
Um frigorífico do grupo JBS Foods em Rolândia, no norte do Paraná, foi lacrado no fim da tarde de ontem (quarta, 13) por auditores do Ministério Público do Trabalho (MPT). A fiscalização constatou que aproximadamente 50 máquinas da Big Frango ofereciam risco à saúde e à segurança dos trabalhadores. A empresa abate cerca de 400 mil aves por dia e tem 3.500 empregados. E agora, só vai poder reabrir depois que corrigir as irregularidades flagradas pelas equipes técnicas. A ação faz parte de uma força-tarefa do MPT em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), INSS, Receita Federal e Advocacia Geral da União (AGU). A iniciativa tem o apoio operacional de inteligência e segurança institucional da Polícia Militar e é acompanhada por três entidades regionais e federais que representam os funcionários do setor de alimentação.
Entre outras coisas, as equipes apuraram que quase metade dos funcionários passam frio nas dependências da empresa, mais de 75% deles terminam o dia cansados ou exaustos, 53% precisam de remédios para amenizar dores causadas pela função e 38% sentem fortes dores durante o exercício da atividade diária. Além disso, alguns trabalhadores chegavam movimentar manualmente cargas de mais de 30 toneladas. Por causa da interdição, conforme o auditor, a produção do frigorífico está parcialmente interrompida e não há um prazo fixado para a retomada integral das atividades. Tudo vai depender da própria companhia.
As irregularidades verificadas na Big Frango não seriam recentes. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, esta é a maior operação já realizada no país e foi deflagrada com base em denúncias recebidas sobre vários problemas no estabelecimento. A primeira fase da ação começou na terça-feira (12) e deve ser concluída na próxima sexta-feira (15). A expectativa é estender a fiscalização para outras empresas. Ainda conforme o MPT, o segmento de abate de aves suínos e pequenos animais é um dos que mais registram acidentes de trabalho no Brasil. Em 2013, segundo o INSS, foram 10.388 casos contra 10.030 em 2012.