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Manchete nos Jornais para esta Terça-Feira 02 de Novembro de 2010

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Barreira econômica – Para poupar Dilma, Lula deve antecipar corte de gastos e medidas de ajuste fiscal – Acabou o coronelismo, diz Agnelo – Novo governo quer obter superávit sem truque fiscal – Capiberibe debocha da liderança de Sarney – Eleições 2010; Lula não quer Palocci na área econômica, nem no Palácio…

Folha de S. Paulo

Para poupar Dilma, Lula deve antecipar corte de gastos e medidas de ajuste fiscal

O presidente Lula deverá antecipar medidas econômicas duras e impopulares para evitar que a sucessora, Dilma Rousseff, tenha de adotá-las no início de seu governo. Amanhã e quinta-feira, as pastas da Fazenda e do Planejamento deverão finalizar estudos de medidas de ajuste que acham necessárias para o novo governo. O diagnóstico será transmitido à equipe de transição de Dilma.

A Folha apurou que Lula já se dispôs, se Dilma quiser, a implementar medidas duras. A ideia é aproveitar a alta popularidade de Lula para tomar decisões que possam ser desagradáveis a setores do funcionalismo público e da sociedade como um todo. Apesar de ter negado durante a campanha, Dilma e Lula já discutiram medidas de ajuste fiscal e até monetária. Será um ajuste menor que o feito por Lula em 2003, quando havia uma situação econômica mais crítica.

Palocci e Dutra chefiam grupo de transição

A presidente eleita Dilma Rousseff definiu ontem os nomes que comandarão a transição de governo. Antonio Palocci será o coordenador técnico, e cuidará da passagem de bastão nos programas e demais iniciativas do Executivo. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador político. Sob sua batuta ficará a negociação com todos os partidos da base aliada. Ambos terão o apoio direto do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, amigo de Dilma.

Dutra já marcou uma reunião nesta noite com o vice eleito Michel Temer (PMDB-SP). O evento marca a largada na fase das conversas sobre a montagem do governo. O desenho preliminar da transição foi acertado na primeira reunião após a vitória de domingo. No QG dilmista, um seleto grupo do PT discutia ontem de manhã os passos iniciais dos próximos dias. Ali não havia representantes de outros partidos, fato que deixou enciumados peemedebistas que esperavam o convite para o primeiro encontro de trabalho.

Lula quer Jobim e Haddad no governo Dilma

Além de sugerir a permanência de Guido Mantega (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central) no futuro governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à presidente eleita Dilma Rousseff que mantenha nos cargos os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Fernando Haddad (Educação). Segundo a Folha apurou, no caso de Meirelles e Mantega foi um conselho de Lula para emitir sinais de estabilidade ao mercado.

No de Jobim e Haddad, um pedido formal pela manutenção dos dois no governo por conta da boa avaliação que Lula faz da atuação deles. Aliados da presidente eleita disseram à Folha que ela tem outros planos para o BC e que Meirelles estaria com “os dias contados” no cargo. Ele, porém, pode ocupar uma cadeira na Esplanada. Lula e Dilma deverão discutir a formação do governo durante a viagem da próxima semana, em que devem ir à Moçambique e, em seguida, à reunião do G20, na Coreia do Sul. Ambos querem aproveitar a viagem para transformar o Aerolula em “gabinete de transição”.

Eleita terá poder de fogo restrito para ampliar estatais

Com pouco dinheiro em caixa, a presidente eleita Dilma Rousseff não terá a mesma facilidade que seu antecessor para bancar a expansão de empresas públicas. BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras iniciarão o governo com mais presença na economia, mas precisarão de recursos para seguir crescendo. Além disso, a próxima gestão herdará a área econômica dividida, com um Ministério da Fazenda que tenta centralizar as decisões de política econômica, escanteando o Banco Central.

Aberta a temporada de montagem da nova equipe de governo, as dúvidas no mercado financeiro são muitas: vão desde a dúvida sobre Dilma manter o perfil de aparelhamento das instituições até sua postura fiscal. O primeiro sinal aguardado é se ela assumirá a obrigação de promover redução de gastos.

“A tarefa agora é todo mundo descer do palanque”, diz petista

Novo coordenador político da transição, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, começa a lidar hoje com o apetite dos aliados que ajudaram a eleger Dilma Rousseff (PT) presidente e a ouvir demandas para o futuro governo. Ele avalia que, no final, foi positivo para o país o fato de que “não se confirmou que haveria uma terra arrasada para a oposição” -que vai governar, nos Estados, cerca de 53% dos brasileiros. Em entrevista, Dutra pediu à oposição uma relação mais “construtiva”, que “não reproduza um clima de Fla-Flu dentro do Congresso”.

Dilma afirma que vai manter estabilidade

A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ontem que zelará pela estabilidade econômica e não mudará o modelo de câmbio flutuante, apesar da sobrevalorização do real frente ao dólar. A promessa foi repetida em entrevistas separadas a quatro emissoras de TV, à noite. No “Jornal Nacional”, da Globo, ela disse que não mexerá “de maneira alguma” com o regime cambial.

“Não acredito que manipular câmbio resolva coisa alguma. Temos uma péssima experiência disso”, afirmou. Mais tarde, diante de repórteres de jornais, foi mais incisiva: “Tem hora que vocês [jornalistas] me estranham. Vocês acreditam que eu vou discutir medida cambial? Não vou. Não tem cabimento. Vou manter a política do câmbio flutuante”. No “Jornal da Record”, Dilma disse que conterá o gasto público sem reduzir o “gasto social”. E reforçou: “Não brincarei com a inflação”.

“A ideia foi sua”, disse eleita a Lula ao ser felicitada pelo triunfo

Depois de segurar o choro em público, durante seu pronunciamento de vitória em um hotel em Brasília, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) não se conteve ao se encontrar com o presidente Lula logo depois, na noite de domingo. “Você inventou tudo isso. Você é o responsável. A ideia foi sua”, disse ela, abraçando o presidente e caindo no choro na frente de familiares de Lula e de alguns amigos como o jornalista Ricardo Kotscho, ex-assessor de imprensa do governo, e Roberto Kalil Filho, médico do presidente.

Lula perguntou baixinho: “Já caiu sua ficha?” “Ainda não”, respondeu Dilma, sorrindo. Era a segunda vez no dia que ela se emocionava. A petista já havia embargado a voz e quase ido às lágrimas ao agradecer a Lula durante seu primeiro pronunciamento como presidente eleita. Segundo o próprio presidente, ele preferiu não ir à comemoração pública para não ofuscar sua escolhida (“É o dia dela”, disse Lula).

PMDB corteja DEM para presidir Câmara

Horas depois de ver Dilma Rousseff eleita presidente, o PMDB, partido do vice Michel Temer, já atua para atrair líderes da oposição. O intuito é ganhar força para derrotar o PT na corrida pela presidência da Câmara. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato à vaga e escudeiro de Temer, quer investir no DEM, que saiu enfraquecido das eleições e tem vários deputados insatisfeitos. A estratégia é conquistar o apoio de deputados para ter mais peso que o PT na disputa. “Quero ser o presidente do maior ao menor partido, independentemente de quem seja da oposição ou do governo”, afirma Alves.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), um dos cotados para concorrer à vaga pelo PT, nega qualquer tipo de conflito com os aliados. Diz que o “casamento” deve ficar intacto em todo o mandato de Dilma. O PT também já traçou seus planos para contra-atacar o PMDB. A resposta é cortejar deputados de partidos que formam hoje o bloquinho, como PSB, PDT e PC do B, além do PV. Com isso, a bancada de apoio ao PT ficaria com mais de 170 congressistas, enquanto PMDB e DEM ficariam com 112.

Tucanos de Minas negam culpa por derrota

Os tucanos de Minas se eximiram ontem de responsabilidade pela derrota de José Serra (PSDB). No Estado, onde alguns acreditavam que o senador eleito Aécio Neves viraria o jogo, a vantagem percentual de Dilma Rousseff (PT) foi maior do que a conseguida no país. No Brasil, Dilma venceu com 56,05% dos votos ante 43,95%; em Minas, o placar foi 58,45% a 41,55%. A estratégia mineira é pregar a unidade do partido e o fim da “hegemonia de quem quer que seja” -num recado aos tucanos de São Paulo.

Vice financiou quase metade da campanha do PV

O candidato a vice na chapa de Marina Silva (PV), Guilherme Leal, bancou quase metade dos R$ 24,9 milhões gastos na campanha da terceira colocada na eleição. Em 22 doações distintas, o empresário, proprietário da rede de cosméticos Natura, repassou R$ 11,8 milhões, o equivalente a 47,5% do que arrecadou a candidata verde. Ao todo, sua campanha recebeu 3.098 depósitos, sendo 2.831 via cartão de crédito -pagamento feito diretamente por simpatizantes de sua candidatura.

Apesar da quantidade, essas doações de pessoas físicas somam R$ 169 mil, ou 0,6% do total. No início da campanha eleitoral, Marina Silva planejava gastar até R$ 90 milhões, mas o valor acabou sendo pouco mais de um quarto do registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As contas da candidata passarão por análise de técnicos e depois serão julgadas pela Justiça Eleitoral. Os dados da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra poderão ser entregues até o dia 30 de novembro, já que suas campanhas terminaram somente na semana passada.

Bolsa Família volta a ter peso decisivo

Os fatores que influenciam o voto de um eleitor são inúmeros e difíceis de mensurar. Pistas fornecidas pela análise estatística indicam, no entanto, que o Bolsa Família continua tendo peso preponderante na decisão do eleitorado brasileiro. A Folha correlacionou o voto em Dilma Rousseff e José Serra com três variáveis: percentual da população atendida pelo Bolsa Família, índice de desenvolvimento humano (IDH) e renda per capita. A análise foi feita para os 5.565 municípios do país. Os resultados mostram que quanto maior o alcance do Bolsa Família -principal programa de transferência de renda do governo- em uma cidade, maior o percentual de votos conquistados pela presidente eleita.

Institutos acertam resultados no 2º turno

As pesquisas de intenção de voto do Datafolha e do Ibope identificaram dez dias antes do segundo turno qual seria o resultado final da disputa entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) computou 56% dos votos válidos para Dilma, contra 44% para Serra.

Na véspera da votação, o Datafolha apontou 55% de intenção de voto para a petista, ante 45% para o tucano.
Como a margem de erro da pesquisa era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, o instituto acertou o resultado.

O Ibope, na véspera, divulgou o resultado exato: 56% a 44%. Em pesquisa de boca de urna, apontou 58% para Dilma e 42% para Serra, acertando no limite da margem de erro, de dois pontos.

Alckmin deve tirar serristas do governo

Derrotado em sua segunda campanha presidencial, José Serra (PSDB) deve perder espaço também no governo do Estado de São Paulo. O governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) deve tirar da administração grande parte dos secretários ligados a Serra e usar parte desses cargos para fins de composição política.

Discreto, Alckmin não tem conversado muito com seus colaboradores mais próximos sobre a composição do governo, mas a bolsa de apostas está agitada. O governador eleito dizia que queria esperar o resultado do segundo turno presidencial para começar a montar a equipe. A desculpa era que Serra teria prioridade na escolha dos ministros, e vários dos secretários estaduais seriam ministeriáveis.
Estrangeiros compram 22 campos de futebol por hora

Empresas e pessoas de outros países compram o equivalente a 22 campos de futebol em terras no Brasil a cada uma hora. Em dois anos e meio, os estrangeiros adquiriram 1.152 imóveis, num total de 515,1 mil hectares. A Folha comparou registros mais recentes feitos entre novembro de 2007 e maio de 2010 pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que leva em conta as aquisições de pessoas e empresas de outros países.

Na tentativa de conter a “invasão estrangeira”, o Incra também regula compras e arrendamento de terras feitos por empresas com sede no Brasil, mas que são controladas por estrangeiros. “Não é xenofobia. Agora temos regras que trazem estabilidade jurídica e potencializa o combate à grilagem”, afirma o presidente do Incra, Rolf Hackbart.

Congresso reativa conselho de comunicação

Enquanto alguns Estados estudam implantar conselhos para monitorar a mídia, o Congresso Nacional se prepara para reativar o Conselho de Comunicação Social, órgão previsto desde 1988, mas que só funcionou por pouco tempo, de 2002 a 2006. Durante o recesso parlamentar de julho, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), despachou cartas a dezenas de entidades anunciando a medida, e 21 delas já indicaram nomes para compor o órgão.

A função do conselho é auxiliar o Congresso em assuntos relativos à comunicação -como liberdade de expressão, outorga e renovação de concessões, programação da televisão e propaganda de cigarros e bebidas. Diferentemente dos conselhos em gestação em Estados como o Ceará, o do Congresso Nacional não traz entre suas atribuições -estabelecidas pela lei 8.389/91- a tarefa de monitoramento ou de fiscalização dos meios de comunicação. Trata-se apenas de um órgão consultivo, e não deliberativo, e está previsto na Constituição.

CPI das ONGs acaba sem votar relatório nem apontar culpados

Sem sugerir indiciamentos ou apontar culpados por repasses ilegais do governo a organizações não governamentais, a CPI das ONGs do Senado encerra suas atividades na segunda-feira após três anos de trabalhos. O desfecho da comissão, que teve as atividades prorrogadas por quatro vezes, não terá nem mesmo a discussão do relatório final -apresentado às pressas pelo senador Inácio Arruda (PC do B). Aliado do governo federal, Arruda montou relatório de 1.478 páginas que nem sequer foi enviado aos membros da CPI. O texto foi disponibilizado nesta semana no site do Senado.

O relator atribui a não votação do texto à disputa entre governo e oposição durante a comissão parlamentar de inquérito. “Esse episódio de transformar a comissão em palco de um embate travou a questão central que era examinar o relatório destinado às ONGs”, afirmou ele. Presidente da CPI, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que a base aliada do governo foi responsável por impedir que as investigações avançassem.

ENTREVISTA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

FHC diz não endossar PSDB que não defenda sua história

“Não estou mais disposto a dar endosso a um PSDB que não defenda a sua história”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), ontem, em entrevista no instituto que leva seu nome, no centro de SP. Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique defende que o partido anuncie dois anos antes das eleições presidenciais seu candidato. “O PSDB não pode ficar enrolando até o final para saber se é A, B, C ou D.” O ex-presidente diz que Lula “desrespeitou a lei abundantemente” na campanha e que promove “um complexo sindical-burocrático-industrial, que escolhe vencedores, o que leva ao protecionismo”. Para FHC, a tradição brasileira de “corporativismo estatizante está voltando”. Lula é uma “metamorfose ambulante que faz a mediação de tudo com tudo”.
O Globo

Eleições 2010; Lula não quer Palocci na área econômica, nem no Palácio

A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), terá um Ministério com a cara dela, mas vai discutir todas as escolhas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dia depois das eleições, algumas certezas já circulavam entre auxiliares de Dilma e de Lula, entre elas os nomes que estarão no governo a partir de 1º de janeiro: o ex-ministro Antônio Palocci, o atual ministro Guido Mantega, o ministro Paulo Bernardo e Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras.

Palocci, porém, não deverá ter cargo dentro do Palácio do Planalto nem na equipe econômica. Lula e Dilma preferem o ex-ministro da Fazenda no Ministério da Saúde. Do grupo dos quatro, é praticamente certo que Gabrielli continue na Petrobras, pelo menos na primeira fase do governo, para concluir a criação da nova estatal do pré-sal. Já Paulo Bernardo e Guido Mantega não estão garantidos em suas pastas atuais, Planejamento e Fazenda, respectivamente. Paulo Bernardo é o preferido da dupla Lula-Dilma para a Casa Civil.

Por enquanto, o que é dado como certo em alguns setores do PT e do governo é o que Palocci não deverá fazer no governo Dilma. Dilma e Lula estariam em sintonia em relação ao fato de que ele não deve ir para a Casa Civil. O presidente chegou a fazer uma avaliação de que o ex-ministro poderia fazer sombra a Dilma. Outro alerta de Lula é que um cargo no núcleo do Planalto poderia transformar Palocci no primeiro alvo do novo governo, mesmo ele tendo sido inocentado pelo Supremo Tribunal Federal no caso da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.

‘Valeu, valeu, valeu’, disse Lula a Dilma

Quem mais comemorou a eleição da presidente eleita Dilma Rousseff foi o PMDB, que pela primeira vez chega ao topo do governo, com o vice Michel Temer. As comemorações começaram na residência oficial da Presidência da Câmara, seguiram depois na cobertura do Hotel Naoum, onde Dilma fez seu primeiro pronunciamento à nação, no Palácio da Alvorada com o presidente Lula e depois, de novo, na residência de Michel Temer.

Mas, na festa do Alvorada, o momento de maior emoção foi o encontro da presidente eleita com Lula. Segundo os presentes, foi a segunda vez que Dilma chorou depois de confirmada como a nova presidente do Brasil. Na chegada, Lula recebeu Dilma com um abraço emocionado e dois beijos carinhosos no rosto:

– Minha presidenta! Deus te abençoe! Valeu! Valeu! Valeu! — disse Lula, dando tapas pesados nas costas de Dilma.

PMDB e PT brigam por Caixa, BB e Petrobras

A disputa até então equilibrada entre o PT e o PMDB pelos cargos-chave na Caixa Econômica Federal – instituição que executa os programas sociais do governo e, em especial, o Minha Casa Minha Vida – já começa a se acirrar. De um lado, há o desejo de Moreira Franco (PMDB-RJ), que atuou na coordenação da companha de Dilma Rousseff, de assumir a presidência do banco, nas mãos do PT desde 2003.

Para acomodar Moreira Franco, os petistas teriam que abrir mão de Maria Fernanda Coelho, militante do PT desde a época das greves dos bancários de Recife (PE). Ela assumiu o lugar de Jorge Mattoso, que caiu junto com Antonio Palocci no escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Para o ex-líder do PT Maurício Rands (PE), Maria Fernanda deve ser mantida, pois reúne vantagens, como ser funcionária de carreira e ter participado da gestão da execução de um dos programas preferidos da futura presidente Dilma Rousseff, o Minha Casa Minha Vida. Moreira disse que ainda não conversou sobre o assunto. Ele já foi vice-presidente de Loterias e Fundos de Governo da Caixa, cargo que deixou para ingressar na campanha de Dilma.

‘Espaço do PMDB corresponderá ao seu peso’, diz Dirceu

O ex-ministro e réu no processo do mensalão, José Dirceu (PT), afirmou nesta segunda-feira, que o PMDB deverá ocupar o espaço “correspondente ao seu peso” no governo da presidente eleita Dilma Rousseff.

– O PMDB é segundo partido da Câmara e o primeiro no Senado. Evidentemente ele terá o seu peso correspondente a isso e também à importância do partido, que indicou inclusive o vice, que é o Michel Temer. Mas quem vai decidir como, quando e quanto, acho que é a presidenta. É ela, é ela só – disse o ex-ministro a jornalistas, depois de gravar o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que vai ao ar na noite desta segunda-feira.

Segundo ele, Dilma tem a experiência dos dois governos de Lula na composição de alianças e nas negociações de importantes projetos:

– Como nós já fizemos duas vezes, temos experiência, e ela participou tanto em 2003 como em 2007. Ela participou depois de todas as negociações, dos projetos mais importantes do governo. Então, ela tem uma longa e forte experiência de trabalhar com os partidos políticos, com as bancadas, com os líderes.

PSB ganha mais peso político

Apesar de o PSDB ter saído como o grande vitorioso nas eleições para os governos estaduais, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pode se vangloriar de ter sido um dos que mais cresceram no país nos últimos quatro anos e, de quebra, vir a desempenhar um dos papéis mais importantes no governo da presidente Dilma Rousseff.

A sigla, que em 2006 ganhou o poder em três estados, dobrou sua “fatia” no bolo em 2010, vencendo no Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Amapá, Paraíba e Piauí. Com isso, ganha mais força para lutar por cargos no futuro governo de Dilma Rousseff.

Na administração de Lula, o PSB tem os ministérios de Ciência e Tecnologia, cargo ocupado por Sérgio Rezende, e a Secretaria Especial de Portos , que tem status de ministério e é comandada por Pedro Brito do Nascimento.

Agora, o PSB só perde em número de governadores para o PSDB, que saiu vencedor em oito estados (Roraima, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Tocantins, Alagoas, Goiás, Pará), contra seis em 2006.

PSDB: mineiros e paulistas lavam roupa suja eleitoral

Derrotado, o PSDB está lavando a roupa suja e expondo publicamente a disputa entre dois grupos rumo a 2014: 0 mineiro, de Aécio Neves, e o paulista, de Geraldo Alckmin. Ligado a Serra, Xico Graziano reclamou da derrota em MG por 1,7 milhão de votos. Para os mineiros, Aécio não podia fazer mágica.

Dilma defende ação contra guerra cambial

A presidente eleita, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que seu governo irá acompanhar “com rigor” o processo de “guerra cambial e de política de desvalorização de moeda” que ocorre atualmente na economia global, de modo a impedir que o comércio mundial seja afetado.

– Não é possível que ocorra aquele tipo de política que ocorreu na década de 30 e que se caracteriza pela desvalorização competitiva – disse Dilma à TV Record, em sua primeira entrevista exclusiva após a eleição.

– Eu começo a desvalorizar, o outro país começa a desvalorizar e aí isso bloqueia o comércio… cria a guerra comercial.

Para ela, uma forma de enfrentar essa situação é ter instituições multilaterais fortes que impeçam os países de manter suas moedas desvalorizadas de forma excessiva.

– Eu diria, não fazer aquela política pragmática que é só favorável ao seu próprio país, é isso que se chamou de guerra cambial, que é de fato desvalorizações indevidas – explicou.

Votação pré-sal deve ficar para 2011

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), disse que as prioridades até o fim do ano no Congresso serão os projetos de regulamentação do pré-sal, o orçamento e as medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta da Casa. Ele admitiu, no entanto, que o tempo será curto para votação dessas matérias. Segundo o líder, o pré-sal pode ficar para o próximo ano.

O líder argumentou que, na prática, a Câmara terá apenas 11 dias de votação até o final do ano caso o orçamento seja votado na data legalmente prevista, no dia 22 de dezembro. Sobre o comportamento da oposição a partir de agora, Vaccarezza disse que a eleição passou, e que os vencedores serão “magnânimos”.

Eleições decidem hoje futuro de Obama

Pesquisas dão como certa uma dura derrota democrata na Câmara e uma provável escassa vantagem do governo no Senado dos EUA. Este novo cenário restringiria o campo de ação do governo e permitiria aos republicanos controlar a agenda do país, forçando o presidente Obama a buscar nova estratégia para governar.

Índico ganha maior reserva dos mares

O Reino Unido transformou o Arquipélago de Chagos, no Índico, na maior reserva marinha do mundo. A pesca foi banida, Ambientalistas, porém, lembram que a proteção dos mares ainda é precária.

Enem: a quatro dias da maratona

Estudantes falam do desafio de encarar o fim de semana de provas, e professores advertem: é hora de relaxar.
O Estado de S. Paulo

Dilma faz reunião de transição só com petistas e irrita PMDB

A primeira reunião da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) com auxiliares para definir a equipe de transição, realizada, ontem em Brasília, teve presença só de petistas, sem ninguém do PMDB, principal aliado na campanha. Ficou acertado que o presidente do PT, Jose Eduardo Dutra, e o ex-ministro Antonio Palocci comandarão o grupo que fará a passagem do governo Lula para o de Dilma.

Peemedebistas demonstraram insatisfação com o episódio. “Eles não vão governar sozinhos”, avisou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-SP). O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse ao Estado que o PT quer negociar com um PMDB unido. Para ele, a legenda “terá mais importância quanto mais se unificar como partido de centro”.

‘Ate logo’ de Serra desagrada a tucanos

A declaração do candidato presidencial José Serra ao admitir a derrota – ele não deu um “adeus”, mas um “até logo” – causou desconforto entre tucanos paulistas. Para eles, que esperam renovar o partido, Serra foi personalista. Já o PSDB mineiro, do senador eleito Aécio Neves, acredita que a hegemonia paulista no partido tenha chegado ao fim.

Empreiteiras bancam Cabral

Construtoras que fazem obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio foram as maiores doadoras da campanha do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB). Cinco empresas doaram juntas R$ 3,8 milhões, ou 18,4% dos R$ 20,6 milhões recebidos. Os dados estão no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As maiores doadoras foram a Camargo Corrêa e a OAS, que contribuíram com R$ 1 milhão cada. As duas empresas formam um dos quatro consórcios responsáveis pela construção do principal trecho do Arco Rodoviário, que teve orçamento inicial de R$ 800 milhões, mas já chega perto de R$ 1 bilhão.

A OAS integra o consórcio que faz as obras de reurbanização e construção do teleférico do Complexo do Alemão, na zona norte. Também colaboraram as construtoras Queiroz Galvão (R$ 800 mil) e Carioca Engenharia (R$ 500 mil), que atuam no PAC da Rocinha e no Arco Rodoviário. A EIT-Empresa Industrial e Técnica, que integra o consórcio do PAC de Manguinhos, doou R$ 500 mil.

Capiberibe debocha da liderança de Sarney

O governador eleito do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), disse que seu grande desafio no governo é saldar as dívidas que o Estado tem com fornecedores, prestadores de serviço e instituições que fizeram empréstimos consignados ao servidores.

De acordo com ele, também será prioridade abastecer de medicamentos a rede pública de saúde, regionalizar a merenda escolar ainda no primeiro semestre, dar um notebook para cada professor no primeiro ano de seu governo e fazer concursos públicos.

Capiberibe afirmou ter urgência em começar o processo de transição porque a situação do Estado “é uma incógnita”. A expectativa é que até quarta-feira ele seja recebido pelo governador Pedro Paulo Dias (PP) e, juntos, possam delinear a transição.

Capiberibe disse que a Operação Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro e que prendeu governador, ex-governador, secretários de Estado e presidente do Tribunal de Contas (TCE), foi fundamental para sua eleição, pois permitiu ao povo que soubesse a causa do “estado caótico” em que se encontra o Amapá.

Novo governo quer obter superávit sem truque fiscal

O governo estuda várias medidas para colocar a economia na direção de uma taxa de juro real de 2% até 2014. A ideia é fortalecer a política fiscal, cumprindo a meta de superávit primário das contas do setor público, de 3,3% do PIB, sem a necessidade de manobras fiscais. Há estudos para reduzir projetos do PAC, limitar o crescimento das despesas e cortar o Orçamento de 2011. A1ém disso, o governo anunciará em breve medidas para estimular o financiamento privado de longo prazo.

Mantega pode ficar; Meirelles ainda é dúvida

Alvo da cobiça do PMDB, a Fazenda pode continuar com Guido Mantega. Ele quer ficar e o presidente Lula defende sua permanência, dizendo que a economia é uma área delicada e que está com bom desempenho. Já o destino do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda é incerto.

Eleição legislativa nos EUA abre corrida presidencial

O resultado da eleição legislativa nos EUA, hoje, abrirá a disputa pela Casa Branca em 2012, relata a correspondente Denise Chrispim Marin. O presidente Barack Obama já se lançou à reeleição. Provável vitorioso no pleito para o Congresso e para 38 governos estaduais, o opositor Partido Republicano se vê em vantagem, mas aparece dividido.

Polícia grega intercepta bombas

Pelo correio, de Atenas, terroristas pretendiam enviar pacotes-bomba para o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e para embaixadas do México e da Holanda. Os autores seriam grupos anarquistas.

Cresce uso de apostilas no ensino infantil

Pesquisa da Unicamp mostra que, de 2008 para 2009, o número de cidades paulistas que usam, no ensino infantil, apostilas de sistemas de ensino privados subiu de 24 para 32. Há dez anos, eram quatro.
Correio Braziliense

Acabou o coronelismo, diz Agnelo

Governador eleito afirma que a maioria dos brasilienses decretou o fim de práticas políticas atrasadas, incompatíveis com a capital da República. Segundo ele, os eleitores exigem uma administração ética e transparente. Agnelo Queiroz diz ser o único nome definido no governo, como secretário de saúde.

De Lula para Dilma

A passagem do bastão presidencial será uma ação entre antigos e atuais colaboradores do chefe do Planalto. Mais do que analisar a situação do governo, a equipe de Dilma vai definir a nova configuração dos aliados petistas — o preferencial PMDB e o emergente PSB. Na internet, vitória da petista provoca xingamentos a nordestinos.

Barreira econômica

Controle fiscal e câmbio flutuante são desafios da presidente eleita, que terá de resolver briga fratricida para montar equipe.

Aviação: Empresas cancelam 1.830 voos num só dia

Quase 23% das decolagens previstas para todo o país nesta segunda-feira não foram realizadas. Mas, segundo as empresas, a maioria delas foi informada com antecedência aos passageiros e ninguém ficou prejudicado. Mesmo assim, os consumidores devem ficar atentos. Segundo a Anac, qualquer mudança de horário ou data das viagens deve ser informada com um mínimo de 15 dias aos usuários.

Eleição nos EUA: Derrota nas urnas ameaça os líderes de Obama

A provável vitória do Partido Republicano nas eleições de hoje para a renovação do Congresso norte-americano pode tirar de cena importantes políticos democratas e trazer mais problemas ao governo de Barack Obama. A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, com prestígio abalado, deve perder o cargo. Já Harry Reid, líder no Senado, corre o risco de não ser reeleito. Congresso em Foco

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