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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) classificou como histórica a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do acordo entre o Brasil e o Paraguai para alterar o valor pago ao país vizinho pelo excedente de energia produzida na Usina Hidrelétricade Itaipu. Com a aprovação, na última quarta-feira (6), o Projeto de DecretoLegislativo 2600/10, que contém o acordo, passará à análise do Senado.
Para asenadora, é justo que o valor seja corrigido, já que, pelo acordo, o Paraguai éobrigado a vender o excedente de energia ao Brasil até 2023. “O Paraguaipoderia muito bem vender essa energia a outro país, mas, por força do tratado,é obrigado a nos vender. Eu penso que é justo, com o passar do tempo e dosanos, que nós façamos o ajuste de contas porque o tratado de Itaipu, no quesitofinanceiro, não é reajustado pela realidade econômica do Brasil ou do Paraguai,mas sim por dois índices que medem a inflação americana”, justificou, afirmandoque o impacto para a tarifa brasileira será pequeno. “Se esse valor fosse paraimpactar tarifa, o impacto para cada consumidor, para cada pagante da tarifa deconsumo seria de 0,01%. Ou seja, é um impacto residual.”
Aindasegundo Gleisi, o tratado cria uma relação de respeitabilidade com o paísvizinho. “A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma obra de engenharia, mas também éuma obra de engenharia financeira e uma obra de engenharia diplomática. Aliestá o esforço de dois povos, a necessidade de unir forças para que umempreendimento comum dessa dimensão pudesse, além de produzir energia, tambémaproximar os povos. Não é uma questão de solidariedade ou ajuda ao Paraguai, éuma questão de relacionamento comercial e também de interesse do Brasil”, diz asenadora, lembrando que o Paraguai é o país estrangeiro que abriga o maiornúmero de brasileiros.
“OParaguai tem 6 milhões de habitantes, é um país pequeno, com muitasdificuldades, com muita pobreza. Agora, é importante dizer que esse pequenopaís abriga mais de 300 mil brasileiros. E quando alteramos esse tratado, nãoestamos apenas dando mais dinheiro ao Paraguai. É um dinheiro que vai serutilizado para infraestrutura que vai ajudar brasileiros que moram lá e que nosinteressa ajudar. Acho que o grande exemplo que o Presidente Lula deu a estePaís e às relações internacionais foi exatamente o respeito aos outros povos.Temos os nossos interesses comerciais, temos os nossos interesses em segurança,nossos interesses em desenvolvimento, mas, sobretudo, temos respeito aosinteresses do outro, porque nós respeitamos a diversidade”, enfatiza.
Dayane Hirt
Coordenação de Comunicação