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A Secretaria de Educação de Cambé iniciou na última quarta-feira (15) as aulas de ensino da Língua Portuguesa para crianças haitianas do 1º ao 5º ano, na Escola Municipal Professora Lourdes Gobi Rodrigues. A iniciativa faz parte de um projeto organizado com a Universidade Estadual de Londrina (UEL) que vai atender as 35 crianças de famílias haitianas que moram na cidade.
A ideia do projeto nasceu após relatos das equipes pedagógicas sobre a dificuldade das crianças haitianas em aprender e se comunicar na Língua Portuguesa. A Universidade então abriu um processo seletivo para a contratação de um estagiário para ministrar as aulas na escola através do projeto de extensão Be UEL, coordenado pela professora Viviane Bagio Furtoso do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas.
A diretora Mayara Alcântra Ricordi explica que o bairro em que a escola se localiza, o Jardim Ana Rosa, possui a maior concentração de famílias haitianas da cidade, por isso o projeto será concentrado lá, mas as crianças de outras regiões também terão acesso às aulas. “Os alunos de outras escolas do município serão transportados até aqui por ônibus Secretaria de Educação para participarem das aulas. Só aqui na escola há 15 alunos haitianos matriculados”, informa Ricordi.
As aulas serão ministradas no contraturno do período regular da escola pela estagiária Flávia Valéria Bresciani. Ela é estudante do 3º ano do curso de Letras da UEL e é fluente em francês, a língua oficial do Haiti. Flávia explicou que agora no início vai observar o nível de entendimento da língua de cada aluno para prosseguir com as aulas. “Vou avaliar o nível de proficiência deles para adequar uma metodologia de ensino que seja melhor para todos”, explica.
Para a estudante fazer parte deste projeto é uma grande responsabilidade. “Essas crianças precisam aprender o idioma para elas se adequarem à sociedade, a vida delas aqui no país precisa ser uma vida normal. Elas chegaram ao país num contexto muito triste. Nós temos objetivo de fazer com que o idioma não seja mais um obstáculo para eles viverem aqui no Brasil”, analisa a estagiária.
O projeto também vai promover uma inclusão maior dos pais dos alunos no ambiente escolar. “A comunicação com as famílias haitianas também vai melhorar agora que contamos a possibilidade estudante de enviar os bilhetes e os comunicados também em francês. Quando contei para os pais sobre o projeto, eles se sentiram valorizados pelo município e muito felizes, pois agora vão poder entender tudo o que acontece na escola”, declara a diretora.
Segundo a secretária de Educação, Cláudia Codato, a rede municipal deve incluir esses alunos cada vez mais no ambiente escolar, para que, através da alfabetização eles se sintam acolhidos na comunidade. “É muito importante que eles se sintam acolhidos e vejam que a escola se importa com eles e quer que eles façam parte do ambiente em todos os sentidos”, completa.
Atualmente, a Escola Municipal Professora Lourdes Gobi Rodrigues também tem seu espaço disponibilizado pela equipe pedagógica para aulas de português para adultos, ministradas por voluntários da entidade Cáritas.