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Na manhã desta quinta-feira, 6 de junho de 2024, a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram a Operação Anemia, visando o cumprimento de 7 mandados de prisão e 53 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens, expedidos pela Justiça Federal de Curitiba. A operação foi realizada em diversas cidades dos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, incluindo a cidade de Cambé, onde um dos mandados de busca foi cumprido em um condomínio de luxo na entrada da cidade.
As investigações, iniciadas em 2020, tinham como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida na importação ilegal de grandes quantidades de mercadorias estrangeiras, principalmente eletrônicos, sem seguir os devidos procedimentos legais. O grupo atuava desde 2014, introduzindo irregularmente mercadorias no país através da fronteira com o Paraguai. Com o tempo, a organização chamou a atenção das autoridades pela intensa movimentação financeira, realizada por meio de laranjas e empresas fictícias, além do uso de criptomoedas para a remessa de valores ao exterior.
Os criminosos adquiriram produtos eletrônicos diretamente de fornecedores nos Estados Unidos, China e Hong Kong, contratando sua remessa para o Paraguai, de onde eram introduzidos no Brasil. O pagamento dos produtos era efetuado através de uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior, utilizando criptomoedas para efetivar a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro.
Além das atividades de contrabando e descaminho, a organização criminosa contava com a colaboração de agentes públicos ativos e inativos, incluindo membros da segurança pública. A operação teve o apoio das corregedorias da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal do Paraná. Durante a ação, foi determinado judicialmente o bloqueio de bens e valores estimados em quase 400 milhões de reais.
Participaram da operação aproximadamente 230 policiais federais e 34 auditores-fiscais da Receita Federal. As ordens judiciais, expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba, incluíram o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou alto valor encontrados.
A operação em Cambé destacou-se pela realização de uma busca em um condomínio de luxo, evidenciando o nível de organização e os recursos financeiros do grupo criminoso.