Cambé, PR – Até a próxima sexta-feira (15), uma equipe do Ministério da Saúde realiza visitas técnicas em Cambé para avaliar o sistema público de saúde do município. O objetivo é verificar se a cidade atende aos critérios para receber o certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV — quando o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
Desde 2022, Cambé não registra casos desse tipo de transmissão, resultado de um trabalho contínuo da Secretaria Municipal de Saúde entre os anos de 2022 e 2023. A certificação, de referência nacional e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é concedida apenas a municípios que cumprem rigorosamente os protocolos de prevenção.
O que é a transmissão vertical do HIV
O HIV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que, sem tratamento adequado, pode ser transmitida da mãe para o bebê. De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de transmissão vertical pode chegar a 30% sem a utilização da terapia antirretroviral (Tarv). Quando adotada corretamente, junto a outras medidas preventivas e à ausência de amamentação, essa taxa pode cair para menos de 2%.
Ações de Cambé no cuidado à gestante
Em Cambé, o cuidado com as gestantes é prioridade na rede municipal. Quando há diagnóstico positivo para HIV, a paciente é encaminhada ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município. Nesse local, recebe acompanhamento especializado, coleta de exames, medicação e atendimento multiprofissional. O parto é direcionado a uma maternidade de referência para garantir a segurança do bebê.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Talita Bengozi, a atenção é integral, desde o início do pré-natal até o nascimento. “Essa possível certificação é um reconhecimento da qualidade do serviço prestado às gestantes. Sempre tratamos a saúde materna como prioridade, e essa chancela reforça nosso compromisso com o binômio mãe-bebê”, destacou.
Critérios para certificação
Para receber o selo, é necessário que o município tenha mais de 100 mil habitantes e cumpra, por pelo menos dois anos, as metas de indicadores de processo e, por pelo menos um ano, os indicadores de impacto. Além disso, é preciso manter um sistema de vigilância de casos, um comitê de prevenção e investigação e garantir todas as medidas preventivas indicadas.
A equipe de validação do Ministério da Saúde está avaliando quatro eixos: garantia de direitos humanos, taxas de incidência de transmissão, cobertura de consultas pré-natal e adesão ao tratamento antirretroviral. Ao final, será produzido um relatório que passará por comissões nacionais. A divulgação do resultado está prevista para o fim do ano.