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Manchete dos Jornais nesta quinta-feira, 17 de março de 2016

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Manifestantes e oposição pedem renúncia
A presidente Dilma Rousseff (PT), em conversa telefônica interceptada nesta quarta (16) pela Lava jato, afirmou ao ex-presidente Lula que enviaria a ele um “termo de posse” de ministro para ser usado “em caso de necessidade”. Para investigadores, a presidente agiu para evitar que Lula fosse preso antes de ser nomeado chefe da casa civil, cargo com foro privilegiado. O sigilo da gravação do diálogo entre Lula e Dilma, ocorrido às 13h32, foi retirado pelo juiz Sergio Moro às 16h20. A nomeação do petista foi oficializada em uma edição extra do “Diário Oficial” da União às 19h, minutos depois da divulgação dos áudios pela imprensa.


O Globo

Manchete : Diálogo ameaça Dilma
Dilma: Alô.
Lula: Alô.
Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
Lula: Fala, querida. Ahn.
Dilma: Seguinte, eu tô mandando o Messias junto
com o papel… pra gente ter ele. E só usa em caso
de necessidade, que é o Termo de Posse, tá?!
Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.
Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
Dilma: Tchau.
Lula: Tchau, querida.
Investigado na Lava-Jato e sob ameaça de prisão, o ex-presidente Lula voltou ontem ao governo, nomeado ministro da Casa Civil pela presidente Dilma para ganhar foro privilegiado no STF e escapar de decisões do juiz de primeira instância Sérgio Moro. Antes de a nomeação ser oficializada, porém, Moro liberou o sigilo de gravações, inclusive de conversas entre o ex-presidente e Dilma, com indícios de acerto entre os dois para obstruir a Justiça e prejudicar as investigações, segundo avaliação da força-tarefa da Lava-jato. Em conversa gravada ontem com autorização judicial, Dilma avisa a Lula que estava enviando a ele o Termo de Posse para que use “em caso de necessidade”, o agravou a crise. Divulgadas as gravações, o governo fez publicar edição extra do Diário Oficial oficializando a nomeação.

Em nota, o governo repudiou a divulgação dos grampos, “que afronta direitos e garantias da Presidência”, e anunciou que tomará medidas judiciais. Em outra gravação, Lula também reclama do que chama de “República de Curitiba” e de “uma Suprema Corte totalmente acovardada, um Parlamento acovardado”. Numa outra conversa, o petista pede ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda) que pare investigação da Receita sobre o Instituto Lula. No Congresso, parlamentares de oposição pediram, aos gritos, a renúncia da presidente. Manifestantes foram para a frente do Palácio do Planalto defender a saída de Lula e o impeachment de Dilma, além de apoiar Moro, que justificou a quebra do sigilo dizendo que a “democracia exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”. Em entrevista antes da divulgação dos grampos, Dilma negara ter nomeado Lula para que ele tenha foro privilegiado. A comissão do impeachment deve ser instalada hoje na Câmara. (Págs. 3 a 11)

Colunistas
Merval Pereira – O que ocorre no país é coisa de “República de Bananas” (Pág. 4)
Lauro Jardim – O Lula real apareceu por inteiro nos grampos (Pág. 10)
José Casado – Dilma e Lula esqueceram de ler a Constituição (Pág. 10)
Frei Betto – Com Lula lá, temos agora um governo bicéfalo (Pág. 10)
Carlos Alberto Sardenberg – Dilma traz investigado de volta à cena do crime (Pág. 18)
Míriam Leitão – Lula ganhou não o ministério, mas um salvo-conduto (Pág. 22)


O Estado de S. Paulo

Manchete : Multidão vai às ruas contra manobra para blindar Lula
Gravação da PF indica que Dilma tentou evitar prisão de Lula
Manifestantes protestam contra nomeação de ex-presidente para a Casa Civil e fazem panelaços em várias partes do País

Governo diz que vai recorrer à Justiça
A nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil desencadeou uma série de protestos pelo País. Os atos foram motivados também pela divulgação de áudios da Operação Lava Jato, feitos pela Polícia Federal, com diálogos do petista com a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro Jaques Wagner. Em uma das conversas, Dilma diz a Lula: “Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”. Para a oposição, a frase indica que a nomeação de Lula teve como objetivo garantir a ele foro privilegiado e configuraria tentativa de obstrução das investigações. Na Câmara, deputados pediram a renúncia de Dilma.

As conversas monitoradas sugerem também uma tentativa de influenciar o MP e o Judiciário. Em diálogo com Wagner, Lula afirma que a “Suprema Corte está acovardada”. Segundo a Lava Jato, o ex-presidente se referia à atuação do STF perante a operação. Os advogados de Lula classificaram como “arbitrariedade” a divulgação dos grampos. O governo anunciou que vai “tomar as medidas judiciais cabíveis”. No final da tarde e à noite, milhares de pessoas protestaram em Brasília e em São Paulo. Também houve panelaços em várias cidades do País. O Diário Oficial da União publicou, em edição extraordinária, a nomeação de Lula como chefe da Casa Civil. (Política A4 a A14)
Para Gilmar Mendes, nomeação ‘nos enche de vergonha’ (Pág. A7)

STF nega recurso e mantém rito de impeachment (Pág. A12)

Delcídio diz que Mercadante agiu sob orientação de Dilma (Pág. A14)

Notas&Informações
Golpe de Estado – A nomeação de Lula para a Casa Civil foi uma declaração de guerra aos brasileiros honestos e às instituições da República (A3)


Folha de S. Paulo

Manchete : Presidente atuou para evitar a prisão de Lula, indica gravação
Dilma diz que grampo ‘afronta direitos da presidência’
Para juiz Sergio Moro, interesse público justifica divulgação

Manifestantes e oposição pedem renúncia
A presidente Dilma Rousseff (PT), em conversa telefônica interceptada nesta quarta (16) pela Lava jato, afirmou ao ex-presidente Lula que enviaria a ele um “termo de posse” de ministro para ser usado “em caso de necessidade”. Para investigadores, a presidente agiu para evitar que Lula fosse preso antes de ser nomeado chefe da casa civil, cargo com foro privilegiado. O sigilo da gravação do diálogo entre Lula e Dilma, ocorrido às 13h32, foi retirado pelo juiz Sergio Moro às 16h20. A nomeação do petista foi oficializada em uma edição extra do “Diário Oficial” da União às 19h, minutos depois da divulgação dos áudios pela imprensa.

Em outros diálogos, Lula afirmou à presidente que as cúpulas dos poderes judiciário e Legislativo estão “acovardadas”. Ao ministro Jaques Wagner pediu que o governo interferisse em ação de seu interesse no Supremo Tribunal Federal. A retirada do sigilo dividiu juristas por envolver Dilma, que tem foro privilegiado. Parte afirma que o caso deveria ter sido enviado ao STF, outros dizem que a medida foi legal. Para o Planalto, a divulgação viola a lei. Moro alega “interesse público”. (…) Com decisão do STF sobre o rito do processo contra Dilma, o pedido volta a tramitar na Câmara. (Poder a4 a a16)

Planalto afirma que Moro violou lei com vazamento
O governo Dilma repudiou a divulgação do áudio feita pelo juiz Sergio Moro. Em nota, diz ter sido uma “afronta aos direitos e garantias” da presidência. Segundo o texto, o envio do termo de posse teria como objetivo colher a assinatura de Lula, já que sua presença na cerimônia não era certa. Segundo a nota, “medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da violação da lei (…) cometida pelo juiz autor do vazamento”. O advogado de Lula acusou Moro de estimular uma “convulsão social” e disse que o instituto Lula avalia que medidas tomar. (Poder a6)

Colunas e Opinião
Clóvis Rossi – Iniciativa de Dilma é clara tentativa de obstrução da Justiça (Mundo A19)
Painel – Celular utilizado por Lula estava em nome de um laranja (Poder A4)
Vinícius Torres Freire – Revolta deságua nas ruas com o colapso da legitimidade (Mercado A24)
Bernardo Mello Franco – O governo ataca, mas estrago político das conversas é inegável (Opinião A2)
Janio de Freitas – Lava Jato adotará mais atos contra o ex-presidente (Poder A15)
Rogério Gentile – Nomeação para o governo é escárnio com o Judiciário (Opinião A2)

Editoriais
Leia “É o fim”, acerca de nomeação de Lula e agravamento da crise política, e “Números da zika”, a respeito de relação entre a doença e a microcefalia. (Opinião A2)


Edição: Equipe Fenatracoop, Quinta-Feira 17 de Março de 2016

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