InícioBela MancheteProibição do uso dos celulares nas escolas e a mudança imediata do...

Proibição do uso dos celulares nas escolas e a mudança imediata do ambiente escolar

O uso dos celulares por crianças e adolescentes é uma pauta que há anos permeia as discussões de educadores e profissionais da saúde mental, devido ao alto impacto que o uso das telas causa no desenvolvimento cognitivo e social dos mesmos! De acordo com muitos professores e instituições de ensino- públicas e particulares-, o uso do celular “ultrapassou” o limite do aceitável nas salas de aula. E atento à situação crescente, o Governo Federal sancionou há pouco mais de um mês, a Lei nº 15.100/2025 que proíbe o uso de celulares e de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante aulas, recreios e intervalos em todas as etapas da educação básica. Mas o que será que psicólogos e educadores de nossa Cambé pensam sobre essa mudança?!

Fui conversar com a psicóloga e psicopedagoga, Daiane Duarte Scorpioni e com a professora Iraceles Domezi sobre a mudança que a proibição do uso dos celulares gerarão na vida das crianças e adolescentes a partir de agora. Confira:

“Como psicóloga acredito que a Lei 15.100/2025 possa, sim, ter um impacto positivo no desenvolvimento mental e emocional das crianças e jovens, uma vez que uso excessivo de celulares tem se mostrado um fator de distração e pode prejudicar o foco e a aprendizagem durante as aulas. Contudo, o fato de a lei ter por objetivo não apenas a limitação, mas sim a proibição, atribui a ela um caráter mais punitivo, ao invés de educativo, este é um ponto negativo”, conta Daiane Scorpioni.

Já a professora Iraceles Domezi pontua sobre a diferença de postura e interação social entre os alunos no ambiente escolar, após a proibição do uso do celular nas escolas. “O celular inegavelmente prende muito a atenção, ele nos deixa “neutros” ao que acontece a nossa volta, e especificamente em relação aos jovens, o celular não era aliado em sala de aula, mas, sim, um objeto de distração. Com o celular sendo manuseado pelos alunos, eles se esqueciam do que realmente importava em sala: que era aprender, interagir, cuidar de seus materiais e até saber o outro”.

A psicóloga Daiane também aborda a questão da importância da interação social e empatia, situações que resultam da convivência real e interativa na vida escolar.  “O uso excessivo do celular, especialmente em situações sociais, pode levar as crianças e jovens a se isolarem dos outros, pois grande parte das vezes, a interação com os dispositivos se torna mais “atrativo e seguro” do que se envolver em conversas ou brincadeiras com colegas, o que prejudica o desenvolvimento de habilidades sociais, como empatia, resolução de conflitos e construção de relações afetivas. O uso excessivo de celulares também pode enfraquecer as habilidades de comunicação direta gerando prejuízos principalmente na vida  escolar, mas principalmente na vida adulta”.

Já Iraceles comenta sobre a diferença no trabalho conjunto: alunos e professores, pois segundo a pedagoga, agora é possível interagir e ver os alunos focados no conteúdo em sala de aula. “A retenção da atenção dos alunos cresceu drasticamente. Percebia que mesmo os alunos mais conscientes, acabavam conferindo mensagens em aplicativos de mensagens e redes sociais durante a aula. Era complexo ver o “quase vício” desenvolvido pelos jovens ´por estes dispositivos. Hoje, temos de volta salas “barulhentas” com alunos realmente dispostos”.

Porém, mesmo com diferentes benefícios e mudanças de comportamento por parte das crianças e jovens nas escolas, a psicóloga Daiane Duarte alerta sobre os questionamentos e discussões que precisam ser feitas a partir de agora pela sociedade em relação aos celulares , as crianças e jovens. “Com o intuito de priorizar a saúde mental, para mim, a discussão mais pertinente no momento é analisar se de fato os benefícios tem sido maiores do que os prejuízos. Um segundo ponto que acredito ser indispensável, é discutir sobre o uso saudável da tecnologia, ensinando as crianças a equilibrar o mundo digital com o real, pois não há volta, nossa sociedade hoje é ativa digitalmente. E, por fim, acho importante ressaltar também que o limite do uso das telas não dever estar restrito apenas ao ambiente escolar, os familiares precisam participar ativamente desta medida, monitorando e conscientizando o uso, além de promoverem e incentivarem atividades offline. Mas principalmente, os pais precisam ser exemplo, precisam ter uma conduta offline em casa.

E você mamãe, titia, avó… O que pensa sobre tudo isso?! Esse conteúdo precisa de nossa atenção e discussão! Mande sua sugestão de pauta no instagram Bela Manchete:

https://www.instagram.com/belamanchete?igsh=Y25vbHh5dGkwMDZj   .

Confira as redes sociais das entrevistadas:

https://www.instagram.com/id.preparatorio.cambe?igsh=czZnbWpuNndnd3Vn
https://www.instagram.com/daia.duartescorpioni?igsh=MWVwcXZwNG1qdG5oZg==

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Must Read

spot_img