Cardiologista cambeense Giovana Munhoz Khalil aborda a importância da prevenção em relação às doenças cardiovasculares e como essa nova diretriz pode ajudar na conscientização das pessoas
Nos últimos dias, uma mudança no entendimento do que pode ser considerado pré-hipertensão pela sociedade médica brasileira e mundial chamou a atenção dos brasileiros: os valores 12 por 8 e 13,9 são considerados valores de risco para a saúde!
E os brasileiros, sejam homens ou mulheres, precisam se atentar a situação, pois segundo pesquisa feita pela Escola de Enfermagem da UFMG, baseada em dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), elaborada em 2024, 32,3% dos brasileiros adultos têm hipertensão! Por tudo isso, fomos conversar com a cardiologista Giovana Munhoz Khalil, médica que reside e atende em Cambé, sobre as novas diretrizes apresentadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Confira:

Coluna Bela Manchete: 1-As atualizações nas diretrizes veiculadas nos últimos dias na Europa e consequentemente no mundo inteiro, trazem mudanças no diagnóstico e no tratamento da hipertensão, com destaque para a pressão “12 por 8” que, antes considerada normal, passa a ser vista como “pressão arterial elevada”. Com isso, a pressão ideal passa a ser de “12 por 7” (ou 120/70 mmHg). Como os brasileiros, homens e mulheres devem encarar essa nova classificação?
Dra. Giovana Munhoz Khalil R: As doenças hipertensivas, cardiovasculares, isquêmicas (Doenças isquêmicas são aquelas causadas pela redução ou ausência de fluxo sanguíneo e oxigênio para um órgão ou tecido do corpo, sendo a doença isquêmica do coração ou cardiopatia isquêmica, a mais comum, caracterizada pelo estreitamento ou obstrução das artérias coronárias) e cerebrovasculares que estão relacionadas com níveis elevados de pressão arterial são as que mais matam no mundo todo! Dessa forma, classificando como pré hipertenso o valor de 120/80, podemos cuidar precocemente de forma a evitar todas essas doenças.
Coluna Bela Manchete: 2-Segundo pesquisa feita pela Escola de Enfermagem da UFMG, baseada em dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), elaborada em 2024, 32,3% dos brasileiros adultos têm hipertensão. Desses, apenas 60,8% sabem que têm a doença, ou seja, quase 4 em cada 10 não sabem. Com essas novas diretrizes os números mudarão? A pressão “12 por 8” pode ser considerada alerta total ou é apenas um cuidado preventivo que os Conselhos e Associações Médicas querem ter?
Dra. Giovana Munhoz Khalil R: Seguindo as Diretrizes mundiais, a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou no seu último congresso a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Uma grande novidade é a recomendação de que se sua pressão arterial é 120/80 você já deve procurar um Cardiologia pois você já é um pré-hipertenso. O médico irá avaliar seus riscos e já criar metas de mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, já iniciar terapia medicamentosa para deixar essa pressão normal (abaixo de 120/70).
Coluna Bela Manchete 3- Como uma pessoa que costuma ter a pressão arterial “12 por 8” deve agir a partir de agora?
Dra. Giovana Munhoz Khalil R: E como eu posso saber se minha pressão está normal (abaixo de 120/70)? Você pode fazer medições em domicílio com a aparelho próprio (esfigmomanômetro), mas idealmente é passar por avaliação médica para fazer um check up e o médico avaliar todo seu histórico, risco de doenças, objetivos de acompanhamento e início de medicação (se necessário). Lembrar que nesses níveis de pressão os pacientes são assintomáticos!
E a cardiologista Giovana comenta ainda sobre a ideia de que o uso de medicamentos é utilizado de forma drástica e certa. “E sempre é necessário medicação? Às vezes, não. Muitos pacientes apresentam um estilo de vida muito favorável para desenvolver a hipertensão arterial, e nosso foco é avaliar e orientar esse paciente, fazendo um acompanhamento regular e iniciando medidas medicamentosas somente se a pressão arterial persistir elevada após essa mudança no estilo de vida, como praticar atividades físicas, se livrar do tabagismo, buscar não consumir bebidas alcoólicas constantemente , entre outras ações.O mais importante de tudo isso é a prevenção”.
A Coluna Bela Manchete salienta que segundo informações veiculadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, essas novas diretrizes não se aplicam às crianças menores de 13 anos. Para informações sobre doenças cardiovasculares em crianças e jovens, é preciso buscar atendimento específico com cardiologistas especializados em crianças e adolescentes.
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