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Os três senadores paranaenses gastam mensalmente R$ 230 mil para manter funcionários do Senado trabalhando em suas bases eleitorais fora de Brasília. Cada um deles mantém um escritório para o qual pode nomear funcionários comissionados. As despesas dos três equivalem a R$ 2,76 milhões do erário ao ano. A maior parcela é gasta pelo escritório do senador Roberto Requião (PMDB), que mantém 21 funcionários em seu gabinete curitibano. O gabinete dele no Paraná paga R$ 170 mil mensais em salário, contra R$ 33 mil do escritório local de Alvaro Dias (PSDB) e R$ 28 mil do gabinete paranaense de Gleisi Hoffmann (PT).
Os gabinetes servem para atender a população, mas também para abrigar aliados políticos. No caso do senador Requião, o gabinete curitibano tem entre seus nomeados três secretários do último governo do peemedebista. Estão na folha de pagamento Heron Arzua, que era o titular da Fazenda; Rafael Greca, da Habitação; e Luiz Fernando Delazari, da Segurança Pública. Um quarto ex-secretário, Benedito Pires, da Comunicação Social, está lotado no gabinete em Brasília. Os salários podem chegar a R$ 18 mil mensais, segundo informações oficiais divulgadas pelo Portal da Transparência do Senado.
Função
Os senadores afirmam que os escritórios são importantes para seu trabalho. Alvaro Dias, que mantém nove servidores comissionados em Curitiba, diz que o escritório é uma forma de aproximação com a população. “Atendo às sextas-feiras em Curitiba, o que reduz a necessidade de as pessoas terem de ir até Brasília para que possam falar conosco”, diz o senador. No entanto, ele afirma que é possível ter um escritório mais enxuto. “Se tiver mais um mandato, penso em manter em Curitiba apenas uma secretária”, diz.
Luiz Fernando Delazari, assessor de Requião, que atendeu à reportagem em nome do senador, diz que o escritório curitibano fica com funções importantes, como assessoria jurídica, comunicação social e trabalho nas redes sociais. Quanto à escolha de ex-secretários de Estado para as nomeações, ele diz que isso tem relação com a confiança do senador nos funcionários e com a experiência de cada um em sua área. “O Heron Arzua, por exemplo, ajuda o senador nos pareceres da Comissão de Assuntos Econômicos, e dificilmente alguém questionará a capacidade do ex-secretário para fazer isso”, afirma.
Para Gleisi Hoffmann, que acaba de reorganizar seu gabinete depois de quase três anos na Casa Civil da Presidência, seria possível fazer uma diminuição no número de funcionários, desde que ela valesse para todos os senadores. O escritório dela no Paraná tem 10 funcionários. “Hoje, existe essa cultura. Se os outros têm essa representação no estado e eu não tenho, os eleitores vão reclamar e dizer que é mais difícil falar comigo do que com os outros senadores”, afirma.