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Como a frase de samba “se gritar pegar ladrão, não fica um meu irmão”, assim tem sido os ministros da atual gestão. Revelar um a um parece política editorial das revistas semanais. E o pior é que todos repetem as mesmas estratégias falecidas de indignação, porrada na mesa, ameaças. Depois vêm os depoimentos, as vozes, as fotos e os vídeos. E a presidenta Dilma tem titubeado nos inícios das denúncias em fazer defesa. Sempre demonstra insegura e faz colocações até bizarras. Menosprezar as denúncias por serem de fatos anteriores parece sair da boca do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Espera-se que não seja tão difícil demitir ministro que nega veementemente não conhecer um cidadão num dia e dois dias depois aparecem as reportagens afirmando que andaram junto em aviõezinhos particulares, sempre o maior sonho de todos os ministros de Estado.
Sustentá-lo apenas por seus gritos e cara feia seria confirmar que para ele “só mesmo a tiros”. Ficaria no ar por que as ameaças trariam resultados positivos. Tiros literais têm sido utilizados como meio exclusivo de fazer política apenas em Jandira, estado de São Paulo, onde quatro políticos foram assassinados nos últimos anos.
Tantos são os casos de corrupção que a presidenta passa a imagem que a qualquer hora vai deixar algum ministro até por capricho, por birra contra quem divulga, ou na intenção de desfazer a sensação nacional de que basta as revistas quererem para que não reste um ministério com o titular original. Essa tem sido a tônica dessa gestão. O ato administrativo mais corriqueiro da presidenta tem sido a assinatura de demissão de ministros envolvidos em denúncias de corrupção.
Agora é tarde. Ou Dilma firma sua marca de intolerância à corrupção com punição a todos os envolvidos ou vai passar a imagem para todos de ter sido vencida pelo gigantismo desse monstro, com a imagem de lisura e decência indo para o brejo.
Não resta dúvida de que essa corrupção decorre de modelo anterior de encará-la como coisa menor e de Lula apregoar maledicência aos denunciantes por desvio de conduta e não se insurgir contra a corrupção no seu governo. Como nunca antes na história deste país se posicionou com tanta condescendência, tolerância e defesa veemente de malfeitorias como Lula e deixou sua herança maldita, essa sim, para sua sucessora. Não. Definitivamente não aos corruptos. Ainda falta Justiça e cadeia para todos os corruptos e corruptores. Como a revista Veja mostrou a roubalheira de R$ 720 bilhões de reais nos últimos dez anos, divididos por 10, multiplicados por 8 anos de Gestão de Lula, chega-se à soma de 576 bilhões de reais surrupiados para bolsos particulares só no governo anterior. Não pode ser razoável deixar que esse número se mantenha; como não seria para qualquer número desviado pela corrupção.
Diante da corrupção generalizada, as revistas deveriam acabar com as denúncias a conta-gotas e denunciá-las logo por atacado. E, para manter sua imagem inalterada, a presidenta precisa fugir das defesas prévias a seus ministros. Não é possível que o retrospecto e as mesmíssimas defesas inconsistentes dos seus pupilos – como a do ministro Lupi a procurar o nome de… de… de Adair Meira, com quem tinha viajado dias antes no mesmo voo, não lhe convençam ser indefensáveis previamente. Já passou da hora de dar um “tiro” de caneta no cargo de Carlos Lupi ou sua gestão levará um tiro mortal de credibilidade. Por enquanto, toda vez que vem um grito não tem ficado um só ministro. Diante de defesa na base apenas de ameaça, não será Carlos Lupi o primeiro.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito
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