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Infelizmente, muitas manchetes no jornalismo brasileiro noticiam lesões, humilhações e surras feitas por maridos ou namorados contra suas próprias cônjuges. Essa situação não é novidade, tampouco incomum, mas quando a situação vem de uma figura admirada pelo público, a sociedade ainda se choca. “Ana Hickamn é uma figura pública, conhecida por sua carreira na televisão e por sua influência nas redes sociais. Sua imagem é associada a um padrão de beleza e sucesso em todas áreas da vida, o que a coloque em uma posição de destaque e inspiração. Quem imaginaria que Ana Hickman, com uma vida aparentemente “perfeita” passaria por situações de violência?”, comenta a psicóloga Simone Braga.
Simone comenta ainda que, provavelmente a situação não começou “do nada”. “O que é noticiado na mídia é que eles são casados há muitos anos, desde quando ela tinha 16 anos. Não podemos afirmar, mas talvez esses problemas não surgiram agora! Algumas mulheres podem perceber imediatamente a violência moral e psicológica que sofrem, enquanto outras podem levar mais tempo para reconhecer os sinais. A conscientização sobre a violência pode variar, de acordo com diversos fatores, como o contexto cultural, o nível de educação, o apoio social disponível e a manipulação emocional exercida pelo parceiro e possível agressor. É fundamental promover a educação e o diálogo, a veiculação de notícias como esta, sobre os diferentes tipos de violência para que as mulheres possam reconhecer e buscar ajuda quando necessário”.
Braga comenta ainda que existem formas variadas de violência dentro de um relacionamento amoroso, e é preciso que as mulheres se informem e analisem sempre se estão em um relacionamento realmente saudável. “Existem diferentes tipos de violência conjugal, que podem ser categorizados em quatro principais:
1. Violência física: envolve agressões físicas, como bater, empurrar, sufocar, usar armas ou qualquer forma de contato físico que cause dor ou lesões.
2. Violência psicológica: refere-se a comportamentos que têm o objetivo de controlar, manipular ou humilhar o parceiro, como ameaças, insultos, chantagem emocional, isolamento social, entre outros.
3. Violência sexual: ocorre quando um parceiro é forçado a ter relações sexuais sem consentimento, seja por meio de coerção, ameaças, violência física ou qualquer outra forma de pressão.
4. Violência financeira: envolve o controle ou a restrição do acesso aos recursos financeiros do parceiro, como negar dinheiro, restringir o acesso a contas bancárias, impedir o trabalho ou a educação, entre outros. É importante ressaltar que a violência conjugal pode ocorrer em qualquer tipo de relacionamento, independentemente de gênero, orientação sexual, idade ou status socioeconômico. E é fundamental buscar ajuda e apoio caso você ou alguém que conheça estejam enfrentando algum dos tipos de violência citados”.
É preciso sempre paciência e consciência emocional para estar em uma relação amorosa, porém, muitas vezes, mesmo sempre analisando nossos relacionamentos não conseguimos perceber como anda a situação, com isso, a Psicóloga Simone Braga listou alguns possíveis sinais de que a relação pode não estar bem. “Os possíveis sinais de que uma relação amorosa tomou um caminho inverso podem variar de acordo com cada casal, mas alguns indícios comuns podem incluir: diminuição da comunicação e do interesse em passar tempo juntos, agressividade na fala, falta de apoio emocional e ausência de demonstrações de carinho e afeto, aumento de discussões e conflitos, falta de comprometimento e investimento na relação, desinteresse em compartilhar planos e projetos futuros, e a presença de sentimentos de infelicidade e insatisfação constantes”.
Recentemente a cantora sertaneja Nayara Azevedo também tornou pública a informação de que seu casamento havia acabado e, que, ela possivelmente sofreu diferentes tipos de violência, como ameaças e violência financeira. E segundo Simone Braga, o movimento de exposição dessas artistas é muito válido. “A sociedade discutir situações como esta obviamente promovem destaque para este problema: a violência doméstica. É preciso conscientizar mulheres e homens de que uma relação saudável e feliz é composta por um casal que se respeita!”
Para finalizar a entrevista, pedi à psicóloga Simone Braga a indicação de ações que possam “fortalecer” uma mulher para que, situações de violência doméstica, talvez, possam ser evitadas. “Como profissional da área da saúde mental, é fundamental abordar os casos de abuso contra mulheres com sensibilidade, empatia e respeito. Aqui estão algumas indicações que posso oferecer:
1. Escuta ativa: É importante criar um ambiente seguro e acolhedor para que as mulheres se sintam à vontade para compartilhar suas experiências em nossa sociedade. Praticar a escuta ativa, demonstrando interesse genuíno e empatia, pode ajudar a estabelecer uma relação de confiança.
2. Validar as emoções: Muitas vezes, as mulheres que sofreram abuso podem sentir culpa, vergonha e medo. Validar suas emoções e deixar claro que o abuso não é culpa delas é essencial para ajudar na recuperação.
3. Encorajar a busca de apoio: Incentive as mulheres a buscar apoio de profissionais especializados, como psicólogos, terapeutas ou grupos de apoio. “
E aí, você gostou da entrevista com a psicóloga Simone Baraga? Encontre a no Instagram @psi.simonebraga .