230 kg e percorreu 15 km a uma velocidade de 130 km/. No entanto, a proposta é que o veículo se limite a 100 kg de carga, levando passageiros por até 16 km em 23 minutos, a cerca de 100 km/h. O modelo testado comporta só uma pessoa, mas a companhia afirma que vai produzir uma versão com dois lugares.