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A Secretaria de Estado da Saúde alerta para o risco de aumento de casos de leptospirose em períodos de chuvas intensas. Transmitida por uma bactéria presente principalmente na urina dos ratos, a infecção torna-se mais frequente no contato com a água ou lama contaminada de valetas, lagoas, cavas e em locais com formação de enchentes.
Em 2016, 65% dos casos confirmados ocorreram no primeiro trimestre, quando existe aumento da ocorrência das chuvas. “A urina de animais contaminados se mistura à água das chuvas. Se a pessoa entrar em contato com essas águas, a bactéria pode penetrar na pele por pequenos ferimentos, pelas mucosas ou, até mesmo, pela pele íntegra, se imersa por muito tempo”, explica a bióloga da secretaria, Gisélia Rubio.
PREVENÇÃO – Segundo Gisélia, a principal maneira de prevenir a doença é evitar o contato com água ou lama contaminada. Se necessário, utilizar sempre botas e luvas de borracha ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços. Após situações de alagamentos, não se deve usar águas de poços ou reservatórios inundados antes da desinfecção.
Antes de consumir a água, é necessário filtrá-la e fervê-la por 15 minutos. Outra opção é desinfectar utilizando duas gotas de água sanitária para cada litro de água e esperar 15 minutos antes de utilizar. Alimentos e medicamentos que entraram em contato com a água da enchente devem ser descartados. O restante deve ser armazenado em lugares secos e dentro de recipientes bem fechados.
“Produtos químicos, como raticidas, não devem ser usados para o controle de ratos sem a orientação de um profissional habilitado. A utilização incorreta desse tipo de produto é perigosa e pode acarretar no envenenamento de crianças ou animais domésticos, sem alcançar o objetivo de eliminar os roedores”, ressalta a bióloga.
DOENÇA – Após o contato com a água contaminada, o período de incubação da leptospirose dura de sete a 14 dias. Os primeiros sintomas da doença são febre alta; mal-estar; dores de cabeça constantes e intensas; dores pelo corpo, principalmente na panturrilha; cansaço e calafrios. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação. Entretanto, o diagnóstico só é feito com exames laboratoriais.
“Em 90% dos casos, a doença não evolui para sua forma grave. Entretanto, a leptospirose pode levar à morte se não for tratada de forma correta precocemente”, explica Gisélia. Por isso, ao apresentar qualquer sintoma, procure uma unidade de saúde o mais rápido possível.
No ano de 2015, foram confirmados 452 casos e 48 óbitos por leptospirose no Paraná. No ano passado, dados ainda preliminares apontam que 359 pessoas tiveram a doença e 28 casos levaram à morte, totalizando 8% de letalidade.