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Um trabalho apresentado pela estudante Raquel Cunha Manço da Silva, do 2º ano do curso de Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL, é um dos cinco premiados no 8º Congresso Internacional em Saúde. O evento aconteceu no formato remoto e teve um total de 980 trabalhos inscritos de diversas áreas da saúde.
O estudo intitulado “Sintomas persistentes relatados pelos residentes de Londrina infectados pela Sars-Cov2: antes e após um mês do seu diagnóstico” foi desenvolvido com dados parciais do projeto de pesquisa “Avaliação clínica funcional e qualidade de vida de pacientes após 1, 2, 6 e 12 meses do diagnóstico de infecção por Sars-CoV-2 no município de Londrina”.
Este projeto é desenvolvido desde outubro de 2020, sob coordenação da professora Celita Salmaso Trelha, do Departamento de Fisioterapia, do Centro de Ciências da Saúde.
Raquel Cunha ingressou no projeto para aprender mais sobre a Covid-19. “É muito gratificante participar e ver que como nosso trabalho está sendo recompensando, como progredir pessoal e profissionalmente”, afirmou a estudante, que não esperava a premiação.
Ela recebeu com surpresa o prêmio. “Eu sabia que a equipe tinha se esforçado, que nosso projeto é valioso, mas não que entre todos esses trabalhos o nosso seria premiado”, disse.
O estudo foi elaborado em conjunto com a estudante Nicolly Seret de Oliveira, também do 2º ano, pelas professoras Celita Trelha, Larissa Laskovski Dal Molin e Josiane Marques Felcar, do Departamento de Fisioterapia, do CCS, e pela fisioterapeuta Michelle Moreira Abujamra Fillis, da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina.
A professora Celita comemorou a conquista. “Esse prêmio conquistado por estudantes do 2º ano do curso de Fisioterapia em um evento internacional, onde outros trabalhos premiados eram de pós-graduação, mostra a qualidade da nossa instituição”, disse.
RESULTADOS – Por meio de questionário, o projeto de pesquisa coletou informações de pacientes após 30, 60 e 180 dias do diagnóstico da Covid-19, para identificar os sintomas ainda presentes.
Na primeira etapa, foram analisados 1.215 pacientes que responderam ao questionário após 30 dias, com média de idade de 35 anos. Apenas 32,2% não relataram sintomas após o período. Já os demais pacientes informaram ter os seguintes sintomas persistentes: fadiga (27,9%), perda de olfato (19,8%), cefaleia (18,8%), desânimo (17,1%), dores musculares (15,7%) e perda de paladar (13,9%), tosse (13%), e dispneia (10%).
Após 60 dias de diagnóstico, 503 pacientes responderam ao questionário, com média de idade de 35 anos. Do total, 58,1% relataram sintomas persistentes. Dentre os mais comuns estavam fadiga (24.9%), desânimo (17,5%), perda de olfato (17,3%), cefaleia (14,1%) e dor no corpo (13,3%).
Dos 76 pacientes que responderam após 180 dias, 67,1% relataram ter sintomas persistentes, entre eles fadiga (25%), desânimo (17,5%), cefaleia (10,5%). Nesta terceira etapa, a média de idade foi de 34 anos.
Para a professora Celita Trelha, o reconhecimento de que o estudo está no caminho certo veio com a premiação. “Reforça que a pesquisa desenvolvida até agora contribui para o diagnóstico dos sintomas pós-Covid-19, e é necessária para a implantação e implementação de estratégias de recuperação desses pacientes”, afirmou.
Em setembro será iniciada a coleta após 12 meses.
Agência Estadual de Notícias