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“É a fila mais linda do mundo. Não tem como ficar sem o novo iPhone.”
Na porta da loja da Apple na Quinta avenida, em Nova York, uma atendente feliz além da conta controlava a multidão que passou a noite em claro para comprar a mais nova —e mais cara versão— do celular.
Mais de 24 horas antes do início das vendas do iPhone X, geeks se espremiam entre as barreiras metálicas instaladas ao longo de um quarteirão à espera da abertura das portas.
“Fila indiana, um atrás do outro, um atrás do outro”, gritavam os mais de 20 funcionários da Apple a pelo menos 200 pessoas aglomeradas ali.
Sentados em cadeiras de praia, alguns em barracas, os fãs da maçãzinha formavam uma triste visão, lembrando um campo de refugiados.
“Venho todo ano. É sempre a mesma coisa”, dizia David Chen, um engenheiro químico chinês que madrugou para ser o primeiro a entrar.
Na décima posição, a advogada brasileira Amanda Perez se escondia debaixo de uma blusa com capuz fugindo do vento frio do outono.
“Sou fanática pela Apple”, dizia Perez, que pagou US$ 250, mais de R$ 800, para garantir seu lugar na fila.
“Vou embora na semana que vem e precisava pegar o telefone. Não podia correr esse risco.”
No total, os US$ 1.250 que ela desembolsou pelo novo brinquedo são quase R$ 4.200 —bem menos do que a etiqueta obscena de até R$ 7.799 que ele terá no Brasil.
Entre os que desbravaram a madrugada na calçada ao lado da loja da Apple, a maior preocupação era garantir um iPhone X antes do Natal.
A demanda pelo aparelho é tão grande que quem não comprar numa loja física nas primeiras horas do lançamento talvez só consiga pôr a mão num telefone até janeiro.
“É muito tempo sem um novo iPhone”, dizia o confeiteiro Vincent Brown, terceiro lugar da fila, em Nova York. “Esse telefone tem recursos que nenhum dos outros tem, é o smartphone do século 21.”
Brown, que acampou em frente à loja com outros cinco amigos, também não reclamava do preço —nos Estados Unidos, ele sai por US$ 999, quase o dobro da primeira versão do aparelho, que foi lançada valendo US$ 499.
“É o preço da tecnologia”, diz ele, lembrando inovações como reconhecimento facial e melhoras na câmera fotográfica. “Tecnologia é cara.”
Na véspera do lançamento do iPhone X, aliás, o valor de mercado da Apple superou os US$ 900 bilhões —no último trimestre, a receita foi US$ 52,6 bilhões, 12% a mais que o período no ano passado. A expectativa da empresa é faturar até US$ 87 bilhões com as vendas do final do ano.
Fonte: Folha de São Paulo