Briga entre estudantes gera repercussão
Um vídeo de uma briga entre alunas em frente ao Colégio Cívico-Militar Érico Veríssimo, em Cambé, viralizou nas redes sociais no início desta semana. As imagens, que circularam de forma ampla, geraram preocupações da comunidade escolar e questionamentos sobre a gestão de conflitos dentro da unidade de ensino.
Após a repercussão, o Portal Cambé ouviu a versão de Jaqueline, mãe de uma das alunas envolvidas no episódio. Segundo ela, o caso vai além da briga registrada em vídeo e estaria relacionado a atos de injúria racial que sua filha vem sofrendo há cerca de quatro meses dentro da escola.
Relato da mãe
Em entrevista, Jaqueline afirmou que buscou a direção da escola e chegou a conversar com a Patrulha Escolar, mas que, segundo ela, não houve providências efetivas. “Minha filha está sendo chamada de ‘macaca’, ‘negrinha do cabelo duro’ e outros insultos. Isso vem acontecendo há meses, e ninguém se preocupou em perguntar como ela estava psicologicamente ou se queria continuar estudando ali”, relatou.
A mãe também negou as acusações de que teria agredido outra estudante durante a confusão, dizendo que apenas tentou separar a briga. “Eu fui como mãe. Não bati em ninguém, apenas segurei minha filha porque a situação já estava saindo do controle”, afirmou.
Ainda de acordo com Jaqueline, somente após a briga a escola entrou em contato com ela. “Foram quatro meses de silêncio. Só depois do ocorrido lembraram que eu existo e me ligaram para conversar”, disse.
Versão da estudante
A aluna também falou sobre o episódio, relatando que os ataques racistas começaram no ambiente escolar e que, no dia da briga, foi novamente provocada durante o intervalo. “Já ouvi várias vezes que sou feia, de cabelo duro e até sobre a casa onde moro. No vídeo só aparece a confusão, mas ninguém mostra o que eu venho sofrendo há meses”, afirmou.
Ela reforçou que decidiu registrar boletim de ocorrência e que pretende levar o caso adiante, para garantir seus direitos.
Espaço aberto
O Portal Cambé procurou a direção do Colégio Cívico-Militar Érico Veríssimo para ouvir sua versão sobre os fatos. No entanto, até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação da instituição, assim como da família da outra estudante envolvida no caso.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de medidas eficazes contra o racismo nas escolas e a importância de políticas que garantam a segurança e o respeito dentro do ambiente educacional.