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Caso Roriz leva CNJ a propor código de ética – Lula pôs recursos do governo a favor de Dilma, diz FHC – Presidente da estatal fica em situação insustentável – MTA perde contrato e pode parar de voar para Correios – Santas Casas somam dívida de R$ 5,9 bilhões – Projetos aeroportuários ficam na pista –
Justiça bloqueia os bens de gigante da tecnologia…
Folha de S. Paulo
Tucano usará telefonia para defender privatizações
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deverá insistir no exemplo das telecomunicações como modelo de privatização bem sucedido no governo FHC. Na madrugada de ontem, após participar do debate da Band, Serra mostrou apreensão com a insistência da adversária Dilma Rousseff (PT) na abordagem do assunto. E consultou aliados sobre a eficácia do argumento de que, sem a privatização, não haveria tanto acesso a linhas telefônicas e o país ainda se comunicaria via orelhão.
No que depender do comando da campanha de Serra, o candidato irá recorrer ao caso das teles e da siderurgia toda vez que a candidata petista falar em privatização. Além de ser de fácil compreensão, tem apelo popular. Para os próximos debates, Serra pretende lembrar como o telefone celular facilitou a vida dos menos favorecidos. Outro argumento será o de que o PT também privatizou.
Ataques foram “no limite do limite”, avaliam dilmistas
A equipe de Dilma Rousseff admite que ela extrapolou no tom agressivo em alguns momentos e ficou no “limite do limite” do aceitável, mas avalia que cumpriu os objetivos traçados para o debate da Band. A campanha da petista avalia que ela atingiu três metas no debate: 1) colar em José Serra a imagem de responsável pela campanha de “baixaria do submundo da política”; 2) inserir na pauta da eleição temas como privatização de pré-sal e Petrobras e 3) mobilizar a militância. O desempenho de Dilma foi considerado tão “satisfatório” que cenas do debate foram editadas às pressas pelo marqueteiro João Santana e ocuparam mais da metade do programas de TV de ontem da petista.
Vou investigar escândalos, diz candidata do PT
Questionada sobre a pesquisa Datafolha que mostrou que o escândalo que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil tirou mais votos do que a polêmica religiosa, a candidata Dilma Rousseff (PT) afirmou que todos os casos serão investigados em seu eventual governo. “Vou investigar todas as questões e malfeitos que aparecem dentro do governo federal, isso é a primeira coisa”, afirmou a petista. Dilma voltou a falar sobre os rumores de que tem sido vítima e citou diretamente Monica Serra, mulher de seu adversário, José Serra.
Dilma quer usar máquina eleitoral de Cabral
A campanha de Dilma Rousseff (PT) quer aproveitar a máquina eleitoral do governador Sérgio Cabral (PMDB) no segundo turno da disputa presidencial para tentar crescer no terceiro maior colégio do país, o Rio de Janeiro, com 11, 6 milhões de eleitores. Além do governador reeleito, estão sendo mobilizados senadores, deputados e prefeitos para tentar alavancar a candidatura de Dilma no Estado -a petista teve 3,7 milhões de votos, cerca de 1,5 milhão a menos que Cabral. É esse patrimônio que a petista vai buscar conquistar agora no segundo turno. Segundo pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira, Dilma tem 48% dos votos contra 41% do tucano José Serra. Mas, na região Sudeste, o candidato do PSDB alcança 44%, com a candidata do PT ficando em 41%.
Folha e Rede TV! fazem domingo novo debate com presidenciáveis
Em parceria com a Rede TV!, a Folha promove no próximo domingo, dia 17, às 21h10, o segundo debate presidencial do segundo turno. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) confirmaram presença no debate, que será mediado pelo jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Folha e apresentador do programa “É Notícia”, da Rede TV!. O debate, que acontece nos estúdios da sede da emissora, em Osasco, será transmitido ao vivo pelo UOL (Universo Online), portal de internet do Grupo Folha, com comentários em tempo real feitos pela equipe de jornalistas escalados para a cobertura do evento.
Ex-diretor da Dersa ataca Dilma e cobra Serra
Citado pela candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) como o homem que “fugiu” com R$ 4 milhões da campanha de José Serra (PSDB), o ex-diretor de Engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, cobrou em entrevista à Folha que a petista apresente provas e que o tucano o defenda. Paulo Preto, como o ex-executivo da empresa estatal é conhecido, disse que todas as suas “atitudes” foram informadas a Serra. Por isso, afirma, o tucano deveria responder às acusações que ele vem sofrendo. “Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder […] Acho um absurdo não ter resposta, porque quem cala consente”. No domingo, Paulo Preto foi citado por Dilma durante o debate da TV Bandeirantes para atacar Serra.
Engenheiro emprestou R$ 300 mil a Aloysio
O senador eleito pelo PSDB de São Paulo Aloysio Nunes Ferreira é amigo do ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza há 20 anos.
Mas, segundo afirma o engenheiro, nem por essa amizade ele arrecadaria recursos para campanhas do tucano. Contudo, em 2007 sua família emprestou dinheiro para que o hoje senador eleito adquirisse um imóvel de R$ 300 mil em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. A Folha revelou a transação em 17 de dezembro de 2009.
Dilma indica que câncer a reaproximou da fé
Em visita ontem ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP), a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) deu a entender que a doença que enfrentou no ano passado foi o fator que a reaproximou de Deus. Dilma é atacada por ter mudado suas posições religiosas desde que se tornou candidata. Em sabatina à Folha, em 2007, quando ocupava a Casa Civil, foi questionada se acreditava em Deus e respondeu: “Eu me equilibro na questão”. “Eu tive um processo recente e este processo me fez retomar várias coisas que estavam já dentro de mim. Essas questões dizem respeito a mim e eu não autorizo, não legitimo ninguém a julgar minha crença. Acho que isso é o cúmulo do preconceito.”
Campanha quer que eleitos peçam votos pelo país
A campanha de José Serra (PSDB) quer usar tucanos que saíram vitoriosos das eleições no primeiro turno como porta-vozes do candidato pelo Brasil. Até agora, no entanto, o acerto só foi feito com Geraldo Alckmin, vencedor em São Paulo, que deve ir ao Acre e aos Estados do Centro-Oeste pedir votos para Serra. A cereja do bolo é a participação efetiva de Aécio Neves (PSDB-MG) como cabo eleitoral de Serra para além das montanhas de Minas. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), fiadora da estratégia na campanha de Serra, deve propor ao mineiro, eleito senador com o dobro de votos obtidos por Serra no Estado, viagens para Bahia e Alagoas, inicialmente. A última pesquisa Datafolha mostrou que o Nordeste é a região que assegura a vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre Serra.
PF faz busca e apreende documentos em comitê de dois senadores eleitos
A Polícia Federal do Amazonas fez ontem busca e apreensão de documentos no comitê central da coligação dos senadores eleitos Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PC do B), em Manaus, e também na empresa e na casa do servidor público municipal Abrahim Calil Nadaf Neto.
Eles são acusados pelo PSDB de envolvimento num suposto esquema de compra de votos e abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral. Todos negam. Com a vitória de Braga e Grazziotin, o senador tucano Arthur Virgílio Neto -um dos principais opositores do governo Lula no Congresso- não conseguiu se reeleger. A ação da PF foi determinada pelo juiz federal, Márcio Luiz Coelho de Freitas, do Tribunal Regional Eleitoral, que atendeu a um pedido do procurador eleitoral Edmilson Barreiros, que abriu inquérito civil para apurar o caso.
Justiça bloqueia os bens de gigante da tecnologia
A Justiça determinou o bloqueio dos bens da Cisco do Brasil no processo em que a companhia é acusada de importação fraudulenta com uso de empresas fantasmas. Duas delas foram usadas para fazer doação de R$ 500 mil ao PT, na campanha presidencial de 2006, conforme a Folha revelou em 2007. Com a decisão, a Cisco ficou sem poder movimentar bens e contas bancárias. Recorreu, mas conseguiu liberar somente ativos financeiros. Na última semana, cartórios e juntas comerciais já registravam os bloqueios. A Cisco é a maior empresa do mundo em equipamentos para redes de computadores. Aparece na 58ª posição no ranking das 500 maiores empresas da revista “Fortune” de 2010. No ano passado, suas vendas somaram US$ 40 bilhões (R$ 68 bilhões).
O Globo
Na Praça da Bíblia, o mea-culpa de Lula
A Praça da Bíblia, em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, foi o local cuidadosamente escolhido para a reaparição do presidente Lula ao lado da candidata do PT, Dilma Rousseff, e do vice, Michel Temer (PMDB-SP), em evento de campanha do segundo turno. Antes de discursar, o presidente passeou pelo palanque tentando passar confiança, abraçando os aliados e sorrindo bastante. Dilma repetiu o tom agressivo do último debate, acusando o adversário José Serra (PSDB) de fazer a campanha do ódio. Distante do público desde o primeiro turno, no melhor estilo de animador de comício, o presidente levantou os militantes e conclamou todos a trabalharem pela eleição de Dilma e do candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Ele voltou a admitir o “salto alto” no primeiro turno. – Não se pode achar que tem eleição ganha antes do tempo. Quando no primeiro turno eu estava indo para o aeroporto, vi que tinha pouco papel vermelho e muito papel azul. Não se pode cantar vitória antes do tempo, se não acontece que nem com Corinthians e Fluminense: acharam que seriam campões e perderam uma atrás da outra, disse Lula.
Dilma e Serra mantêm a mudança de tática
O primeiro confronto direto do segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) estabeleceu a tônica das duas campanhas para as próximas semanas, na qual deve perdurar a inversão de papéis dos candidatos. De acordo com as respectivas coordenações de campanha, a petista deve manter a postura “assertiva”, enquanto Serra evitará acompanhar a escalada — a lição foi aprendida quando Geraldo Alckmin despencou nas urnas após atacar o presidente Lula no segundo turno das eleições de 2006. Mesmo sob pressão do PT, o comando de comunicação da campanha tucana não pretende subir o tom daqui em diante, ao contrário da estratégia adotada até então, quando o foco estava nos escândalos envolvendo a Casa Civil. O publicitário Luiz Gonzalez admitiu que o partido tem preocupação de evitar danos eleitorais. Sobretudo, por conta do rescaldo político da última eleição.
Dirceu e Ciro passaram a ser mais ouvidos na campanha
A postura apresentada pela candidata petista, Dilma Rousseff, no debate da TV Bandeirantes, na noite de domingo, foi uma orientação do presidente Lula. Com isso, a mudança de comportamento da petista, abandonando o figurino “Dilminha paz e amor” do primeiro turno, marca uma nova correlação de forças no comando da campanha com a realização inesperada do segundo turno. Perde força o comando de marketing liderado com autonomia até agora pelo publicitário João Santana. Diferentemente do primeiro turno, o marketing será subordinado às decisões estratégicas. Em 7 de outubro, Lula discutiu mudanças na campanha com Dilma e a orientou a fazer ajustes em sua imagem, sendo mais espontânea. Dentro dessa determinação é que a candidata assumiu o figurino “Dilma como ela é”, nas palavras de um petista.
Entre a firmeza e a agressividade
Em vez de apenas responder a acusações, Dilma Rousseff (PT) partiu para cima antes. Na opinião de cientistas políticos, esse fator surpresa, assim como a atitude de indignação frente a boatos, rendeu pontos positivos para a petista no debate de anteontem na TV Bandeirantes. Já José Serra (PSDB) acertou ao manter postura menos exaltada durante o confronto, no qual houve momentos em que a petista foi da firmeza para a agressividade. Pesquisadora de comunicação política, Alessandra Aldé, da Uerj, avalia que Dilma se saiu melhor do que nos debates anteriores, quando ela estava “pouco à vontade”: — O eleitor sabe que, no horário eleitoral, o candidato está num espaço controlado. Então, num debate, quer ver o candidato fora da maquiagem, e espera que o candidato tenha atitude mais autônoma mesmo. Por isso, acho positivo Dilma ter se posto mais enfaticamente.
Projetos aeroportuários ficam na pista
Em um ponto os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) chegaram a um entendimento no debate: a situação caótica vivenciada pelos aeroportos brasileiros. Serra reclamou e Dilma admitiu que está “desagradada” com a estrutura aeroportuária. Como solução, ela prometeu reestruturar a Infraero, estatal que administra os 67 principais aeroportos brasileiros. Mas, enquanto promete mudanças administrativas, o governo atual já tem duas opções para minorar os problemas do setor — ambas engavetadas, esperando que sejam superadas divergências com os militares (ainda muito influentes no setor, e na Infraero particularmente) e que se encerrem as eleições.
Nossa Caixa aproximou Serra de Lula
A venda da estatal paulista Nossa Caixa para o Banco do Brasil, em 2009, foi um dos pontos de discussão mais acirrados no debate entre Dilma Rousseff e José Serra. A petista usou a operação para chamar de privatista o tucano, que defendeuse dizendo que o negócio preservou a essência pública da instituição e fortaleceu o BB. A diferença nem de longe lembra a convergência de interesses de dois anos e meio atrás, no início da negociação conduzida pelo então governador Serra. Em 2008, Serra viveu um dos momentos de maior aproximação com o governo Lula. Seu objetivo era vender a Nossa Caixa para o BB. Serra chegou a se reunir com Lula para tratar do assunto, que teve o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como interlocutor, e do qual Dilma não participou — o tucano, no debate, disse ter ouvido que ela foi contra.
Santas Casas somam dívida de R$ 5,9 bilhões
Tema levantado pelo candidato tucano, José Serra, no debate de anteontem, a situação das Santas Casas é um problema que pressionará o próximo governo. A dívida das instituições, que prestam assistência médica a pacientes do Sistema Único de Saúde, chega a R$ 5,9 bilhões. Segundo o diretor-executivo da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, José Luiz Spigolon, o governo Lula interrompeu uma linha de crédito aberta no governo Fernando Henrique Cardoso no BNDES para que as instituições refinanciassem seus débitos. Ele conta que, quando as entidades procuraram o governo, na gestão de FH, a dívida era de R$ 1,3 bilhão.
Zylbersztajn: acusação é ‘má-fé cínica’
A exemplo do escritor português Eça de Queirós, o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) David Zylbersztajn — primeiro a comandar a agência reguladora, no governo Fernando Henrique Cardoso — costuma qualificar de “obtusidade córnea ou má-fé cínica” as afirmações da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de que ele defenderia a privatização do pré-sal. A acusação ao executivo foi feita no debate de domingo, com base em declarações dele durante o fórum sobre energia realizado pela revista “Exame”, no dia 20 de setembro, em São Paulo. Zylbersztajn afirma que defende a manutenção do atual sistema de contratos de concessão no setor de petróleo, em vez da proposta de partilha, que está em discussão no Congresso.
Arcebispo ataca Dilma e PT na internet
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e seu partido foram acusados, em vídeo gravado pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto, de mentir sobre seus verdadeiros projetos. No vídeo, ele diz que Dilma e o PT estariam comprometidos com a “cultura da morte”. No documento que serviu de base para a gravação, postada na internet, o arcebispo não poupou nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando que as ações de seu governo teriam desmentido uma carta que ele teria enviado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), negando que estivesse disposto a legalizar o aborto. No vídeo de quase 15 minutos, postado domingo no YouTube e que ontem à tarde já havia sido acessado por mais de 3 mil internautas, dom Pagotto faz um apelo para que seus diocesanos o ajudem a divulgar a gravação, assim como um documento de igual teor elaborado pelos bispos de São Paulo.
Tucano condena petista por críticas feitas a sua mulher
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, reclamou ontem das críticas de sua adversária, Dilma Rousseff (PT), à família dele, no debate de anteontem. Serra afirmou que campanhas devem priorizar propostas e não ser usadas para ataques “à família de candidato”. Ele se referia ao fato de Dilma ter citado declaração atribuída a sua mulher, Mônica, que teria acusado a petista de querer “matar criancinhas”: — (A atitude ofensiva) é uma estratégia dela. Para mim, foi até uma surpresa ela voltar a atacar a família. Campanha eleitoral é para discutir propostas, comparar os candidatos, para eles (candidatos) apresentarem o que fizeram ou que vão fazer. Não é atacar reiteradamente a família de candidato.
Estevão, novo embaraço para Weslian Roriz
A relação de mais de 15 anos entre o casal Roriz e o ex-senador Luis Estevão, cassado em 1999 por envolvimento no desvio de R$ 169 milhões das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), criou novo constrangimento para a candidatura de Weslian Roriz (PSC) ao governo do Distrito Federal. Estevão atua como consultor informal da campanha, tendo participado de momentos decisivos, como a desistência de Joaquim Roriz, a uma semana do primeiro turno. Polêmico empresário da construção civil e dono do Brasiliense, time de futebol do DF, Estevão mantém estreitos laços de amizade com Roriz desde a campanha de 1994, quando o marido de Weslian perdeu a disputa para governador. Na ocasião, Estevão foi eleito deputado distrital e liderou a oposição ao governo de Cristovam Buarque. Em 98, foi eleito senador, sendo cassado um ano depois.
O Estado de S. Paulo
MTA perde contrato e pode parar de voar para Correios
Personagem da crise que derrubou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, a empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA) caminha para fechar as portas e abandonar os contratos que mantém com os Correios. Desde 27 de setembro, a companhia não está operando grande parte dos contratos das linhas de transporte de carga aérea postal. E tem levado multas diárias por causa disso. Não tem dinheiro para combustível e começa a procurar fornecedores para fazer acordos. O empresário argentino Alfonso Rey, dono oculto da empresa, já disse aos diretores no Brasil que, se a situação financeira piorar, pretende retirar do País os aviões que alugou para a MTA funcionar. O peruano Orestes Romero, que dirigia a empresa no Brasil, foi para o exterior desde o início da crise e não voltou mais.
Presidente da estatal fica em situação insustentável
A crise política nos Correios deve fazer sua próxima vítima dentro de algumas semanas: ninguém menos que o próprio presidente da estatal, David José de Matos. É consenso no Palácio do Planalto que sua permanência no cargo é insustentável. Indicado por Erenice Guerra – de quem é amigo pessoal -, Matos é o elo que ainda resta entre a ex-ministra da Casa Civil e o primeiro escalão do governo Lula. É amigo de Erenice desde os tempos em que trabalharam juntos na Eletronorte.
Igreja antecipa ida de Dilma a Aparecida
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, visitou ontem o Santuário de Aparecida, onde assistiu à missa das 9 horas, deu duas entrevistas e rezou aos pés da imagem negra da padroeira do Brasil, santa de sua devoção, conforme declarou à imprensa ao explicar o objetivo de sua peregrinação. Dilma, que chegou à cidade de helicóptero numa manhã fria coberta de neblina, entrou na basílica nacional 15 minutos antes do início da cerimônia. Sentou-se na primeira fileira de cadeiras reservadas às autoridades, ao lado de prefeitos e deputados da região do Vale do Paraíba.
”Ninguém tem direito de dizer qual é a minha crença”
Aborto, debate na televisão e prática religiosa foram os principais temas de que a petista Dilma Rousseff tratou na entrevista coletiva de ontem de manhã, no auditório do Santuário Nacional de Aparecida, depois de assistir à missa das 9 horas, na véspera da festa da Padroeira do Brasil. Dilma começou tendo de explicar por que decidiu rezar na Basílica de Aparecida, ao iniciar a campanha do segundo turno para as eleições de 31 de outubro. “É a primeira vez que venho à basílica, mas tenho devoção especial a Nossa Senhora, mais especial a Nossa Senhora Aparecida, por circunstâncias recentes na minha vida. Preferiria não falar sobre isso, é uma questão pessoal. Prefiro ter uma manifestação (religiosa) mais recatada. Minha religião diz respeito à minha convicção, à imagem de Deus dentro de mim.”
TSE não consegue punir autor de site
Uma das principais fontes de informação dos eleitores brasileiros, a internet tem sido também um dos grandes desafios da Justiça Eleitoral na campanha deste ano. Os juízes têm dificuldade para identificar e punir os autores de sites e blogs que divulgam notícias falsas e ofensivas sobre os candidatos. No caso mais recente, o ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reconheceu que era impossível punir o autor do site www.dilmentiras.com.br, que apontava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “bebum” e a presidenciável Dilma Rousseff (PT) como preconceituosa com nordestinos. No site, Dilma também aparecia – em uma montagem de imagens – treinando o Rebolation, hit do carnaval baiano deste ano.
Aécio viajará o País em nome de Serra
O comando do PSDB “terceirizou” parte da mobilização da campanha do candidato José Serra para puxadores de voto do partido. A partir dessa semana, o senador eleito por Minas, Aécio Neves, e os governadores eleitos Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR) viajarão pelo País em articulações políticas e contato com a militância em nome do presidenciável.
Mudança de estilo surpreende Serra
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, admitiu ontem que ficou “surpreso” com a “agressividade” da petista Dilma Rousseff no debate de anteontem na TV Bandeirantes. Ele está convencido de que a adversária foi “treinada” para dar declarações no debate com o objetivo de usá-las no horário eleitoral – o que, de fato, aconteceu ontem. Indagado sobre a falta de uma resposta enfática à insinuação da rival de que o PSDB defende “a privatização do pré-sal”, Serra argumentou que não entendeu o que ela queria. “O que a Dilma disse foi ininteligível e sem sentido. Eu não entendi.”
Lula pôs recursos do governo a favor de Dilma, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que Lula “colocou todos os recursos do governo em favor de sua candidata”, Dilma Rousseff (PT), “como nunca fez outro presidente”. As declarações foram feitas à Agência Efe, em Cartagena das Índias, na Colômbia, onde participa de um seminário sobre relações políticas na América Latina. FHC afirmou acreditar que o candidato de seu partido (PSDB), José Serra, possa ser eleito em 31 de outubro. Mas desprezou a hipótese de que, com uma possível eleição de Dilma, se reforce na América Latina a tendência que se percebe nos governos de Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador.
Lula aprovou mudança de tom de Dilma
A mudança de estratégia na campanha de Dilma Rousseff (PT) foi aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas com auxiliares, Dilma avaliou como “muito acertado” o tom mais contundente da candidata do PT à Presidência no debate de domingo, realizado pela TV Bandeirantes. O marqueteiro João Santana resistiu o quanto pôde a adotar a nova tática, sob o argumento de que quem bate perde votos. Até mesmo o presidente Lula chamou Santana para um tête-à-tête e cobrou dele nova tática para enfrentar a polêmica do aborto e a investida do adversário do PSDB, José Serra.
Na agenda, encontros com Chico e Ronaldo
A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, abriu espaço em sua agenda, pautada nos últimos dias pelos temas religiosos, para um roteiro à lá “ilha de Caras”, cheio de celebridades. Na próxima segunda-feira, Dilma aparecerá ao lado de Chico Buarque, num evento de apoio à sua candidatura que marca o retorno do compositor à cena política. Antes, nesta semana, a petista comparece a um jantar na casa do jogador Ronaldo, do Corinthians – encontro que causou saia-justa no comando da campanha.
Caso Roriz leva CNJ a propor código de ética
A estratégia montada pelo ex-candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) para influenciar seu julgamento de ficha-suja no Supremo Tribunal Federal (STF), levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a propor a criação de um código de ética para a magistratura. A medida passou a ser defendida pela corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, depois que Roriz tentou contratar o genro do ministro do Supremo Carlos Ayres Britto como seu advogado. “Nunca precisou, mas agora eu acho que nós precisamos, com urgência, baixar um código de ética da magistratura”, defendeu a corregedora em entrevista ao Estado. “Do ponto de vista ético, temos hoje uma sociedade bastante esgarçada e a magistratura sofre muito com isso.”