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Após um ano marcado por crises, a expectativa do comércio para o Natal não poderia ser maior. A data, que sempre foi o principal evento para o varejo brasileiro, chega em um momento em que as lojas precisam de um desafogo financeiro, após meses com as portas fechadas e movimento baixo.
No entanto, uma pesquisa da Datacenso em parceria com a Associação Comercial do Paraná, a ACP, prevê que, ao menos na capital Curitiba, o faturamento deve cair 11% em relação ao Natal passado, movimento que deve se repetir em todo o estado. Considerando a inflação, a queda real de faturamento prevista é de 14%.
Em relação às vagas de emprego criadas para a ocasião, a estimativa também é de queda. A Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo espera que sejam abertas 70,7 mil vagas temporárias neste ano, 19,7% a menos do que as 88 mil vagas geradas em 2019.
Por isso, os comerciantes estão usando todas as estratégias possíveis para atrair o público. Já é perceptível a movimentação para a criação do “clima natalino”, que andava um pouco esquecido nos últimos anos. Assim, os investimentos em decoração devem ser mais altos, funcionando como uma forma de lembrar os clientes da data especial e estimular o consumo.
Em nossa cidade, a Associação Comercial e Empresarial de Cambé já lançou uma campanha com foco nas decorações. A ideia é simples: quanto mais lojas decoradas, maior é o clima de Natal da cidade. Isso colabora para que os habitantes saiam às ruas e, consequentemente, se interessem pelos produtos.
A atenção para a decoração e para o tão falado “espírito natalino” tem mais uma explicação: este ano, os comerciantes terão um grande desafio pela frente, que é competir com as gigantes do comércio eletrônico. As vendas pela internet tiveram um salto expressivo por conta da pandemia, e o Natal de 2020 tem tudo para ser mais digital do que nunca.
Em uma coluna do portal TECHREVIEWS, a especialista em games e smartphones Daniele Padrão comentou sobre o possível “Natal online”: “No primeiro semestre, as vendas pela internet cresceram 145%. E mesmo com o comércio físico voltando a funcionar, as pessoas continuam comprando virtualmente. Isso mostra que aqueles que se acostumaram com o e-commerce por conta da situação adversa estão atraídos pela comodidade e facilidade nas compras remotas. Este movimento virtual pode se refletir também nos tipos de presente escolhidos: os celulares e videogames estarão em alta”.
Outros segmentos do varejo devem ter bons resultados neste Natal, por conta dos produtos que ganharam importância com a pandemia. As grandes apostas do comércio estão nos itens da linha branca (os eletrodomésticos básicos), nos móveis e nos eletroeletrônicos.
