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O crescimento alarmante da prescrição de Ritalina para crianças da rede municipal de ensino de Cambé chamou a atenção das equipes pedagógicas. O medicamento atua como estimulante do sistema nervoso central e é indicado em casos de hiperatividade. Segundo dados da Farmácia Central, o número de comprimidos repassados à população mais que dobrou nos últimos anos. No ano passado, 89 mil comprimidos foram distribuídos, contra 42 mil em 2010.
O estudo se concentrou em uma escola da periferia, em que todas as salas de aula tinham pelo menos um aluno que fazia uso do medicamento. “O estudo sobre a medicalização é relativamente novo, de 2011. Muitos especialistas defendem um abuso na indicação da ritalina. Em muitos casos, o remédio é oferecido para a criança parar de incomodar“, alertou. Em uma conversa com professores da escola, Maiara percebeu que eles tinham pouco ou nenhuma informação sobre o assunto.
O cenário quase sempre é o mesmo: a criança dá trabalho, os professores se queixam para os pais que procuram ajuda médica. Ao chegarem na psiquiatra, muitas crianças têm recebido as famosas receitas da ritalina, que se acumulam na Farmácia Central. “É curioso que nas férias estas receitas desaparecem do posto, como se as crianças estivessem curadas nestes meses”, relatou Maiara, que trabalha no Posto de Saúde do Jardim Santo Amaro.