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Os moradores de algumas cidades do noroeste do Paraná vêm discutindo, em audiências públicas, a proposta de instalação de duas hidrelétricas do Rio Piquiri. Na terceira delas, agricultores, representantes do Ministério Público (MP-PR) e especialistas se reuniram, na quarta-feira (5), no Centro de Eventos de Iporã para analisar a ideia.
“Vim aqui para ver qual é a proposta deles, porque a gente nasceu lá [às margens do rio], né? Mora lá até hoje. Meu pai criou seis filhos por lá”, diz o agricultor Adão José Ferreira da Silva, explicando o motivo pelo qual participou da audiência.
O principal problema, apontam os moradores e alguns especialistas, é que as usinas vão inundar cerca de 80 propriedades rurais na região. “O custo-benefício do aproveitamento hidrelétrico do Rio Piquiri e do Rio Ivaí é negativo. Esse patrimônio, não só o rio, mas as pessoas, está exatamente nas áreas impactadas pela construção de lagos artificiais”, opina o promotor público Robertson Fonseca de Azevedo.
As audiências não servem apenas para o povo opinar, mas fazem parte do processo legal para a liberação das licenças ambientais. “É o espaço que o IAP, antes de decidir o local e se vai realmente fazer, ele pergunta para a população. Se é um empreendimento para o estado do Paraná, então o povo paranaense tem que ser ouvido e respeito”, ressalta o diretor do Instituto Chico Mendes, Eric Xavier.
O debate é uma das exigências para a liberação de uma licença prévia, o documento necessário para que a obra seja realizada. Por enquanto, apenas a Companhia Paranaense de Energia (Copel) demonstrou interesse em construir as hidrelétricas.
“Vamos falar de 1.500 empregos sendo gerados durante quatro anos. Ou seja, é uma contribuição significativa para os impostos municipais e para a qualificação de mão-de-obra, que fica na região. Então, benefícios existem sim”, disse o diretor da Copel, César Pirajá.
Fonte: G1/Paraná
