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Manchete nos Jornais para esta Terça-Feira 21 de Setembro de 2010

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Da prisão para o governo do Amapá – Folhas de ponto ociosas – Justiça quebra sigilo de lobista amigo de governador do TO – Lula chama Paulo Bernardo para conter crise nos Correios – Fazenda é impedida de flexibilizar LRF – Gasolina grátis para ir à carreata – MP denuncia Tiririca por falsidade ideológica …

Folha de S. Paulo

Sob pressão, Aécio mostra Serra na TV

Sob pressão e depois de relutar, o ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) finalmente exibe, desde sexta-feira, pronunciamento do presidenciável José Serra na sua propaganda ao Senado. A aparição, um mês depois do início da propaganda, atende a um pedido de Serra e é uma tentativa de aplacar a turbulência que se arrasta há dez dias, quando um fez queixas do outro ao partido. Serra reclama da falta de empenho de Aécio, que, por sua vez, atribui ao “entorno” do presidenciável rumores que lançam dúvidas sobre sua lealdade ao partido.

Em debate, tucano defende 13º para o Bolsa Família

Na região em que tem pior desempenho eleitoral, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu ontem, em debate sobre o Nordeste, criar o “13º Bolsa Família”, espécie de 13º salário para quem recebe o benefício. No evento, transmitido pelo SBT para oito dos nove Estados da região -Sergipe não tem emissora afiliada-, o tucano disse também que incluirá mais 2 milhões de nordestinos no programa social. A candidata do PT, Dilma Rousseff, não compareceu ao debate, no Recife, alegando problemas de agenda. Ausente, foi criticada pelos adversários, mas em tom mais moderado do que em outros eventos anteriores a que faltou.

Se eleita, petista e Lula brigarão logo, diz tucano

Num discurso a cerca de 2.000 eleitores em uma das regiões do Nordeste que mais apoiam o presidente, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, buscou descolar a imagem da adversária Dilma Rousseff (PT) da popularidade de Lula. Serra afirmou que, se eleita, Dilma e Lula brigarão em “uma semana”. “Para político brigar é facílimo, é a coisa que mais acontece”, disse Serra, em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife, onde Lula obteve 77,7% dos votos em sua reeleição, em 2006.
Ele tornou a argumentar que Dilma é um “envelope fechado”. “Agora que abre uma pontinha do envelope já começa a aparecer coisas chatas, coisas desagradáveis”, disse.

USP vai reavaliar currículos e pode eliminar cursos

Principal universidade do país, a USP decidiu revisar todos os seus cursos de graduação. Com isso, poderá haver mudanças nos currículos (para dar mais liberdade aos estudantes) e fechamento de carreiras de baixa demanda no vestibular. A medida foi aprovada na semana passada pelo Conselho Universitário, órgão máximo da instituição, que reúne reitoria, diretores de unidades e representantes de todos os segmentos da escola.
A discussão começou ao se debater a viabilidade do aumento de vagas na graduação. “É importante que mesmo os cursos tradicionais verifiquem se é o caso de mudar, melhorar e até mesmo descontinuar certos cursos ou substituí-los”, disse ontem à Folha o reitor João Grandino Rodas, em cerimônia em Ribeirão Preto (SP).

Em evento, Dilma acusa Folha de parcialidade

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, acusou ontem a Folha de “parcialidade” por conta de reportagem sobre irregularidades apontadas por auditorias feitas pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, entre 1991 e 2002, em suas contas na Secretaria de Minas e Energia e na Fundação de Economia e Estatística do Estado.
Ela negou que tenha havido favorecimento na contratação da empresa Meta Instituto de Pesquisa para realizar a listagem de domicílios, como apontou uma das auditorias, e acusou o jornal de não registrar que suas contas foram aprovadas. Diferentemente do que ela disse, esta informação consta do texto principal, do “Outro Lado” e do infográfico que ilustrou a reportagem.

Solto, governador é recebido com festa na volta ao Amapá

Dez dias após serem presos por supostamente articular um esquema de corrupção no Amapá, o governador do Estado, Pedro Paulo Dias (PP), e seu antecessor, Waldez Góes (PDT), voltaram ontem a Macapá dizendo que foram injustiçados e tentando mostrar que ainda têm chances nas eleições. No final da tarde, foram recebidos em um dos maiores atos de suas campanhas à reeleição e ao Senado, com cerca de 5.000 pessoas. Com a volta, Dias reassumiu o governo do Estado. A multidão começou a chegar ao aeroporto da cidade por volta das 14h. Esperou o retorno dos candidatos até as 18h, quando saíram em carreata pelas principais ruas de Macapá. No último dia 10, eles foram alvo da Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal. Nela, foi desarticulado um grupo de políticos, empresários e servidores estaduais que pode ter desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos, segundo a PF. Dias e Góes estavam presos na superintendência da PF em Brasília e foram soltos no domingo, após o segundo pedido de prisão temporária dos dois vencer. A volta de Dias ao poder foi “antecipada” em sua propaganda eleitoral. Ele negou que renunciaria -como seu rival na disputa Jorge Amanajás (PSDB) sugeriu.
Na TV, afirmou que voltaria por acreditar “no povo e na Justiça”. Até então, a operação da PF e sua prisão ainda não tinham sido citadas em seu programa eleitoral.

No Estado, o líder da oposição é compadre do ex-governador

Mesmo tendo sido foco da Operação Mãos Limpas da Polícia Federal, o grupo político do ex-governador Waldez Góes (PDT) ainda é dominante nas eleições locais. Os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas para o governo são ou foram seus amigos e aliados. O líder nas pesquisas, o ex-deputado estadual Lucas Barreto (PTB) era aliado de Góes até 2003, quando virou oposição ao ex-governador.

Quadrilha desviou R$ 615 mi do setor público, diz promotor

O Ministério Público Estadual de São Paulo divulgou ontem que há provas de que uma suposta organização criminosa desviou pelo menos R$ 615 milhões após fraudar licitações públicas em três Estados e em 11 cidades do interior de São Paulo. Um dos focos da investigação é a Sanasa/Campinas (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A), empresa cujo acionista majoritário é a Prefeitura de Campinas (93 km de SP). A suposta quadrilha atuava nas áreas de segurança, vigilância e limpeza em São Paulo, Minas Gerais e Tocantins, segundo as apurações.
Oito suspeitos foram presos na sexta-feira, em Campinas e na capital paulista. Dois estão foragidas.

Correios mantêm contratos sob suspeita

Os Correios vão manter os contratos com a empresa aérea MTA (Master Top Airlines), apesar das acusações de irregularidades e tráfico de influência. A MTA foi o pivô da crise que derrubou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e ontem provocou a demissão do diretor de Operações dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva. A companhia aérea possui quatro contratos de transporte de cargas com a estatal no valor de R$ 59,8 milhões. O presidente dos Correios, David José de Matos, defendeu ontem a MTA e disse que os contratos são regulares porque foram feitos por meio de pregão eletrônico.

Cid e Ciro Gomes não são investigados, de acordo com Ministério Público e PF

As investigações sobre fraudes em licitações em prefeituras do interior do Ceará não atingiram nenhuma autoridade, segundo o Ministério Público e a Polícia Federal. Os órgãos disseram que não investigam possível envolvimento do governador Cid Gomes (PSB) e de seu irmão, o deputado federal Ciro Gomes (PSB), no caso. A edição desta semana da revista “Veja” afirma que Cid, candidato à reeleição, e Ciro, ex-ministro da Integração Nacional, tiveram campanhas financiadas com recursos dessas licitações.

Aliado incômodo

Um tipo caboclo, de 1m89 de altura, conduz 15 mil pessoas pelas ruas do centro de Duque de Caxias, em uma caminhada pró-José Serra, que chega para o evento com quase três horas de atraso. O tipo é o presidente do PSDB no Estado do Rio e prefeito de Duque de Caxias (município de 872 mil habitantes, na Baixada Fluminense), José Camilo Zito, 57, conhecido como o “rei da Baixada”. Ele é o principal cabo eleitoral do presidenciável no Estado e o único prefeito fluminense a investir na campanha. De microfone em punho, conduz a massa pelas ruas em ritmo de funk, uma herança dos tempos da juventude, quando foi dono do Zito”s Club, uma casa popular de dança, em Caxias. A caminhada aconteceu no dia 21 de agosto (foi a segunda do mês que ele organizou para Serra na cidade), mas Zito continua com o atraso de Serra entalado na garganta, a ponto de incluir a impontualidade do candidato entre os problemas da campanha.

Tucano chegou a ser preso, mas foi inocentado

O prefeito José Camilo Zito dos Santos foi absolvido, por falta de provas, da acusação de ter encomendado o assassinato do ex-subsecretário de Serviços Públicos Ary Vieira Martins. O crime ocorreu em 1993, quando ele era vereador -a absolvição veio em 2002. Ele chegou a ser preso duas vezes por conta da acusação. Na segunda, em 1994, estava no aeroporto, esperando pelo então candidato à Presidência Fernando Henrique Cardoso, para levá-lo a um comício. O advogado de Zito, Anilton Loureiro, disse que esse foi o único processo criminal contra o político, que, por conta da acusação, ganhou fama de truculento.

O Globo

Dilma: ‘Ninguém sabe tudo o que acontece na família’

Quatro dias após a demissão de seu braço-direito da Casa Civil, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, minimizou ontem as denúncias de tráfico de influência que envolvem a ex-ministra Erenice Guerra e o filho dela, Israel Guerra, além de outros integrantes do governo. Em campanha em São Gonçalo, no Rio, perguntada sobre as críticas do adversário José Serra (PSDB), que questionara a capacidade administrativa de Dilma afirmando que ela não é capaz ou é cúmplice dos supostos crimes, a petista reagiu: Nem uma coisa nem outra. Sabe por quê? Não acredito que alguém saiba tudo o que está acontecendo na sua própria família. E também não acredito que alguém saiba tudo o que acontece no governo.

Diretor citado em escândalo entrega carta de demissão

Alçado à direção dos Correios para estancar uma batalha política na estatal, o coronel Eduardo Artur Rodrigues foi obrigado a pedir demissão ontem a fim de tentar debelar uma crise ainda mais grave, que contaminou a Casa Civil da Presidência da República. O coronel deixou a direção de Operações por conta das relações nebulosas com o comando da Master Top Airlines (MTA), empresa de transporte de cargas que se valeu do lobby da empresa Capital, dos filhos da ex-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, para renovar a licença de operação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na carta de demissão, o coronel Rodrigues afirma que sua saída não decorre de sua proximidade com a transportadora de cargas, contratada pelos Correios. Minha família está emocionalmente destroçada, minha vida sendo revirada e meu nome sendo alvo de suspeitas absurdas e infundadas.

Centrais fazem ato contra a imprensa

Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusar a imprensa de agir como partido político, as centrais sindicais, alguns sindicatos, partidos governistas e movimentos sociais farão na quinta-feira o Ato contra o golpismo midiático, em São Paulo. O convite para o evento, divulgado pelo PT, acusa a imprensa de castrar o voto popular, deslegitimizar as instituições e destruir a democracia. E não faz menção explícita à onda de denúncias de corrupção que atingem a Casa Civil da Presidência.

PSDB quer investigação sobre TV estatal

O PSDB quer que o Ministério Público investigue a ação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da emissora oficial do governo, de gravar a participação do presidente Lula em comícios e outras agendas eleitorais da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segundo o advogado José Eduardo Alckmin, que atua pelo PSDB, será protocolada uma representação junto ao procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, para que o MP apure se está havendo uso da máquina, já que as gravações são feitas com equipamentos da EBC. Tanto a EBC quanto o Palácio do Planalto divulgaram notas confirmando as gravações, mas negam irregularidades e criticam o jornal Folha de S.Paulo, que publicou ontem notícia sobre a suposta irregularidade.

Erenice mantém cargos em estatais

Derrubada pelo escândalo de corrupção e suposto propinoduto instalado na Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra continua como integrante dos conselhos de administração de duas importantes estatais: BNDES e Eletrobras. No caso da Eletrobras, onde a ex-ministra recebe R$ 5.122 mensais para participar de uma reunião a cada três meses, depende da União, a acionista majoritária, tomar a decisão e dar início ao processo burocrático para efetivar a substituição. Até ontem à noite, a Casa Civil não havia se posicionado sobre a decisão de pedir ou não a substituição de Erenice Guerra no Conselho de Administração da Eletrobras. No Conselho do BNDES, onde ela recebe R$ 33.934 mil por ano, já há a decisão de afastá-la imediata e automaticamente, só faltando agora a formalização.

Planalto: Lula pede rapidez na investigação

A série de denúncias de corrupção envolvendo ex-assessores e familiares da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra foi tema da reunião de coordenação de governo, comandada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na coordenação e na audiência com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, segundo o Planalto, o presidente pediu pressa e rigor nas investigações de todas as denúncias, independentemente de quem são os envolvidos ou os acusadores. Na véspera, em comício em Campinas, Lula atacara duramente a imprensa por causa das denúncias.

MP denuncia Tiririca por falsidade ideológica

O Ministério Público Eleitoral de São Paulo denunciou à Justiça, por falsidade ideológica, Francisco Everardo dos Santos, o palhaço Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR que pode ser o mais votado em São Paulo, segundo pesquisa Datafolha. A denúncia foi baseada em entrevista à Veja, na qual o humorista disse que declarou à Justiça Eleitoral não ter bens porque colocou o seu patrimônio em nome de terceiros, já que responde a processos trabalhistas e movidos por sua ex-mulher. O promotor da 1 aZona Eleitoral da capital, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, pediu à Justiça a quebra de sigilo fiscal e bancário do candidato, e cópias de processos que tramitam contra ele em segredo de Justiça no Ceará: Ele faz declaração falsa, mas diz que na verdade tem bens e em nome de terceiros.

Gasolina grátis para ir à carreata

Duas horas antes da chegada de Roseana Sarney ou apenas Roseana a Codó, no domingo, havia um congestionamento de motos numa fila desorganizada em frente a uma bomba de gasolina no Auto Posto Alencar. Cada motoqueiro recebeu, de graça, três litros de gasolina. Em troca, eles teriam que engrossar a carreata da vitória de Roseana, pendurando uma bandeira da candidata na garupa. O carona poderia ir balançando a bandeirola também. Um fiscal acompanhava de perto cada abastecimento, anotava placa da moto, o nome do motoqueiro, dava instruções aonde ir e alertava a militância remunerada: Se não estiver na carreata, vai ter que devolver o dinheiro. Vamos atrás, avisou um dos fiscais ao grupo.

Na campanha, Roseana deixa de ser Sarney

Nome que batiza ponte, avenida, praça e até uma cidade no Maranhão, o senador José Sarney (PMDBAP) está ausente nas eleições no estado este ano. A filha e governadora Roseana (PMDB) aboliu o sobrenome Sarney na campanha à reeleição. Não é feita qualquer referência ao ex-presidente nos comícios, no programa de TV ou no material de propaganda. Ao menos publicamente, Sarney está distante do embate, o primeiro desde que estourou o escândalo dos atos secretos no Senado, em 2009. Roseana colou sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Os dois estão no jingle, em todos os cartazes e o tempo inteiro na TV: É o arrastão da Dilma, do Lula e da Roseana, diz a propaganda eleitoral.

Fazenda é impedida de flexibilizar LRF

O Ministério da Fazenda sofreu ontem mais uma derrota na tentativa de flexibilizar as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal para concessão de incentivos fiscais, em plena campanha eleitoral. Marinus Marsico, procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), emitiu parecer contrário a um recurso da Fazenda que defende a compensação dos incentivos com o uso do excesso de arrecadação, hipótese não prevista na LRF e já rejeitada pelo TCU em auditoria concluída em abril. A limitação reflete a finalidade da LRF, evitar concessões descomedidas de renúncias de receitas disse Marsico.

Governador do Amapá reassume e nega intenção de renunciar

O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), que deixou a prisão na madrugada de sábado para domingo, desembarcou ontem em Macapá no fim da tarde, reassumiu o cargo e negou qualquer intenção de renúncia. Ele foi preso na Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, em 10 de setembro, suspeito de integrar suposto esquema de corrupção local. Candidato à reeleição, Pedro Paulo chegou com o antecessor, Waldez Góes (PDT), que concorre ao Senado e estava preso pelo mesmo motivo. Eles foram recebidos por militantes, que fizeram carreata em seguida.

Procurador-geral dá parecer contra Roriz

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário à candidatura de Joaquim Roriz (PSC), um dos favoritos na corrida ao governo do Distrito Federal. O parecer vai auxiliar os ministros da Corte no julgamento do recurso no qual o político pede para concorrer ao cargo. Roriz foi impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de se candidatar, com base na Lei da Ficha Limpa. A decisão, que servirá de parâmetro para traçar o destino de outros fichas sujas, deverá ser tomada amanhã pelo Supremo.

O Estado de S. Paulo

Lula chama Paulo Bernardo para conter crise nos Correios

A 13 dias da eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu ontem as férias do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e cobrou dele providências para estancar a crise na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Lula quer que Bernardo seja uma espécie de interventor para fazer uma operação pente-fino na estatal e apagar o foco de tensão política que pode respingar na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Foi o ministro que, ao lado da então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, recomendou ao presidente a troca de comando nos Correios. As mudanças no primeiro escalão ocorreram em 28 de julho, sob a alegação de que era preciso combater o fisiologismo e a ineficiência na empresa.

Erenice mantém cargos no BNDES, Eletrobrás e Chesf

Obrigada a pedir demissão da Casa Civil, Erenice Guerra mantém cargos no conselho da Eletrobrás, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e também no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – órgão que está no centro do esquema de lobby e tráfico de influência montado por Israel Guerra que motivou a queda de Erenice. Com salário de R$ 5.122 mensais para participar de uma reunião a cada três meses, Erenice ocupa uma das 11 vagas no Conselho de Administração do BNDES, sob indicação do Ministério do Desenvolvimento, comandado por Miguel Jorge.

Dilma ataca tucano e se cala sobre denúncias

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, preferiu criticar seu principal concorrente na eleição, José Serra (PSDB), a fazer comentários sobre a série de escândalos que afeta a Casa Civil, pasta que ocupou entre 2005 e 2010, e os Correios. Ao ser questionada sobre o assunto, a petista, que participou de rápido compromisso de campanha em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, alegou que não tinha condições de fazer uma avaliação, pois estava fora do governo e não tinha acesso a todas as informações.

Justiça quebra sigilo de lobista amigo de governador do TO

A Justiça determinou a quebra do sigilo bancário e o bloqueio de contas do lobista Maurício Manduca, amigo do governador do Tocantins, Carlos Gaguim (PMDB). A ordem do juiz Nelson Augusto Bernardes, titular da 3.ª Vara Criminal de Campinas (SP), alcança ainda o empresário José Carlos Cepera, que mantém negócios com a administração do peemedebista. O lobista e o empresário estão presos desde sexta-feira acusados de chefiarem esquema de fraude em licitações. O nome de Gaguim é citado em interceptações telefônicas autorizadas judicialmente em investigação do núcleo Campinas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual. Os dados relativos a ele foram enviados para o Superior Tribunal de Justiça, corte que tem competência para eventual abertura de inquérito.

Ministros do STF pedem sistema antigrampo em seus telefones

Com medo de que suas ligações telefônicas sejam grampeadas, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defendem a instalação de um sistema de telefonia criptografado. Na sessão administrativa ocorrida na última quinta-feira no gabinete do presidente da corte, Cezar Peluso, os integrantes do STF conversaram sobre a possibilidade de os telefones fixos que eles usam também serem antigrampo. Atualmente, cada um dos ministros conta com dois aparelhos celulares criptografados. Um aparelho fica com o ministro e o outro com uma pessoa escolhida por ele. Por meio do sistema de criptografia, as conversas originais são transformadas em irreconhecíveis e não podem ser entendidas por um eventual interceptador da ligação.

Petista em apuros apela a lula

Foi na maré vermelha de 2006 que a petista Ana Júlia Carepa se elegeu governadora do Pará, acabando com uma hegemonia de 12 anos do PSDB. A ex-nadadora das piscinas curtas do Remo, tradicional clube da elite paraense, no entanto, está com dificuldades de repetir a façanha. Ela é uma rara aliada do Planalto na região amazônica que não consegue aproveitar a pororoca provocada pela popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem estraçalhando as barrancas da oposição nos Estados da Região Norte. Com ombros alargados pela prática do esporte na juventude, calça jeans apertada e blusa ainda mais justa, Ana Júlia, de 52 anos, mantém a autoestima elevada de quem ocupa um cargo cobiçado, mas está politicamente desesperada e cada vez mais rouca. A última pesquisa do Ibope apontou que ela está a 10 pontos do tucano e antecessor, Simão Jatene.

Correio Braziliense

Adriana agiu na morte dos pais, diz inquérito

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Adriana Villela pela suposta participação no assassinato do ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, da mulher e da empregada, em 28 de agosto do ano passado. No inquérito encaminhado à Justiça e sob análise do Ministério Público, os investigadores indiciaram a filha do casal por envolvimento no triplo homicídio. Também aguarda parecer da promotoria a prisão de mais quatro pessoas, acusadas de denunciação caluniosa e de fraude processual: a delegada Martha Vargas, o policial José Augusto Alves, a vidente Rosa Maria Jaques e o marido dela, João Tochetto. O advogado de Adriana, Rodrigo de Alencastro, admite recorrer a um habeas corpus preventivo em favor da cliente. Não há qualquer elemento que possa justificar o indiciamento. Ela é uma vítima disso tudo, perdeu os pais e ainda é acusada. É uma situação surreal.

Apuração ampla em busca de refresco

O governo optou por ampliar a lista de investigados e por exigir celeridade na verificação das denúncias que rondam a Casa Civil. A tentativa é amenizar o cenário eleitoral e interromper com o início efetivo das apurações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) as sucessivas denúncias até 3 de outubro. Hoje, os envolvidos no suposto esquema de lobby montado por Israel Guerra, filho da antiga chefe da pasta Erenice Guerra, começam a ser ouvidos na PF. Durante a reunião de coordenação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou agilidade. O governo é o maior interessado na apuração das denúncias feitas nas últimas semanas. Precisamos saber se quem denunciou tem provas. Se o denunciado realmente cometeu irregularidade será punido. O presidente Lula quer que todas as denúncias, não importa se pequenas, médias ou grandes, sejam apuradas, disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre o encontro com os ministros.

Lula exige um pente-fino

Inconformado com o estouro do caso Erenice Guerra a menos de um mês da eleição, o presidente Lula determinou ontem ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que acione o ministro das Comunicações, José Filardi, e juntos passem um pente-fino na administração da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) a mesma que surgiu como pivô do mensalão e agora volta como novo foco nervoso do segundo escândalo a derrubar um chefe da Casa Civil. Primeiro, José Dirceu. Agora, Erenice. A avaliação do presidente é a de que a empresa está meio sem rumo e precisa ser saneada e organizada para funcionar a contento.

“Abestado com jeito de campeão de votos

Ele se apresenta três vezes na semana por apenas 35 segundos na televisão. Parece pouco, mas é tempo suficiente para fazer um enorme sucesso e um grande estrago na concorrência. Vestido de palhaço, intitula-se e chama o eleitor de abestado. Diz que não sabe o que vai fazer em Brasília e assume desde já que quer ser eleito deputado federal por São Paulo para ajudar os mais necessitados, inclusive a própria família.
Parece brincadeira, mas o humorista Francisco Everaldo Oliveira Silva, 45 anos, mais conhecido como Tiririca, virou fenômeno de popularidade. Uma projeção não oficial feita pelo Ibope estima que ele terá ao menos 1 milhão de votos. Com tanta popularidade, vem gravando programas eleitorais para candidatos do Ceará, do Amazonas e da Bahia, apesar de concorrer apenas em São Paulo. Num dos programas, o artista desdentado aparece com o rosto coberto com as próprias mãos. Pergunta: Você sabe quem está aqui?. Ele mesmo responde: Sou eu, o Tiririca. Vote em mim senão eu vou morrer.

PR, o lar dos fichas sujas na Câmara

O PR pode ser considerado o refúgio preferido dos fichas sujas no Congresso Nacional. De acordo com estudo da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil, dos 24 deputados federais implicados judicialmente que trocaram de legenda nos últimos quatro anos, metade teve como endereço o Partido da República. Somando senadores e deputados estaduais e distritais, o número sobe para 21. Depois do PR, a legenda que mais acolheu fichas sujas foi o PMDB, com 12 novos filiados, seguido pelo PSDB, com 10. De acordo com a ONG, o troca-troca partidário movimentou 234 parlamentares desde 2006 14% do total de eleitos nas urnas. Entre os infiéis, 93 apresentam ocorrência na Justiça ou em tribunais de contas.

Folhas de ponto ociosas

O recesso branco adotado pelo Congresso no período eleitoral reduziu a produção da Câmara a zero, mas foi benéfica para os seus servidores. Muitos deles conseguiram gozar licenças de capacitação que estavam represadas. A maior parte optou por fazer cursos de língua inglesa. Nos últimos quatro meses, foram aprovadas licenças para 155 servidores, sendo 25 com viagens para o exterior. Na média, cada um fica dois meses afastado do serviço. No total, as dispensas do ponto somaram 8.841 dias o equivalente a 24 anos. Com salários pagos pela Câmara, os servidores puderam passear por Paris, Londres, Barcelona, Viena, Sydney, cumprindo carga horária mínima de 15 horas semanais nos cursos realizados. Ainda no recesso branco, a servidora Maria Barbosa foi liberada pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), para representar o Brasil na Copa América e na Copa Caribe de Dardos, em Abaco, nas Bahamas, durante 14 dias, com dispensa do ponto.

Da prisão para o governo do Amapá

O governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), que ficou preso por nove dias, reassumiu o cargo ontem à noite, tão logo chegou à capital Macapá. Ele estava detido na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, pelo suposto envolvimento com fraudes em licitações e contratações irregulares de serviços. Candidato à reeleição, Dias desembarcou no aeroporto de Macapá com uma bandeira do estado nas mãos, com o ex-governador e candidato ao Senado Waldez Góes (PDT), também preso durante a Operação Mãos Limpas da Polícia Federal (PF). Ambos foram recebidos com festa por militantes, que os carregaram, e fizeram uma carreata em direção ao centro da cidade.

Caça aos infiéis

A 13 dias das eleições, o governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição, ganhou ontem o apoio de 47 prefeitos da oposição. Quatorze chefes de Executivos municipais do PT e 33 do PMDB, segundo o comitê de campanha de Anastasia, assinaram uma carta de adesão, que foi entregue ao candidato durante ato simbólico no Palácio das Mangabeiras. Em entrevista, o governador considerou que a adesão na reta final da campanha ocorreu por causa do reconhecimento dos prefeitos à gestão republicana do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que destinou verbas e benfeitorias para todas as cidades do estado sem discriminar adversários. Congresso em foco

Equipe Fenatracoop

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