Escute a noticia. Clique no Player acima!
Cambé, 10 de maio – Os professores da rede municipal de Cambé têm travado uma batalha desde março deste ano para reivindicar direitos fundamentais, como o cumprimento do piso nacional do magistério e o reconhecimento das horas atividade. Essas demandas são essenciais para garantir condições dignas de trabalho aos educadores e a qualidade do ensino oferecido aos alunos.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cambé (SINDSERV) o piso nacional do magistério, estabelecido em R$ 4.420,55 para uma carga horária de 40 horas semanais, não tem sido respeitado pela administração municipal. Essa falta de cumprimento do valor mínimo estabelecido prejudica os professores e desmotiva a categoria, gerando insatisfação generalizada. Além disso, a ausência do reconhecimento das horas atividade obriga os docentes a levar trabalho para suas casas, o que impacta negativamente em sua qualidade de vida.
A situação torna-se ainda mais crítica quando se observa que essa falta de respeito à legislação e a ausência de incentivos estão levando muitos profissionais a migrarem para cidades vizinhas, como Londrina, Ibiporã e Rolândia. Essa migração em massa causa um déficit de profissionais em Cambé, prejudicando diretamente os alunos, que ficam sem a devida assistência educacional.
Diante desse cenário preocupante, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cambé (SINDSERV) notificou a prefeitura em 30 de março deste ano, solicitando uma reunião para tratar das demandas dos professores. No entanto, até o momento, não houve retorno por parte da administração municipal.
Por sua vez, a Prefeitura de Cambé, representada pelo Comitê de Gestão Pública, afirma estar acompanhando a situação do reajuste do piso salarial nacional por meio de canais legais e seguros. Segundo a prefeitura, é necessário aguardar o desenrolar jurídico da questão para aplicar o reajuste de forma correta. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) orienta as prefeituras a não realizarem o reajuste, alegando que o critério utilizado não está de acordo com a Emenda Constitucional 108/2020, que introduziu o artigo 212-A na Constituição Federal, estabelecendo que “uma lei específica deverá dispor sobre o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério da educação básica pública”.
Foi agendada uma reunião entre a prefeitura e o sindicato para a próxima quarta-feira (17/05), na qual a administração municipal pretende apresentar seu posicionamento oficial sobre as demandas dos professores. Essa reunião será um momento crucial para determinar o rumo das negociações e para encontrar soluções que atendam tanto aos interesses dos educadores quanto aos limites legais estabelecidos.
É fundamental que as partes envolvidas, sindicato e prefeitura, busquem um diálogo construtivo e efetivo, visando encontrar um acordo que atenda às necessidades