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Começa neste domingo (16) a 37ª edição do horário de verão brasileiro. À meia-noite de sábado para domingo, os relógios deverão ser adiantados em uma hora nos 10 estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, encurtando a duração do dia. Este domingo de 23 horas será compensado mais adiante, em 26 de fevereiro, com um sábado de 25 horas, marcando o término da vigência da medida.
O horário de verão tem por objetivo aliviar as condições de operação do sistema elétrico interligado no período crítico do dia, entre 18 horas e 21 horas, quando a demanda coincidente e simultânea por energia atinge seus patamares mais elevados.
Isso acontece porque o adiantamento dos relógios também antecipa a demanda máxima de certas categorias de consumo, como a residencial, por exemplo: seu pico de demanda passa a ocorrer ainda com o dia claro, sem se sobrepor ao acionamento dos sistemas de iluminação pública, cujas lâmpadas se acendem automaticamente, acionadas por relés sensíveis à luminosidade ambiente.
UMA LONDRINA – Essa folga operacional no “horário de ponta” é estimada pela Copel em algo como 5% da potência que normalmente transita pelo sistema elétrico estadual durante o período. Isso pode ser traduzido como 215 megawatts de potência evitada em todo o Paraná, o suficiente para atender a uma população de 200 mil pessoas.
No sistema operado pela Copel, a redução de carga na ponta corresponde à demanda máxima de Londrina e Região Metropolitana ou, ainda, a duas vezes a demanda na ponta de todo o Litoral durante o verão.
“Muita gente pensa que a finalidade do horário de verão é reduzir o consumo de energia, mas os efeitos práticos nesse campo são bastante discretos”, explica Christina Courtouke, do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel. “O reflexo da adoção do horário de verão sobre os níveis de consumo de energia não deve ultrapassar a 0,5% de economia, decorrência da redução no tempo de uso de iluminação artificial graças ao melhor aproveitamento da luminosidade natural.”
VELAS – Conta a história que em 1784 Benjamin Franklin teve a ideia de aproveitar melhor a época do ano em que os dias são mais longos do que as noites como forma de economizar velas. Na Inglaterra, em 1907, um construtor chamado William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, deu início a uma campanha que propunha alterar os relógios no verão para reduzir o que classificava de “desperdício de luz diurna”.
Willett morreu em 1915, um ano antes de ver sua tese reconhecida e adotada pela Alemanha, que se tornou o primeiro país no mundo a implantar o horário de verão.
BRASIL – A história do horário de verão no Brasil começou na década de 30, no primeiro governo do presidente Getúlio Vargas. A versão de estreia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida foi instituída em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.
Depois de muito tempo esquecido, o horário de verão ressurgiu em 1985, por decreto do então presidente José Sarney. Desde então vem sendo adotado todos os anos. A medida conta com a simpatia e aprovação da maior parte da população, que vê na possibilidade de usar para lazer o período de claridade adicional no fim do dia a principal vantagem do novo horário. Também a sensação maior de segurança, causada pela volta ao lar após o expediente com o dia ainda claro, é apontada como fator positivo.
Há três anos, o Decreto 6558/2008 estabeleceu regras duradouras para a área de abrangência, época de início e término do horário de verão. Dessa forma, a medida vale para os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste incluindo o Distrito Federal, e deve ter início no terceiro domingo de outubro de cada ano. O encerramento se dá no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto se este for o domingo de Carnaval. Nesse caso, o término do horário de verão ficará postergado para o domingo seguinte.