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Existe uma relação direta entre prejuízo da memória e a diabetes. Isso foi o que revelou um estudo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Belo Horizonte, publicado recentemente no Journal of Diabetes, que contou com a participação de pessoas com mais de 50 anos.
Para a realização da pesquisa foram entrevistadas 9.412 pessoas com mais de 50 anos de idade, em 70 municípios das cinco regiões do Brasil, buscando avaliar o estado de saúde dessa população. Os participantes escolhidos fizeram exames para auxiliar na detecção do diabetes e testes de memória, função executiva e linguagem.
Antes dos testes, os participantes foram divididos em três grupos: não diabéticos, diabéticos diagnosticados, que já tinham recebido diagnóstico anteriormente por um profissional de saúde; e diabéticos não diagnosticados, que afirmaram nunca terem recebido diagnóstico, mas cujo exame feito durante o estudo indicou a doença. Nos testes de memória, o grupo dos diabéticos mostrou uma ocorrência 49% maior de prejuízo do que o dos não diabéticos.
Os resultados não foram significativos para perda de fluência verbal e função executiva. Os dados que permitiram as conclusões do estudo são um recorte do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). Quando somados os diabéticos com os não diagnosticados, a relação diminuiu para 38% em relação ao prejuízo de memória.
Em entrevista ao portal UOL, o professor do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e orientador da pesquisa, Tiago da Silva Alexandre, destacou que as pessoas não diagnosticadas estão há menos tempo expostas à doença, sofrendo menos consequências. “No começo, os sintomas ainda não se manifestaram a ponto de fazer as pessoas procurarem ajuda médica. Provavelmente esse é um dos fatores pelos quais elas ainda não tinham sido diagnosticadas”, disse à publicação.
Para melhorar a memória
Uma das formas de evitar a perda de memória é ter uma alimentação adequada, pois os alimentos determinam os níveis de glicose no sangue, muito importante para diabéticos, e a saúde cerebral. O ideal é aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes e carnes magras. Além disso, consumir alimentos ricos em vitamina E é importante, pois ela melhora a memória e a concentração em idosos.
A prática de atividades físicas regulares também é importante, contribuindo para a regular o fluxo de sangue em todo o corpo, incluindo o cérebro. Os idosos com diabetes podem optar por caminhadas, musculação com acompanhamento profissional, hidroginástica ou bicicleta, por exemplo.
Movimentar a mente também é essencial. Isso pode ser realizado com leituras diárias, palavras-cruzadas, caça-palavras, aprender algo novo, aprender a tocar algum instrumento musical e até mudar a rota da caminhada diária. O mais importante é exercitar, frequentemente, o cérebro.
Além disso, é indispensável ter um sono de qualidade. O sono regenera as células nervosas, fazem o cérebro descansar e contribui para uma memória saudável. Também é importante manter as relações sociais e evitar a solidão.