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Em reunião com representantes de 51 denominações evangélicas, Dilma Rousseff assumiu o compromisso de divulgar uma “carta aberta” ao povo de Deus.
No texto, a pupila de Lula vai assumir o compromisso de não legislar sobre matérias como a descriminalização do aborto e a união de casais gays.
Lula participou do encontro. Entrou pelos fundos, cumprimentou os presentes, apoiou a ideia da carta e saiu. De novo, pela porta de trás.
Em entrevista à TV Brasil, veiculada em setembro de 2008, o patrono de Dilma discorrera sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo (assista lá no alto).
Lula disse o seguinte: “Eu a vida inteira defendi a união civil. Temos que parar com a hipocrisia, porque a gente sabe que existe…”
“…Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e, muitas vezes, vivem bem, de forma extraordinária…”
“…Constroem uma vida junto, trabalham juntos e por isso eu sou favorável. […] Por que os políticos que são contra não recusam os votos deles?…
“…Por que o Estado brasileiro não recusa o imposto de renda que eles pagam? O importante é que sejam cidadãos brasileiros, respeitem a Constituição…”
“…E cumpram com seu compromisso com a nação. O resto é problema deles e eu sou defensor da união civil”.
Ou seja, para o ex-Lula, esse presidente de dois anos atrás, a carta que Dilma está na bica de assinar fará dela uma política “hipócrita”.
Candidata, deveria “recusar o voto deles”. Eleita, teria de “recusar o imposto de renda que eles pagam”.
Na mesma entrevista, Lula falou sobre o aborto. Soou aquém da Dilma de 2007, que defendera a “descriminalização” da prática, numa sabatina na Folha. Porém…
Porém, o ex-Lula tratou do tema sob a ótica do chefe de Estado, não do pedinte de votos evangélicos e católicos:
“Há 26 anos, tenho uma posição, que é tratar de aborto como questão de saúde pública…”
“…Se você perguntar pra mim, presidente Lula, o senhor é contra o aborto? Sou contra, minha mulher é contra, mas o Estado tem que dar atendimento”.