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Sem acordo, a TIL Transportes Coletivos, que opera o sistema metropolitano Londrina-Cambé-Ibiporã, recorreu mais uma vez à Justiça do Trabalho – agora no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Curitiba -, com o objetivo de acabar com a greve iniciada pelos funcionários na segunda-feira(8). A empresa tem 170 motoristas e 105 cobradores.
A informação sobre a nova investida judicial é do Metrolon, sindicato representante dos proprietários de empresas de transporte. Segundo a assessoria do Metrolon, a TIL decidiu recorrer à Justiça da capital por entender que o fim da greve é urgente e não poderia esperar decisão da 6ª Vara do Trabalho de Londrina, onde um interdito proibitório também foi protocolado para acabar com a paralisação.
No começo da manhã desta terça-feira (9), empregados e empregadores chegaram perto de um acordo, mas as negociações retrocederam até que, no começo da tarde, a TIL decidiu ir ao TRT.
A empresa pede que a greve seja declarada ilegal e, tal pedido seja negado, a concessionária requer a manutenção de 30% da frota de coletivos circulando nas linhas entre as cidades e ainda em Cambé e Ibiporã, onde opera o transporte urbano local.
Na segunda-feira (8) à noite, Sindicato dos Trabalhadores no Transporte (Sinttrol) e TIL tentaram um acordo mediado pelo juiz Reginaldo Melhado, da 6ª Vara do Trabalho, mas sem sucesso.
Na terça-feira pela manhã, houve um pequeno avanço. O Sinttrol aceitou discutir o fim dos cobradores no sistema, mas procurou desvincular da questão os índices de reposição ofertados pela empresa. O destino dos cobradores, defendeu o sindicato, pode voltar a ser debatido após o fim da greve. Em assembleia, todos os trabalhadores decidiram manter-se em greve.
O Sinttrol quer reposição de 8,34% das perdas com a inflação e mais 4% de ganhos reais nos salários. Já a TIL oferta reajuste de 7,12% nos salários e 26 tickets alimentação no valor R$ 4 cada, por mês. No entanto, exige discutir o futuro dos cobradores da empresa.
Segundo a TIL, 30 mil passageirossão prejudicados com a falta do transporte metropolitano.
Alternativas
Enquanto a greve continua, os usuários do transporte metropolitano têm que encontrar alternativas. Taxi, mototaxi, carona e “jeitinho” foram as saídas encontradas pelos passageiros para não ficarem a pé.
O cuidador de piscinas José Xavier de Oliveira, 66, mora em Cambé e trabalha em uma escola em Londrina. Conseguiu driblar a greve para ir ao trabalho usando o transporte rodoviário entre Londrina e Rolândia, que passa por Cambé.
“Se não fosse esses ônibus, não teria como chegar aqui em Londrina”, diz, enquanto espera o mesmo veículo para voltar no fim do dia. “Estava lotado quando entrei umas 6h30 da manhã. Vamos ver agora”. Não conseguiu embarcar:lotadíssimo, o ônibus das 18h passou reto no ponto da Avenida Tiradentes. “Fiquei para o próximo”, conformou-se, meio sem graça com a situação. “A população está lascada”, lamentou.
Fonte: JL