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Cambé está sediando nesta semana o Camp Sub-17 de Kickboxing, fruto da parceria entre a Confederação Brasileira de Kickboxing, a Delegacia Estadual do Paraná e a Secretaria Municipal de Esportes. O objetivo do evento é permitir que os atletas aprimorem suas habilidades por meio de treinamentos e avaliações técnicas, táticas e físicas. De acordo com a organização, o Camp também é uma preparação para as competições nacionais e internacionais que vão acontecer neste ano, como o Mundial Sub-17 de Kickboxing a ser disputado na Irlanda. A cidade conta com três representantes, sendo duas faixas marrons e uma faixa laranja. Além das atletas cambeenses, o evento, que começou na quarta-feira (26) e finaliza no domingo (30), está recebendo participantes de outras cidades do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso.
Essa é a primeira edição do Camp de Kickboxing na categoria Sub-17; no adulto, a primeira edição foi no ano passado, em Cascavel. Beto Cunha, professor das atletas cambeenses e membro da Confederação Brasileira de Kickboxing, ressalta que elas treinam há muito anos e essa é uma oportunidade de ‘dar um passo à frente’ no esporte. Segundo ele, o Camp vai permitir que as atletas vivenciem um ambiente de treino de alto performance, geralmente oferecido apenas a atletas faixa preta. “A comissão vai analisar todos os atletas e aqueles com melhor desempenho vão passar por algumas outras etapas, podendo já ser convocados para o mundial no segundo semestre deste ano”, explica. Segundo ele, Cambé foi escolhida como sede desta primeira edição por ser destaque na formação de atletas desse esporte. “Nós estamos entre as cidades do Paraná com os melhores resultados em competições nos últimos anos, tanto estaduais como nacionais”, comemora.
A inserção das mulheres em áreas antes dominadas por homens vem crescendo nos últimos anos. Esse aumento também pode ser sentido no esporte e mais especificamente nas artes marciais: “40% da minha equipe é formada por mulheres e essa porcentagem também se aplica em um contexto geral. Felizmente, as artes marciais são muito praticadas pelas mulheres, seja por motivos físicos, psicológicos, de autoestima e até mesmo de defesa pessoal”. Segundo o professor, por ser um ambiente democrático, muitos de seus atletas usam o esporte para auxiliar no tratamento da depressão e da ansiedade. “A competição, muitas vezes, não é com outras pessoas, mas com a própria pessoa, na intenção de alcançar seus objetivos ou de superar algum problema”, conta.
Gabriela Montini da Cunha tem 15 anos e é faixa marrom no esporte. A jovem conta que cresceu no meio do esporte e começou a treinar com pouco mais de cinco anos de idade. “Aos poucos eu fui me apaixonando. O kickboxing mudou a minha vida, eu sou uma pessoa muito mais saudável e ativa agora, além de ter superado a ansiedade”, relembra emocionada. A atleta, que foi campeã paranaense e brasileira da modalidade point fight, deseja seguir profissionalmente no esporte e aconselha: “se você tiver oportunidade, faça. No começo é difícil, mas seus professores, seus amigos vão estar lá para ajudar. A gente faz muita amizade, aprende a ter confiança nas pessoas”.
Treinando há três anos, Letícia Montini Ferreira tem 14 anos e já é faixa laranja no kickboxing. Ela fala que encontrou no esporte uma ajuda para melhorar o quadro de ansiedade. “Eu fiz muitos amigos, já que eu era muito sozinha. Também deixei de ser sedentária, porque antes eu não fazia nada”, conta aos risos. A atleta assume que continuaria a vida toda no esporte, mas pretende cursar uma graduação também. “A gente que é adolescente passa por muitas mudanças e o esporte é uma maneira de sair desse mundo digital e mergulhar em novas experiências”, finaliza.
Daniel Mattos é o técnico da seleção brasileira de Kickboxing e um dos responsáveis por treinar e avaliar os atletas participantes do Camp Sub-17, que têm entre 11 e 17 anos. Segundo ele, o evento vai permitir que eles conheçam esses atletas, entendam o condicionamento físico e já comecem a preparação deles para futuras competições, tanto nacionais como internacionais. “Como esse é o primeiro contato, o próximo passo já é uma seleção e um monitoramento à distância, já pensando nas competições”, explica. Para ele, o esporte muda a vida das crianças e, eventos como esse, contribuem para o desenvolvimento do esporte: “essas crianças são o nosso futuro e se em 2024 o Kickboxing entrar nas Olimpíadas, são essas crianças que vão estar lá competindo e brigando por medalhas”, finaliza o técnico.
Open de Kickboxing
O Camp Sub-17 de Kickboxing termina neste domingo, dia 30 de janeiro. Mas, em fevereiro, a cidade volta a ser palco do esporte: no dia 19, Cambé vai sediar o Open de Kickboxing. A competição vai ser da modalidade de tatame e mais de 300 atletas vão disputar medalhas.