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A Oi bateu na porta do governo, pedindo ajuda para “blindá-la” de uma possível investida da Portugal Telecom e impedir que o controle da companhia passe para a mão dos portugueses.
Em reunião que durou duras horas e meia na tarde de quinta-feira, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, e os sócios privados controladores da operadora, os empresários Sérgio Andrade, dono da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, dono da La Fonte Telecom, fizeram uma exposição detalhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dados de crescimento da base de clientes, nível de endividamento, planos de investimento e de expansão foram apresentados ao presidente como argumento para pedir apoio. Há 18 meses, a Oi recebeu o aval do governo para adquirir a Brasil Telecom (BrT) e criar a “supertele” brasileira, que agora pode ser alvo do apetite de uma operadora estrangeira, caso a Portugal Telecom venda a participação de 50% da Vivo para a Telefónica.
“O foco da reunião foi o fortalecimento da Oi/BrT como empresa brasileira”, revelou ao Estado uma fonte do governo. Segundo essa fonte, o presidente Lula foi receptivo ao pleito da Oi e teria dito que o governo não apoia a venda da companhia, já que uma das bandeiras defendidas pelo Planalto ao apoiar a incorporação da BrT foi a criação de uma empresa brasileira forte. “Não é para vender não. Pelo contrário”, teria dito o presidente Lula. Também participaram da reunião a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e o assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez.
O pleito da Oi ocorreu no dia em que o BNDES reduziu sua participação na Oi de 31,36% para 16,89% das ações com direito a voto, em leilão realizado na BMF&Bovespa. Os fundos de pensão Petros (dos funcionários da Petrobrás) e Funcef (dos funcionários da Caixa) arremataram lotes iguais dos papéis e passaram a deter 10% de participação cada um. A Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) já tinha 12,96% do controle da operadora e manteve seu porcentual. Fontes ligadas às negociações afirmam que a PT já negocia com os representantes do fundo a compra de uma fatia do controle da Oi, razão pela qual a operadora teria pedido ajuda ao governo.
Outro temor da Oi é a concorrência do grupo do mexicano Carlos Slim, que controla a Claro e a Embratel. O grupo está integrando várias empresas que estão sob o seu guarda-chuva e, em breve, deve lançar ofertas agressivas no Brasil, unindo telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por assinatura. Hoje, a Oi é a única empresa que oferece o pacote com os quatro serviços.
“Eles reclamaram muito dos mexicanos, que são o grande adversário da Oi”, ressaltou a fonte do governo. Os empresários saíram “felizes” da reunião com o presidente. “Eles saíram sorridentes, pois o presidente disse que também quer uma empresa brasileira forte e que não quer vendê-la”, relatou a fonte.
Fonte: Agência Estado