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sábado, novembro 16, 2024

Manchete nos Jornais para esta Quinta-Feira 14 de Outubro de 2010

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Espetáculo chileno – Decisão do STJ ameaça impedir prisão por lei seca – Liminar pode livrar Protógenes de julgamento – Correios devem mudar após eleições, diz ministro – Maior entrave a apoio de Marina é área ambiental – Bolsa-Família age como freio à queda de petista …

FOLHA DE S. PAULO

Governo revê plano de Marina para Amazônia
Para a atual ministra do Meio Ambiente, há excesso de preservacionismo
O PAS (Plano Amazônia Sustentável), maior legado de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, será revisto, relata Cláudio Angelo. A nova versão deverá incluir projetos de mineração, defesa e hidrelétricas.
A reforma do plano começou a ser debatida em seminário da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) justamente quando o PT tenta atrair os 20 milhões de eleitores da candidata do PV para o segundo turno.
O PAS foi elaborado por Marina por três anos. Ela costumava se referir ao plano como “filho”. Quando decidiu lançá-lo, em 2008, o presidente Lula delegou a execução à SAE, e Marina decidiu deixar o ministério.
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) criticou o excesso de “preservacionismo” na política ambiental. Segundo o ministro Samuel Pinheiro Guimarães, da SAE, faltam ao PAS metas concretas.

Lei florestal trava acordo PSDB-PV
A exigência do PV para que José Serra (PSDB) se comprometa a barrar o novo Código Florestal tornou-se o principal entrave na campanha tucana para incorporar o programa de governo de Marina Silva (PV).
O documento do PV chegou ontem ao comitê de campanha de Serra, enviado por e-mail pelo presidente do PV, José Luiz Penna (SP).
“Com as melhores saudações verdes, encaminho propostas do PV e da senadora Marina Silva ao programa de governo”, diz o e-mail enviado por Penna.

PV nos Estados poderá apoiar Serra ou Dilma
Dirigentes estaduais do Partido Verde poderão apoiar José Serra (PSDB) ou Dilma Rousseff (PT) independentemente da posição nacional da legenda, a ser definida no domingo.
A decisão foi tomada ontem durante reunião da Executiva Nacional do PV, em Brasília. “O partido já tem uma cláusula que assegura àqueles que não forem maioria manifestar sua opinião”, disse Marina Silva.
Favorável a um apoio a Serra, o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que não haveria desconforto entre os verdes do Rio caso a decisão seja de apoio a Dilma Rousseff (PT).

Evangélico cobra que Dilma faça ‘carta à nação’
Após pressão de evangélicos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem em Teresina (PI) que estuda divulgar uma carta em que assumirá o compromisso de não modificar a atual legislação sobre aborto nem promover o casamento homossexual, entre outros temas tabus para religiosos.
A divulgação do documento foi discutida antes da viagem ao Piauí, durante reunião em Brasília com representantes de 51 denominações religiosas.
Elas exigiram de Dilma posição contrária ao casamento gay, adoção de crianças por homossexuais e regulamentação da função de profissionais do sexo, além da defesa da liberdade religiosa.

Serra afirma que mídia reproduz ‘pauta petista’
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou ontem a imprensa e acusou o jornal “Valor Econômico” de atuar em favor da adversária Dilma Rousseff (PT). Por duas vezes, o tucano ignorou perguntas de jornalistas, afirmando que eram “pauta petista”.
“O seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral”, disse Serra, em Porto Alegre, a um jornalista do “Valor”, após ser questionado sobre o caso do ex-diretor de engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.
Segundo reportagem da revista “IstoÉ”, que foi usada por Dilma no último debate, o engenheiro “fugiu” com R$ 4 milhões arrecadados extraoficialmente com empreiteiras -ele era responsável pelo controle das maiores obras viárias de São Paulo.
“Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos. O resto é factóide petista”, disse.
A resposta de Serra, ao criticar o “Valor”, não se referia, no entanto, a Paulo Preto.
Fazia menção implícita a uma entrevista com David Zylbersztajn, diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo) no governo FHC, na qual falou sobre sua visão do modelo de concessão do pré-sal.

PSDB busca novos doadores para reduzir rombo de R$ 20 mi
A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência fechou o primeiro turno com deficit de R$ 20 milhões, mas o desempenho do tucano e de seus aliados eleitos no primeiro turno melhoraram a previsão de arrecadação na reta final da eleição.
Segundo integrantes da campanha responsáveis pela captação de recursos com empresários e bancos, a previsão é que o deficit será equilibrado até o dia 20, quando vencem as primeiras parcelas de pagamentos com fornecedores.
Atingida a meta de sair do vermelho, o objetivo dos tucanos é obter mais R$ 50 milhões, o que, calculam, permitiria terminar a campanha com as contas zeradas.
Por enquanto, segundo a Folha apurou, o maior volume amealhado foi desembolsado por empreiteiras.

No governo FHC, Serra foi criticado por privatizar pouco
Embora o governo FHC tenha sido de fato mais privatista que o de Lula, como prega a campanha de Dilma Rousseff, a breve passagem de José Serra pelo comando do programa de desestatização teve resultados aquém do esperado e recebeu críticas de aliados e empresários que viam lentidão na venda de empresas estatais.
Serra foi ministro do Planejamento e responsável pelas privatizações de janeiro de 1995 até maio de 1996. No período, o governo se desfez do controle de apenas duas empresas -a maior delas, a Light, dez dias antes de o tucano deixar o cargo para uma candidatura derrotada à Prefeitura de São Paulo.
Para o primeiro ano, estava prevista uma receita de US$ 4 bilhões com a venda de estatais e participações minoritárias do Tesouro Nacional em companhias privadas, mas só US$ 1 bilhão foi obtido devido aos atrasos na Light e no Banco Meridional, só vendido dois anos depois.
O desempenho motivou pressões para que o comando do programa saísse das mãos de Serra. O PFL, atual DEM, passou a defender a criação de um ministério exclusivo para a privatização: “O Serra demorou mais de cem dias para decidir mandar a lei”, queixava-se o então presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), sobre o projeto que viabilizou a venda da Light.

Indio se diz favorável à união civil homossexual
Declarando-se em busca do “axé dos baianos”, o candidato a vice na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), participou ontem de encontro com aliados em Salvador e se disse favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo.
“Todos os candidatos não são contra ter união civil do mesmo sexo, se trata de um direito. O casamento é uma coisa da igreja, não tem nada a ver com a Presidência da República. Eu aprovaria [uma lei sobre o tema] com clareza”, afirmou.

Petistas criticam reacionarismo nas eleições
O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, comparou os ataques com viés religioso a Dilma Rousseff ao período pré-golpe de 1964, “quando os setores mais reacionários da igreja” levantavam o “fantasma do comunismo” para frear reformas sociais.
“Eu só me lembro de uma mobilização conservadora e fundamentalista como essa no preparo do golpe.” Ele acha que hoje não há “golpismo”, mas uma “articulação do tucanato” com esses setores para “golpear a opinião pública, criando preconceitos. Mas estamos num processo democrático firme e isso vai ser disputado no campo da política”.

Empresário diz à PF que se encontrou com Erenice
Mais um empresário confirmou encontro com a ex-ministra Erenice Guerra na Casa Civil, o que contradiz versão do governo e corrobora denúncia de que um esquema de lobby era operado dentro da pasta na época em que era comandada pela candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff.
A Folha teve acesso aos 12 depoimentos prestados até agora no inquérito que investiga tráfico de influência na Casa Civil, tratado como sigiloso pela Polícia Federal.
Aldo Wagner, sócio da EDRB, disse à PF que Erenice participou da reunião em 10 de novembro, quando foi apresentado o projeto na área de energia solar da empresa. “Essa reunião durou cerca de 1h15, sendo que Erenice Guerra nela permaneceu por 45 minutos.”
Segundo Wagner, depois dessa reunião a empresa de lobby do filho de Erenice apareceu para viabilizar o negócio com um empréstimo do BNDES mediante pagamento de “taxa de sucesso”.

Tiririca é o mais votado nos presídios de SP
O humorista Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, foi o candidato a deputado federal mais votado pelos presos provisórios que foram às urnas instaladas em 28 presídios do Estado de São Paulo no primeiro turno das eleições.
Ao todo, 1.464 detentos provisórios -aqueles que cumprem decisões de prisão temporária ou preventiva, ou têm direito a recursos- votaram no dia 3 de outubro.
Tiririca, o campeão de votos no Estado -foi escolhido por mais de 1,3 milhão de pessoas-, obteve 122 votos nas penitenciárias paulistas.

Pela 1ª vez, TSE valida votos de ficha-suja
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomou ontem a primeira decisão que muda o resultado das eleições ao considerar válida a candidatura de um político barrado com base na Lei da Ficha Limpa antes do primeiro turno.
A tese vencedora no julgamento pode beneficiar outros 16 candidatos considerados “fichas-sujas” antes do pleito e que podem assumir cargos ou vagas de suplentes caso o TSE julgue favoravelmente os recursos deles.
A corte decidiu não aplicar a lei a candidatos que tiveram contas rejeitadas por tribunais de fiscalização de finanças públicas, nos casos em que as desaprovações de contas não foram confirmadas por casas legislativas.

Chile conclui antes do previsto resgate dos 33 mineiros presos
O Chile concluiu às 21h55 de ontem o resgate dos 33 mineiros que estavam presos na mina San José, no deserto de Atacama (norte do país). Previa-se que a operação durasse 48 horas; ela acabou em 22 horas e meia.
Eles passaram 69 dias a 622 metros abaixo do solo, sob temperaturas acima de 38ºC e forte umidade.
O último resgatado foi Luis Urzúa, 54, chefe de turno dos operários. Exames mostram que todos saíram da mina em condições relativamente boas de saúde.
Foram detectados um caso de pneumonia, outros de problemas de pele e algumas infecções dentárias. Os mineiros foram removidos para o Hospital Regional de Copiapó, onde devem ficar até este sábado.

2º turno: Dilma tem 53% e Serra, 47%, diz Ibope
A pesquisa indica que a vantagem da petista sobre o tucano, entre os votos válidos, é de seis pontos. A margem de erro é de dois pontos. Levando em conta os votos totais, Dilma tem 49%, e Serra, 43%. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo “O Estado de S. Paulo” e está registrado no TSE com o número 35.660/2010.

O GLOBO

Dilma lançará ‘Carta’ contra o aborto e o casamento gay
Acandidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, confirmou ontem o teor da carta a ser assinada com os evangélicos, fruto de decisão tomada em reunião ontem em Brasília. Além de se comprometer em não enviar ao Congresso projeto de lei que legalize o aborto, Dilma assumiu outra bandeira religiosa: não vai propor leis que permitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ela fez diferenciação entre o que prometeu aos evangélicos e a união civil entre homossexuais – “assunto de Estado, não de religião”.
– O que nós decidimos é que eu não mandaria ao Congresso nenhuma legislação que impacte na religião. O Estado brasileiro é laico. Essa legislação, eu não enviarei ao Congresso. Tanto a legalização da lei do aborto como todas as outras. Ficamos de discutir os termos de uma carta-compromisso – disse Dilma, lembrando que o Estado é laico:
– O grande compromisso que eu assumi é que o Estado será laico e que não vai interferir nas questões religiosas. O Estado não pode ser o Estado de uma religião.
Dilma ressaltou que a união civil entre pessoas do mesmo sexo “não é uma questão relativa à religião”.
– O que é afeito à religião é a questão do casamento entre homossexais. A união civil diz respeito aos direitos civis. Isso (o casamento entre pessoas do mesmo sexo) diz respeito às igrejas. Ninguém pode interferir. O que assumo a responsabilidade é de jamais enviar legislações, ou sancioná-las, que façam restrições ao direito das religiões de tomarem posições que consideram corretas de acordo com seu credo.
Ela citou o exemplo do projeto de lei, que tramita no Congresso:
– No PL-122, há a criminalização da homofobia. Mas há também a criminalização, e aí há excesso, das manifestações contrárias às relações entre o mesmo sexo dentro das igrejas. Dentro das igrejas o problema é das igrejas. Eu não posso dar direito a uns tirando o dos outros.

Dos políticos reeleitos, 25% são réus no STF
Segundo ONG, 71 deputados e 5 senadores acumulam total de 167 pendências judiciais
Levantamento feito pala ONG Congresso em Foco revela que um em cada quatro parlamentares reeleitos responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dos 320 congressistas que se reelegeram ou garantiram nas urnas o direito de trocar de casa legislativa, 76 são alvo de investigação no STF. Juntos, eles acumulam 167 pendências judiciais.
Veja a reportagem original: Um quarto dos reeleitos responde a processo no STF

Ibope: diferença é de 6 pontos
pesquisa do Ibope sobre as intenções de voto na corrida presidencial mostra uma redução na vantagem da candidata do PT, Dilma Rousseff, sobre o tucano José Serra.
Dilma tem 49% das intenções de voto e Serra, 43%. Dos entrevistados, 5% declararam que vão votar em branco ou anular o voto e 3% estão indecisos.
Se considerados só os votos válidos, Dilma tem 53% e Serra, 47%. A diferença de seis pontos percentuais é menor do que a verificada no resultado final do primeiro turno da eleição, de 14,3 pontos.
Na pesquisa, encomendada pela Rede Globo e pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, a diferença entre os dois também é menor do que os índices divulgados pelo Instituto Datafolha, no último fim de semana, que indicavam diferença de sete pontos nos votos totais, e de oito pontos, nos votos válidos. No primeiro turno, a candidata do PT obteve 46,91% dos votos válidos, enquanto José Serra ficou com 32,61%.

O 2º turno mais acirrado desde 1989
Nenhum segundo turno de eleição presidencial, desde 1989, começou tão disputado como o atual: seis pontos de vantagem de Dilma sobre Serra, segundo o Ibope. O segundo turno de 1989, para o instituto, começou com Collor com 12 pontos de vantagem sobre Lula (50% a 38%). Mas a diferença caiu ao longo do tempo e a última pesquisa apontava Collor apenas um ponto à frente do petista, vantagem dentro da margem de erro. Collor venceu.

Vox Populi dá 48% a Dilma e 40% para Serra
Pesquisa Vox Populi divulgada ontem apontou a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, à frente neste segundo turno das eleições, com 48% das intenções de voto, enquanto seu adversário do PSDB, José Serra, tem 40%. Considerandose apenas os votos válidos (sem contar os votos em branco e nulos), Dilma alcança 54,5%, contra 45,4% de Serra.
A pesquisa, divulgada pelo portal iG, foi realizada de 10 a 11 de outubro com três mil eleitores. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

PF pede mais prazo para investigar caso Erenice Guerra
A Polícia Federal enviou ontem à Justiça Federal o inquérito sobre o suposto envolvimento de Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, em tráfico de influência.
Entre os documentos, o delegado Roberval Vicalvi incluiu um pedido de mais prazo para aprofundar as investigações.
Quando receber os documentos de volta, Vicalvi deverá definir as datas dos depoimentos de Erenice e de outras pessoas citadas nas denúncias sobre tráfico de influência na Casa Civil e em outras áreas do governo.

PT acusa Paulo Souza de tráfico de influência
Alvo do último debate, quando a candidata do PT, Dilma Rousseff, o acusou de ficar com R$ 4 milhões da campanha tucana, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, é acusado agora pelo PT de tráfico de influência em sua gestão no governo de São Paulo, quando o governador era o candidato José Serra (PSDB). A bancada do PT na Assembleia Legislativa acusou a filha de Paulo Souza, a advogada Priscilla Arana de Souza Zahan, de representar empreiteiras que tinham negócios com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) quando seu pai era diretor da empresa pública, entre 2006 e este ano. Entre os negócios está o Rodoanel, uma das vitrines da campanha tucana.
Segundo documentos do TCU, Priscila é uma das advogadas constituídas no processo 011.868/2007-6, que analisou as contas da construção do Trecho Sul do Rodoanel. Feita em parceria com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra da Dersa foi denunciada pela auditoria da Fiscobras 2007 de diversas irregularidades, entre elas sobrepreço e repasse de R$ 32 milhões do Ministério dos Transportes além do contrato inicial.

PV e Marina devem optar por neutralidade
Embora ainda não tenha chegado a uma posição sobre como orientar no segundo turno seus 19,6 milhões de eleitores, Marina Silva (PV) conseguiu unir o partido. Seja qual for a decisão a ser tomada neste domingo, em plenária com membros e não membros do PV, será uma posição só, com Marina e o partido de acordo. O ex-coordenador da campanha de Marina João Paulo Capobianco admitiu que dificilmente será de comum acordo, mas os vencidos terão de respeitar os vencedores: — Não vai ser uma decisão unânime, e sim consensual. Chegaremos a um parâmetro a ser seguido.
A convenção abrirá espaço para os 57 membros da Executiva Nacional do PV, mais 30 membros do conselho do partido, o candidato a vice de Marina, Guilherme Leal, candidatos ao governo dos estados e ao Senado e outros 15 delegados de fora do partido, gente da sociedade civil e ligada a entidades religiosas.

Um novo programa, agora sem polêmicas
Batizado de “Os 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para debate com a sociedade”, o programa de governo da candidata do PT a presidente, livre de todas as polêmicas, já está praticamente fechado, mas só será divulgado semana que vem, em um ato público.
Logo no primeiro ponto — “Democracia: fortalecer e expandir a democracia politica, econômica e social” — o plano afasta a possibilidade de interferência em questões como o aborto ou o controle de mídia, prevendo a “irrestrita liberdade religiosa, liberdade de imprensa e de opinião”.

No TSE, Dilma e Serra cobram direito de resposta em programa eleitoral
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, entrou com dois pedidos de direito de resposta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra programas eleitorais da candidata ao governo do Distrito Federal Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-candidato Joaquim Roriz e aliada do presidenciável tucano José Serra. Dilma, no entanto, também foi alvo ontem no TSE de duas representações protocoladas pela coligação de Serra, tendo o mesmo objetivo: a obtenção de direito de resposta.
A propaganda eleitoral de Weslian questionada por Dilma reproduziu trechos de homilia em que o padre José Augusto, da TV católica Canção Nova, pede aos fiéis que se mobilizem e não votem em Dilma, pois o partido da candidata seria a favor do aborto. Os programas foram veiculados na segunda-feira à noite e na tarde de terça-feira.

Na TV, candidatos comparam biografias e trocam ataques
Nas propagandas eleitorais de ontem, tanto no rádio quanto na TV, predominaram os ataques entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), e as comparações entre biografias e modo de governar. O programa da noite do tucano José Serra, no entanto, buscou refletir o clima de otimismo nesta segunda semana de campanha do segundo turno, dando prioridades a cenas externas dele recebendo apoio, suas realizações e com uma parte dedicada especialmente para as mulheres brasileiras.
O candidato disse sentir que, neste segundo turno, o Brasil está mais consciente e defendendo a ética no dia a dia. As críticas diretas à petista Dilma Rousseff foram feitas apenas no final do programa, por meio de uma música que destacava as “contradições” da petista, de o que ela dizia antes e diz agora sobre, por exemplo, a ex-assessora Erenice Guerra, o Movimento dos Sem Terra, afirmando que “dona Dilma” muda de opinião a toda hora.

Resgate rápido encerra pesadelo de 70 dias
Em operação bem-sucedida, 33 mineiros retornam a superfície e tem expostos dramas e alegrias da longa ausência
Numa explosão de alegria, com buzinaço, aplausos e gritos, chilenos receberam um a um os 33 mineiros que emergiam bem-dispostos de uma estreita cápsula, em viagens cada vez mais rápidas, encerrando um pesadelo de 70 dias a 622 metros de profundidade. A bem-sucedida operação levou 22 horas, menos tempo do que o previsto. Alçados à condição de heróis, os mineiros tiveram a privacidade exposta e dramas familiares vieram à tona, como o caso de Yonny Barrios, o enfermeiro improvisado no subterrâneo, que deixara duas mulheres na superfície. Foi recebido pela amante, depois de a mulher se recusar a acompanhar o resgate. Já a mulher de Ariel Ticona deu à luz uma menina, batizada de Esperanza. Esteban Rojas, o 18º a ser resgatado, foi pedido em casamento pela mulher, Yessica com quem já vive há 25 anos. Houve quem, já na superfície se ajoelhasse em agradecimento ou festejasse – com embaixadinhas. 0 chefe do grupo, Luis Urzua, foi o último a deixar a mina e comparado a um capitão pelo presidente Sebastian Piñera, que não arredou pé do resgate.

O ESTADO DE S. PAULO

Dilma tem 6 pontos à frente de Serra
Pesquisa Ibope-Estado-TV Globo, a primeira feita após o debate entre os presidenciáveis e a volta da propaganda eleitoral, mostra a petista Dilma Rousseff com 49% das intenções de voto, e o tucano José Serra com 43%.
A candidata governista aparece em primeiro lugar graças aos eleitores do sexo masculino e de baixa renda e escolaridade, principalmente os que vivem no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste.
Levando-se em conta apenas os votos válidos (excluídos nulos, brancos e eleitores indecisos), Dilma lidera com seis pontos de vantagem (53% a 47%). No primeiro turno, a candidata do PT teve 46,9% dos votos válidos, contra 32,6% do adversário.
A evolução dos índices mostra que, desde o início do mês, Serra avançou mais, absorvendo a maior parte dos eleitores de Marina Silva (PV), que teve 19,3% dos válidos.
Na Região Nordeste, Dilma lidera com 21 pontos porcentuais de vantagem (57% a 36%). No Norte/Centro-Oeste, ela vence por 51% a 43%. Serra colhe seu melhor resultado no Sul, onde lidera por 54% a 41%. No Sudeste há um empate técnico – 46% para a petista e 44% para o tucano.
A candidata do PT só lidera de forma isolada nos municípios pequenos e médios, de até 100 mil habitantes. Nos que têm população acima disso, Dilma aparece com 46% e Serra, com 44%.
Há um empate em 46% entre os dois candidatos no eleitorado feminino. Entre os homens, a petista abre 12 pontos porcentuais de vantagem (52% a 40%).

Voto religioso evitou vitória de candidata do PT no 1º turno
A pesquisa Ibope confirma que o voto religioso teve papel decisivo para evitar a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, mas o efeito religião parece ser limitado nesta nova fase da campanha. A maioria dos eleitores sensíveis a essas questões já trocou de candidato.
Segundo o Ibope, Dilma teve o voto de metade dos católicos, mas de pouco mais de um terço dos evangélicos. Nesse segmento, ela empatou com José Serra (PSDB). Entre eles, Marina Silva (PV) foi melhor, chegando a um quarto dos votos.
A queda de Dilma na véspera do primeiro turno começou entre os evangélicos e depois se estendeu aos católicos. O principal motivo foi a campanha, em templos e igrejas, contra o voto nela por causa da legalização do aborto, defendida pelo PT. Segundo o Ibope, 80% dos eleitores são contra a mudança da lei.
Agora, a intenção de voto em Dilma se estabilizou tanto entre evangélicos quanto entre católicos, quando se compara com a pesquisa feita na véspera do primeiro turno: ela continua com 41% entre os primeiros, e foi de 50% para 52% entre os outros.

Bolsa-Família age como freio à queda de petista
O Bolsa-Família foi um freio à queda de Dilma Rousseff (PT). Até duas semanas antes do primeiro turno, a petista sustentava 69% das intenções de voto entre os beneficiários do programa. Na última semana ela caiu para 62% nesse segmento, e agora tem 61%.
Entre os eleitores que não participam de nenhum programa federal, a eleição está empatada: 45% (Dilma) a 46% (José Serra).

Petista atrai evangélicos
Na luta para garantir o voto dos eleitores evangélicos, a candidata do PT, Dilma Rousseff, comprometeu-se a vetar questões polêmicas previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que foi montado dentro do próprio governo.
Entre os itens que prometeu vetar, caso eleita, estão a ampliação do direito ao aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo e a mudança no registro civil para transexuais. Disse ainda que respeitará a livre organização religiosa e os cultos evangélicos. Para reforçar o compromisso, a campanha de Dilma estuda a divulgação de uma carta.
Fruto de seguidas conferências de direitos humanos – uma marca dos governos do PT -, até agora o PNDH-3 vinha sofrendo críticas por prever o controle social dos meios de comunicação e a revisão na Lei da Anistia, mas nunca havia sido atacado por um ex-ministro do atual governo. E com a importância de Dilma.
Em resposta às promessas da candidata, de que questões como o aborto, a fé e o homossexualismo não devem fazer parte da política do governo, 51 representantes de Igrejas Evangélicas que se reuniram com Dilma e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o almoço, ontem, disseram que a partir de sábado vão anunciar o apoio à petista em seus templos e cultos.
Dilma tem razão para ceder tanto aos evangélicos, a ponto de abjurar de parte do Programa de Direitos Humanos. De acordo com o pastor Ivanir de Moura, presidente da Federação Evangélica de Santa Catarina, hoje os evangélicos são cerca de 50 milhões, detendo por volta de 25 milhões a 30 milhões de votos.

Ministro afirma que Plano de Direitos Humanos não muda
Depois de classificar a campanha política como “momento de fundamentalismo, regressivo, medieval do processo eleitoral brasileiro”, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, afastou a possibilidade de mudanças no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos para atrair o voto evangélico para Dilma Rousseff, como sugeriu o ex-governador Anthony Garotinho (PR). “O programa já teve alterações”, disse Vannuchi. “Isso não trará prejuízo para a campanha.”

Líderes religiosos temem ‘falta de tempo’ para desmentidos
Líderes evangélicos que se reuniram ontem com Dilma Rousseff (PT) apontaram a “falta de tempo” para controlar o impacto das informações sobre a posição da petista em relação a temas como aborto e casamento gay. Eles contestam o Datafolha, segundo o qual as denúncias contra a ex-ministra Erenice Guerra e a quebra de sigilo de tucanos tiveram peso quase três vezes maior na perda de votos de Dilma do que as questões religiosas.
Uma dessas lideranças afirma que as notícias de que Dilma seria favorável ao aborto e à união civil entre homossexuais foram os verdadeiros responsáveis pelo segundo turno.

PV caminha para liberar voto no 2º turno
O PV caminha para a independência e não vai apoiar formalmente nem a petista Dilma Rousseff nem o tucano José Serra no segundo turno das eleições. Depois de mais de seis horas de reunião, os integrantes da Executiva do partido sinalizaram a tendência de liberar seus filiados para manifestações pessoais de apoio. No próximo domingo, o partido faz uma plenária para oficializar sua posição.
“As consultas informais sobre que decisão adotar estão em andamento”, afirmou ontem a senadora e candidata derrotada à Presidência Marina Silva (PV). “O taxista que me trouxe aqui sugeriu que fôssemos pelo campo da independência. Mas eu estava só de olho no taxímetro”, desconversou Marina. Depois de ficar em terceiro lugar no primeiro turno com cerca de 20 milhões de votos, ela virou alvo de disputa entre Dilma e Serra.

Maior entrave a apoio de Marina é área ambiental
Da lista de 42 “compromissos” que o PV submeteu à analise dos candidatos ao segundo turno das eleições presidenciais, os pontos mais polêmicos estão na área ambiental, na qual tanto Dilma Rousseff (PT) como José Serra (PSDB) não esperavam encontrar maiores dificuldades para obter o apoio de Marina. O documento Agenda por um Brasil justo e sustentável defende o fim do desmatamento do cerrado e o veto a mudanças no Código Florestal que reduzam áreas de proteção ambiental ou promovam anistia a desmatadores.
O documento foi encaminhado para os dois candidatos e passam por uma primeira análise técnica. Sobre a dificuldade de adesão a algumas propostas mais “problemáticas”, Marina disse ao Estado: “Para nós, só há propostas solucionáticas.”

PT pede que MP investigue Paulo Souza, ligado a Serra
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo pediu hoje à Procuradoria Geral de Justiça investigação sobre Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suposto arrecadador de recursos de campanhas do PSDB e ex-homem forte da empresa Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa), vinculada à Secretaria Estadual de Transportes. Documento de 26 páginas subscrito por 32 deputados, dos quais 12 eleitos último dia 3, aponta movimentos de Souza nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes na gestão de José Serra (PSDB).
Souza ocupou os cargos de diretor de Relações Institucionais e de Engenharia da Dersa. Foi responsável pela medição de obras de grande porte e pagamentos às empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da Avenida Jacu Pêssego e a reforma da Marginal do Tietê. Em 9 de abril, dias depois que Serra deixou o governo para candidatar-se à Presidência, Souza foi demitido.
Seu nome ganhou evidência na noite de domingo, durante o debate da TV Bandeirantes, quando Dilma Rousseff (PT) atribuiu a Souza suposto sumiço de R$ 4 milhões da campanha do PSDB.

Correios devem mudar após eleições, diz ministro
Interventor informal dos Correios, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem ao Estado que a empresa poderá sofrer mudanças após as eleições. “Está próximo o processo de sucessão. Imagino que, já na transição, vai se discutir o que será feito ali”, afirmou Bernardo, que concluiu um relatório-dignóstico sobre a situação da estatal, a ser entregue ao presidente Lula em novembro.
Entre as recomendações está a redução do loteamento político para que as diretorias regionais passem a ser ocupadas por funcionários de carreira. Nos bastidores, as demissões do atual presidente dos Correios, David José de Matos, e do diretor comercial, Ronaldo Takahashi, são dadas como certas. Às vésperas do segundo turno, Bernardo evitou jogar combustível na crise. “As pessoas atacam muito o presidente (Matos), mas é bom lembrar que ele entrou lá há três meses”.

Liminar pode livrar Protógenes de julgamento
O delegado Protógenes Queiroz, mentor da Operação Satiagraha – investigação da Polícia Federal sobre suposto envolvimento do banqueiro Daniel Dantas em esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro ilícito -, deverá se livrar do processo criminal a que responde perante a 7.ª Vara Federal em São Paulo.
A informação é do juiz Ali Mazloum, que conduz a ação. Segundo ele, não haverá tempo hábil para que o processo seja concluído antes da diplomação de Protógenes, eleito deputado pelo PC do B, marcada para dezembro.
O criador da Satiagraha é acusado de fraude processual e violação de sigilo funcional, crimes que teria praticado no curso da polêmica investigação, deflagrada em julho de 2008.

Decisão do STJ ameaça impedir prisão por lei seca
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá servir de precedente para que se torne sem efeito a lei seca, que endureceu as punições, prevendo até a detenção, a motoristas flagrados dirigindo sob o efeito do álcool. Na prática, vai bastar um acusado se recusar a fazer exame de bafômetro ou de sangue.
A 6.ª Turma do STJ determinou o arquivamento de uma ação penal aberta contra um motorista que se recusou a fazer exames após ser flagrado por PMs dirigindo na contramão e com sinais de embriaguez. A decisão pode encorajar motoristas infratores e os questionamentos só terão fim após sentença do Supremo Tribunal Federal (STF).

Resgate de mineiros dura menos que o previsto
O drama dos 33 mineiros chilenos soterrados há mais de dois meses estava perto do fim na noite de ontem, antes do prazo previsto pelo governo. “Estive com Deus e o diabo. Eu fiquei com Deus”, disse Mario Sepúlveda, líder dos mineiros.

CORREIO BRAZILIENSE

61% / 39%: Agnelo abre 22 pontos à frente de Weslian
A primeira pesquisa do Instituto CB Data para o segundo turno das eleições no DF aponta uma liderança com folga de Agnelo Queiroz (PT). O candidato tem 61% dos votos válidos, enquanto Weslian Roriz (PSC) alcança 39% da preferência do eleitorado. A análise dos números sugere que Agnelo herdou a maior parte dos votos concedidos a Toninho do PSol e Eduardo Brandão (PV) no primeiro turno. O levantamento CB Data foi realizado entre segunda-feira e ontem, com 1,1 mil eleitores entrevistados.

Com votos de Marina, Serra ultrapassa Dilma no DF

Espetáculo chileno
Após 23 horas de trabalho ininterrupto, terminou o resgate dos 33 mineiros que ficaram mais de dois meses presos na mina San José, no norte do Chile. Luís Urzia, o último dos homens confinados a quase 700 metros de profundidade, chegou à superfície às 21h51. A operação, estimada em US$ 22 milhões, teve vários momentos emocionantes. Mário Gómez, 63 anos, o mais velho dos 33 mineiros, ajoelhou-se e agradeceu por sobreviver ao drama. Congresso em Foco

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