A Polícia Civil do Paraná, por meio da Delegacia de Cambé, prendeu na manhã desta quarta-feira (24) Isaías Amaro Brandão, condenado a 14 anos de prisão pelo homicídio da própria esposa, ocorrido em março de 2006. O homem estava foragido há quase 19 anos, desde que obteve liberdade provisória por ser réu primário, e não retornou ao sistema prisional para cumprir a pena.
Na época, a vítima, Gersina dos Santos Ferreira, de 21 anos, foi morta com uma facada no peito dentro da própria residência. O caso foi registrado como homicídio, já que a legislação brasileira ainda não previa a tipificação do feminicídio.
A dor da família e o sentimento de justiça
A equipe de reportagem ouviu Ana Paula dos Santos Ferreira, irmã da vítima, que relatou o alívio de finalmente ver o condenado preso. Ela destacou que a família aguardava esse momento desde 2006, especialmente a mãe das jovens, que faleceu sem presenciar a captura de Isaías.
Segundo Ana Paula, o crime deixou marcas profundas em todos:
- A família deixou de celebrar datas comemorativas devido à ausência de Gersina;
- O filho da vítima, que tinha seis anos na época, foi criado pela tia e hoje, aos 26 anos, é pai de família;
- A lembrança da brutalidade do crime ainda causa dor, mesmo após quase duas décadas.
Apesar da prisão trazer uma sensação de justiça, Ana Paula ressaltou que a dor da perda é permanente. “Minha irmã era jovem, trabalhadora e honesta. Ninguém merece uma morte assim. A gente espera que ele cumpra toda a pena e não volte a ser solto”, afirmou.
Relembre o crime
Em 13 de março de 2006, Isaías Amaro Brandão golpeou a esposa com uma facada no peito e a deixou trancada em casa, impossibilitando que pedisse socorro. A vítima morreu agonizando. De acordo com familiares, ele já apresentava histórico de agressões.
Na época, o julgamento resultou em condenação a 14 anos de prisão. No entanto, por ser réu primário, ele conseguiu o direito de responder em liberdade e desde então permaneceu foragido.
Próximos passos
Com a prisão efetuada, Isaías foi reconduzido ao sistema prisional para dar início ao cumprimento da pena. A Polícia Civil informou que o caso agora volta a tramitar na esfera de execução penal.