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Em assembleia geral no domingo (24/07) os trabalhadores em cooperativas do Paraná aprovaram por 62% indicativo de greve, após não aceitarem a proposta do sindicato patronal. A convenção Coletiva de Trabalho previa única e exclusivamente um reajuste de 3%, descontando o reajuste do ano passado e nada mais, sem nenhum benefício aos trabalhadores. “A Ocepar tenta enganar o trabalhador que está repondo a inflação, mas coloca na convenção que os reajustes concedidos a partir de junho de 2021 serão compensados. Ou seja, descontando o reajuste do ano passado de 8,9%, o trabalhador ficaria com um aumento de 3%. Parece brincadeira, mas não é. Colocamos em votação e os trabalhadores disseram não”, afirmou o presidente Mauri Viana Pereira.
Participaram da assembleia trabalhadores representados pela Fenatracoop, federação nacional da categoria, na base de representação dos sindicatos Sintracoop e Sintrascoopa. As cooperativas que não procuraram o sindicato para fazer acordo coletivo de trabalho como a Coamo, Lar, Frimesa, Cotriguaçu e Copagril estão dentro das empresas que terão suas atividades paralisadas, pois estão aguardando a assinatura da convenção, que os trabalhadores já rejeitaram. “As cooperativas que já estão negociando acordo coletivo conosco não serão paralisadas, mas as que menosprezam o trabalhador e acha que vamos ceder facilmente para explorarem os trabalhadores estão enganados. Vamos paralisar”, acrescentou.
As cooperativas em 2021 movimentaram mais de 150 bilhões de reais só no Paraná, uma alta de 32% em relação ao ano anterior, e a previsão de crescimento atingir 200 bilhões de reais em faturamento, segundo dados da própria Ocepar. “Agora vejam, essas cooperativas só pensam no lucro, ganância de ganhar cada vez mais e explorar o cooperado e o trabalhador. O cooperado não tem sindicato para defendê-los, mas o trabalhador tem quem os defenda, que é o Sintracoop, o Sintrascoopa e a Fenatracoop, com a greve vamos chegar ao que queremos, que é um reajuste de 35%”, afirmou.
A partir de agora o sindicato deve comunicar a greve com 72 horas de antecedência para iniciar o movimento grevista, contudo as entidades sindicais aguardam que nesse período as cooperativas se movimentem no sentido de negociar. “Se nesse meio tempo as cooperativas estiverem abertas a negociarem e procurarem o sindicato, o diálogo deve prevalecer, mas as que se mostrarem intransigentes, vamos pedir aos trabalhadores que fiquem em casa. E não adianta vir negociar com a mesma proposta da Ocepar, que essa já está enterrada. Ou tragam algo de bom para o trabalhador ou verão a sua cooperativa parar”, encerrou o presidente Mauri Viana.