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PSDB e Democratas querem que a Procuradoria-Geral da República investigue suposto tráfico de influência e o envolvimento do diretor da Eletrobras Valter Cardeal, aliado da candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef, em uma fraude de 157 milhões de euros.
As representações protocoladas no Ministério Público também pedem esclarecimentos sobre o envolvimento “de alguma forma” da candidata Dilma e da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Segundo reportagens publicadas nos últimos dias, o irmão do diretor da Eletrobras teria tentado fechar um negócio de mais de R$ 1 bilhão no setor de energia eólica, no Rio Grande do Sul. Edgar Cardeal é dono de uma empresa de consultoria e seria o mentor do empreendimento.
As reportagens também revelam que o banco alemão KfW move uma ação de indenização por danos morais contra a CGTEE, subsidiária da Eletrobras. Nessa ação, o KfW afirma ter evidências de que o diretor da Eletrobras Valter Cardeal teria conhecimento, desde o início, da emissão de garantias ilegais e fraudulentas para que duas empresas privadas brasileiras obtivessem um empréstimo internacional no valor de R$ 157 milhões de euros destinados à construção de sete usinas de biomassa de geração de energia no Rio Grande do Sul e no Paraná.
Para o banco que empresta o dinheiro, essas garantias forneceriam um atestado de que, se o devedor não pagasse, a CGTEE funcionaria como fiador e arcaria com essa responsabilidade. A oposição sustenta que se trata de fraude porque essas garantias dadas em nome da subsidiária da Eletrobras violavam a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Segundo o líder do PSDB, João Almeida, esses fatos revelam a existência de balcões de negócios dentro do governo federal.
“Na Casa Civil comandada pela senhora Erenice, e agora na Eletrobras, o sistema elétrico brasileiro comandado pelo senhor Valter Cardeal. Por coincidência, duas pessoas da maior confiança e intimidade da ministra Dilma Roussef, que as escolheu e vem mantendo sobre elas o seu manto protetor. O senhor Valter Cardeal apareceu na Operação Navalha, da Polícia Federal, o Ministério Público fez investigação, solicitou, indicou seu afastamento de cargo público e ela não cumpriu essa indicação do Ministério Público. Vem protegendo.”
Já o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), ressaltou que o governo do presidente Lula tem o hábito de apurar as denúncias e punir os responsáveis, ao contrário dos governos da oposição.
“Esta questão do Cardeal é uma denúncia vazia. Não tem pé nem cabeça. Mas se eles protocolaram no Ministério Público, o MP vai investigar, a Polícia Federal é diligente, vai investigar todas as questões. O nosso governo é transparente e a Polícia Federal funciona, funciona bem e é dirigida pelo presidente Lula. Então, essa é a diferença do nosso governo para o governo deles. Eles tentam encobertar tudo.”
Em nota, a Eletrobras e sua subsidiária CGTEE negam qualquer envolvimento com as denúncias e se dizem “vítimas de ações criminosas, que consistiram na concessão de garantias fraudulentas ao banco alemão KfW, perpretadas por pessoas que hoje respondem a processo criminal perante a justiça federal”.
Dizem que foram surpreendidas em 2007 com um e-mail do banco alemão dando notícia de suposta garantia prestada em nome da CGTEE. No mesmo ano, o diretor Carlos Marcelo Cecin confessou ter assinado as garantias sem conhecimento da diretoria executiva.
A nota confirma que ele já foi exonerado e indiciado pelo Ministério Público, juntamente com mais cinco envolvidos.
De Brasília, Idhelene Macedo
Rádio Câmara