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O ex-secretário municipal do governo Barbosa Neto, Marco Antonio Cito, foi levado para a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II), no início da noite desta terça-feira (24), pelos policiais do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Ele passou toda a tarde na sede do Ministério Público (MP), prestando esclarecimento sobre o caso em que é acusado de oferecer propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB) em troca de um voto contrário do mesmo à abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito.
Cito e o empresário Ludovico Bonato foram presos em flagrante pelo Gaeco no final da manhã desta terça-feira, enquanto entregavam R$ 20 mil em dinheiro ao parlamentar. Na saída do MP, Cito negou as acusações e disse que o pedido de propina foi feito por Cardoso e não oferecido por ele. “As gravações feitas pelo Gaeco vão comprovar isso. Estou tranquilo”, disse o ex-secretário em entrevista coletiva.
“Em nenhum momento ofereci dinheiro. Ofereci um espaço para ele na base, condições para o vereador trabalhar na nossa campanha e só. Como ele demonstrou uma situação de desprezo pelo PSDB, tentei fazê-lo votar com a situação, mas fui surpreendido quando o vereador deu a entender que queria propina”, alegou o ex-secretário.
Já Bonato não conversou com os jornalistas. Em tom de deboche, o empresário aproveitou o momento em que deixava o Ministério Público para comer uma banana.
A dupla deve permanecer detida na PEL II por tempo indeterminado. Eles foram autuados em flagrante por corrupção ativa. Cabe à Justiça definir se os dois vão poder responder ao processo em liberdade.
“Foi corajoso”
O delegado do Gaeco, Alan Flore, concedeu entrevista coletiva aos jornalistas por volta das 19h desta terça-feira. Ele elogiou o vereador Amauri Cardoso e disse que o parlamentar se mostrou “firme e corajoso” quando procurou o grupo para denunciar a suposta corrupção. “Ele fez a denúncia e conseguiu comprovar o fato depois”, afirmou.
Flore também negou que o Gaeco trabalhou para armar um flagrante contra Cito e Bonato. “Isso não aconteceu. Só aguardamos as negociações e contamos com a ajuda do vereador”, destacou. O delegado do Gaeco disse ainda que tanto o ex-secretário quanto o empresário permaneceram em silêncio durante os depoimentos. “A única referência partiu de Ludovico Bonato, que confirmou de modo informal, a um policial do Gaeco, que ele agiu a pedido de Marco Cito”, contou.
Alan Flore preferiu não passar detalhes das investigações, para “não prejudicar ou antecipar diligências que ainda serão abertas”. “É uma investigação que ainda está no começo. Vamos analisar as gravações, os documentos apreendidos e passar a divulgar os fatos com o tempo”, garantiu. O delegado do Gaeco também disse que foi “surpreendido” com o pagamento da propina. “Não estávamos esperando”, concluiu.