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Um ano e dois meses após o acidente que matou duas meninas no pátio da América Latina Logística ALL de Cambé (Norte), a prometida trincheira para dar mais segurança à comunidade ainda não foi construída. O último prazo para conclusão dado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) foi 28 de dezembro. A reportagem da FOLHA foi ao local na tarde de terça-feira e constatou que no local trabalhavam apenas o segurança, um operador de máquinas e dois caminhoneiros, que retiravam a terra do local.
”A trincheira é a esperança da comunidade, já faz tempo que estamos esperando”, disse o morador João Paulo Roberto. Para Francelina Alves de Lima a preocupação com os netos é constante. ”Já aconteceram vários acidentes fatais aqui, acho que a trincheira nos vai dar mais tranquilidade”, falou. Moacir Carocia é comerciante e morador do bairro. Ele acompanhou o desenvolvimento da trincheira e documentou as etapas em um blog na internet. ”Há cerca de 30 anos a comunidade espera esta obra.”
Conforme o gerente de Obras e Serviços do DER, Aurélio Fortes Neto, a obra sofreu atraso em função das chuvas e também por conta da ocupação de uma casa da rede ferroviária. ”A informação que eu tenho é que esta pessoa mora irregularmente na casa há cinco anos e está impedindo que as máquinas cheguem perto do local. Pelo projeto, temos obras a serem feitas a três metros de distância da casa, mas o morador não permite”, disse.
Segundo Fortes Neto esta dificuldade surgiu no mês de novembro e acabou atrasando a obra. Ele afirmou que a prefeitura está buscando a rede ferroviária para que acionem a Justiça e resolvam a questão. ”A parte mais difícil da obra já está pronta, se conseguirmos solucionar esta situação certamente em meados de fevereiro a obra deve ser entregue”, garantiu. A obra, com recursos do governo estadual, está orçada em cerca de R$ 3,5 milhões.
O morador da casa, David Martins, afirma que não está impedindo o andamento da obra. ”Demonstrei interesse pela casa quando o terreno ainda era da América Latina Logística, mas eles doaram este espaço para a União”, disse.
Conforme o secretário de Obras de Cambé, Roberto Amaral, a prefeitura tenta retirar o morador de forma amigável. ”Propusemos para ele mudar para uma casa popular. Por ser uma área pertencente à União, a prefeitura não pode desapropriar”, explicou. O secretário lembrou que a venda dos terrenos públicos deve ser feita através de licitação. ”Mesmo que a família esteja lá há muitos anos, não existe usocapião sobre terreno público. Apesar da ocupação da casa, a obra está em andamento”, garantiu.
Matéria Folha de Londrina
http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id_folha=2-1–9639-20101231