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Manchete nos Jornais para esta Segunda-Feira 18 de Outubro de 2010

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As primeiras vítimas das ventanias – Irmão de aliado de Dilma negocia com a Eletrosul – Setor de carga aérea à beira do colapso – Aliados de Lula ficam divididos no segundo turno – Itamar quer ‘oposição autêntica’ contra o PT – Marina e PV anunciam ‘independência’ no 2º turno – Eleitores indecisos avaliam que Serra se saiu melhor no debate …

Folha de S. Paulo

Gráfica de tucana fez panfletos anti-PT

A Polícia Federal apreendeu ontem, por determinação da Justiça Eleitoral, cerca de 1 milhão de panfletos que pregam voto contra o PT devido à posição favorável à descriminalização do aborto. A gráfica que imprimia os jornais pertence à irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi. Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda, localizada no Cambuci, na capital paulista.

A empresária é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro do TSE Henrique Neves concedeu liminar para a apreensão dos panfletos atendendo a representação do PT para apuração de crime de difamação. O partido também pede investigação sobre quem pagou a impressão do material.

Bispos do braço paulista da CNBB divulgaram nota ontem na qual dizem que “não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos”. Contudo, o bispo que assina a nota de ontem, dom Nelson Westrupp (de Santo André), presidente a Regional Sul 1 da CNBB, é um dos que assina o texto reproduzido nos panfletos apreendidos.

Cerca de 50 bispos paulistas se reuniram durante duas horas anteontem para redigir a nota que demonstra o recuo da regional. Eles avaliaram que o erro do texto de agosto, já retirado do site da regional, foi ter citado o PT e ter feito referência a Dilma.

Na TV, Serra e Dilma têm de explicar aliados incômodos

O debate Folha/Rede TV! marcou mudança na estratégia dos dois candidatos à Presidência, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), em relação ao confronto da semana passada. Eles evitaram o tema corrupção, que só apareceu nas perguntas das jornalistas. Dilma afirmou que a ex-ministra Erenice Guerra “errou” ao contratar parentes na Casa Civil, e Serra disse desconhecer acusações contra o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Religião e descriminalização do aborto -que vêm dominando a agenda eleitoral- ficaram de fora. Dilma tentou colar em Serra o rótulo de “privatista”, ao que ele caracterizou a petista como “antipaulista”. Para um grupo de 27 eleitores que avaliou o debate em tempo real, Serra se saiu melhor.

Presidenciáveis diminuem tom agressivo

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) mudaram de estratégia e diminuíram o tom agressivo ontem no debate Folha/RedeTV!, mas não escaparam de ter de responder sobre acusações contra ex-assessores. Dilma deixou de lado a agressividade do debate anterior, na Rede Bandeirantes, e tentou colar em Serra o rótulo de “privatista”. Ela insistiu em comparar o governo Fernando Henrique Cardoso ao de Lula e em criticar a gestão tucana em São Paulo.

A princípio na defensiva pela necessidade de negar que vá privatizar empresas se eleito, Serra contra-atacou ao rotular Dilma de “antipaulista”, pelas reiteradas críticas ao governo do Estado. Ela acusou o golpe e por várias vezes disse que não tinha nada contra o “povo paulista”, mas contra gestões do PSDB. Dilma e Serra foram questionados sobre corrupção apenas nas intervenções das jornalistas Renata Lo Prete, editora do Painel, e Patrícia Zorzan, da RedeTV!

O tucano negou ter relação com o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Disse desconhecer desvio na campanha e que, se tivesse havido, ele seria “vítima”: “Não tem nada a ver isso com negar mensalão, negar desvio na Casa Civil”. Dilma foi questionada sobre tráfico de influência na Casa Civil, que derrubou Erenice Guerra. “A Erenice cometeu um erro. Eu sou contra contratação de parentes.”

Eleitores indecisos avaliam que Serra se saiu melhor no debate

Para um grupo de 27 eleitores que avaliou o debate em tempo real a convite da Folha e da RedeTV!, José Serra (PSDB) se saiu melhor que Dilma Rousseff (PT). No início do programa, os avaliadores se dividiam assim: 23 indecisos, dois dispostos a votar no tucano e outros dois na petista.

Ao fim do debate, Serra tinha 14 votos. Dilma contava seis votos, e sete eleitores permaneciam indecisos. Ou seja: Serra conquistou 12 indecisos, e Dilma, só quatro. O resultado acompanha a avaliação do desempenho de cada um: 14 acharam Serra melhor, seis preferiram Dilma e sete não opinaram. A pesquisa foi feita com um grupo reduzido de eleitores de São Paulo e não pode ser usada para avaliar a repercussão do debate no país.

Dilma promete zerar tributo de serviços

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, prometeu acabar com a cobrança dos impostos PIS e Cofins para as áreas de saneamento, energia e transportes. Zerar o PIS (Programa de Integração Social) e o Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) do saneamento é uma das propostas marteladas pelo adversário de Dilma, o tucano José Serra, que usa o tema para atacar a atuação do governo na área.

Em 2007, o presidente Lula vetou um artigo da Lei de Saneamento que previa isenção para o setor, sob a alegação de risco ao equilíbrio fiscal. Tramita no Congresso um projeto, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), com esse objetivo -foi aprovado no Senado e encaminhado para revisão da Câmara.

PV fica neutro e já lança Marina-2014

Em ato marcado por referências a uma nova candidatura em 2014, a terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva (PV), oficializou ontem que permanecerá neutra no segundo turno. Ela acusou PT e PSDB de pregarem a “mútua aniquilação” na disputa entre Dilma Rousseff e José Serra e disse que pretende liderar um “embrião de terceira via” no país. Aliados defenderam a opção como ponto de partida para a senadora concorrer novamente ao Planalto.

Marina impôs sua escolha à cúpula do PV, que se inclinava a apoiar o tucano e também ficará oficialmente fora da disputa, por acordo antecipado ontem pela Folha. A posição foi aprovada em votação simbólica, por 88 a 4, em convenção da legenda. No entanto, os verdes foram liberados para se engajar nas duas campanhas.

Piora expectativa para economia em 2011

Enquanto Dilma Rousseff e José Serra praticamente ignoram o debate dos temas macroeconômicos, as expectativas de analistas e investidores para o próximo ano vêm piorando ao longo da campanha eleitoral. A petista e o tucano ostentam a condição de economistas em seus programas de rádio e TV, mas pouco ou nada se sabe sobre o que pretendem fazer a respeito das políticas fiscal, de administração das receitas e gastos públicos; monetária, de controle dos juros e da inflação; e cambial, referente à relação entre o real e as moedas de outros países. Nos três casos, o futuro presidente terá de tomar medidas para responder a incertezas que se acumularam nos últimos meses e tornaram o cenário para 2011, embora sem ameaça visível de crise, menos benigno do que parecia antes do início oficial da corrida ao Planalto.

Promessas de Serra incluem obras já previstas no PAC

Alvo frequente de críticas do candidato José Serra (PSDB), gargalos na infraestrutura brasileira serão enfrentados em uma eventual gestão tucana por meio de ações já consideradas prioritárias pelo atual governo.

De 40 obras relativas a portos, aeroportos, estradas e ferrovias prometidas por Serra, 35 já estão previstas na primeira ou na segunda versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que concentra os principais investimentos programados pelo governo Lula.

As obras foram anunciadas pelo candidato em seus programas na TV, em seu site oficial, e pelo vice em sua chapa, Indio da Costa (DEM), que gravou vídeos com promessas específicas para cada um dos Estados brasileiros.

PT e PSDB descumprem metas de vagas em prisões

Nem o governo federal, de Dilma Rousseff (PT), nem o governo paulista, de José Serra (PSDB), conseguiram cumprir suas próprias metas de ampliação de vagas em presídios nos últimos anos. Em 2007, o Ministério da Justiça lançou o programa Pronasci, que previa verbas federais para que os Estados construíssem 46,4 mil vagas, até 2012, em presídios para homens de até 29 anos e em presídios para mulheres.

Até agora, entretanto, foi acertada com os Estados a construção de apenas 6.736 vagas em 16 novos presídios (14,5% das vagas previstas), sem data para ficar prontas. Diante da dificuldade para executar o plano, o governo federal abandonou a meta. Em São Paulo, o governo previa construir 37.370 vagas entre 2008 e 2011. Entregou até agora 3.872 e promete fechar o ano com 6.456 vagas entregues (17,27% da meta).

Pressão sobre Santana elevou tom na TV

O marqueteiro de Dilma Rousseff, João Santana, passou o primeiro turno à prova de “fogo amigo”. Com a decisão levada ao segundo turno, integrantes do núcleo dilmista, governadores e outros aliados passaram a apontar falhas na propaganda. Pediram peças mais incisivas contra José Serra, com o objetivo de “desconstruí-lo”.

A maior crítica veio do presidente Lula, após o 3 outubro. Ao lado de Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, Lula reclamou da “despolitização” da campanha na TV e exigiu a “comparação” entre o projeto governista e a gestão tucana.

A exaltação de ânimos teria chegado ao ponto de Franklin e Santana terem discutido por causa do escândalo envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra. Segundo a Folha apurou, o ministro acusou o marqueteiro de vazar para imprensa sua posição contrária à demissão da então titular da Casa Civil. Franklin nega a briga.

Campanhas ampliam propaganda negativa no segundo turno

A propaganda da petista Dilma Rousseff diz que “Serra é do bem ganancioso”, que “só dá bola pra rico”, chama-o de “Zé Promessa, Zé do Bico, Zé Conversa”” e que “não fez nada para o povão”. Os comerciais dos tucanos afirmam que Dilma “muda o tempo todo” de opinião sobre MST e aborto, que vem acompanhada de “aloprado, mensalão, Zé Dirceu” e que quando deu ordens “foi um ai, Jesus, aumentou o caos aéreo e a conta de luz”.

No segundo turno, a chamada propaganda negativa domina a campanha. Em inserções na televisão e principalmente em jingles no rádio, os dois candidatos trocam ataques duros. Cada lado tem ao menos quatro inserções destinadas a rotular negativamente o adversário e o fazem de maneira direta, também com acusações de cunho moral.

ENTREVISTA JOSÉ SERGIO GABRIELLI

Governo FHC preparou privatização da Petrobras

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, diz à Folha que o modelo de gestão da empresa no governo tucano (1995-2002) reduzia a exploração petrolífera, desmembrava a área de refino, inibia investimentos e deixava o custo para a empresa e o lucro para o setor privado. “A continuidade daquela política levaria à privatização, ao desmembramento e a um enfraquecimento da Petrobras”, afirmou.

Economista e petista, Gabrielli, 59, nega estar atuando em favor da agenda proposta pela candidata Dilma Rousseff, levando o peso da maior empresa brasileira para a disputa eleitoral. “Estou defendendo a Petrobras”, diz. “Quero discutir o mérito. O que se quer fazer da Petrobras? O que fazer com o pré sal?” Apesar de o tucano José Serra ter negado que pretenda privatizar a empresa e ter declarado que se compromete a fortalecê-la, o presidente da Petrobras diz duvidar.

Com salário de R$ 60 mil por mês, Gabrielli evita comentar se pretende permanecer na presidência da empresa numa eventual vitória de Dilma e nega ter chorado ao ser repreendido por ela, conforme adversários da petista afirmam.
O Estado de S. Paulo

Marina e PV anunciam ‘independência’ no 2º turno

Em carta aberta aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a senadora Marina Silva (PV) declarou “independência” no segundo turno das eleições. O PV acompanhou a decisão e não apoiará formalmente nenhum candidato. Na prática, os filiados ao PV não estão proibidos de fazer campanha para nenhum dos candidatos, desde que não portem símbolos do partido em eventos públicos. Ontem, Marina fez duras críticas ao PT e ao PSDB pelo tom da campanha no segundo turno. Ela classificou as duas legendas como “fiadores do conservadorismo renitente” – o apoio estava condicionado à convergência de programas de governo. Dos 92 membros do PV presentes à plenária, apenas quatro votaram pelo apoio explícito a Serra ou a Dilma.

Itamar quer ‘oposição autêntica’ contra o PT

Senador eleito, o ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) diz que as rusgas com Fernando Henrique Cardoso e o PSDB foram deixadas para trás. “Minas pode indicar a virada necessária para o Serra ganhar as eleições. Agora, ele precisa tocar os corações mineiros. Aí vem o problema político”, afirma. Para Itamar, a oposição precisa se contrapor ao governo Lula.

Debate: SP e privatização desbancam aborto

Foco das mais recentes polêmicas da campanha eleitoral, o tema do aborto foi deixado de lado pelos candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) durante o debate promovido neste domingo, 17, pela Rede TV!.

Os principais temas abordados no confronto entre os presidenciáveis, realizado nos estúdios da emissora em Osasco (SP), foram as políticas do governo tucano em São Paulo, já alvo de críticas do PT durante a eleição estadual, e as privatizações do governo FHC.

Dilma disse que os governos do PSDB “acumularam recordes negativos” na área da Educação em São Paulo e citou o veto à compra de uma empresa de gás por parte da Petrobrás para criticar a posição do candidato tucano em relação ao investimento em empresas estatais.

Por sua vez, Serra disse que o PT “mente o tempo todo” sobre seus planos de governo, principalmente em relação à privatização. “O governo Lula fez mais concessões ao setor privado do que o governo FHC”, apontou o candidato.

O debate teve cinco blocos. No primeiro, o mediador formulou uma pergunta a ser respondida pelos dois candidatos. Nos segundo e no terceiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. No quarto bloco, Dilma e Serra responderam perguntas de jornalistas. No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.

Eleitor paulista passa a ser alvo

Para impedir o crescimento do tucano José Serra nas pesquisas de intenção de voto, a petista Dilma Rousseff aproveitou o debate para mirar num alvo novo e importante: o eleitorado paulista. Com mais de 30 milhões de eleitores, São Paulo pode render a Serra o crescimento para reverter a liderança de Dilma na disputa.

Foi esse risco que a campanha petista enxergou e decidiu atacar. Dilma e o PT sabem que no primeiro turno, Serra terminou bem abaixo do que poderia obter no Estado, já que Geraldo Alckmin foi eleito governador com dois milhões de votos a mais do que ele conseguiu na disputa presidencial. E o próprio Alckmin ficou aquém do que o PSDB costuma obter em São Paulo.

Para barrar esse fluxo pró-Serra, Dilma criticou a gestão tucana no Estado, especialmente na Educação. Mas fez referência até ao PCC. Serra percebeu a manobra e rebateu, dizendo que a adversária parecia candidata ao governo e que repetia o discurso do PT paulista de falar mal do Estado. Com tantos votos em jogo, São Paulo pode virar a arena eleitoral decisiva.

PF apreende panfletos anti-Dilma em gráfica

A Polícia Federal (PF) apreendeu neste domingo, 17, cerca de 1,1 milhão de panfletos anti-Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, que estavam impressos e prontos para distribuição na Pana Gráfica e Editora, no Cambuci, região Sul de São Paulo. Localizados anteontem por militantes do PT paulista, o material trazia o logotipo da Regional Sul 1, que corresponde ao Estado de São Paulo, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Distribuído na missa do dia 12 de outubro em Aparecida (SP), o material, intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, pregava o voto somente em candidatos e partidos contrários à descriminalização do aborto e fazia críticas à candidata e ao seu partido. O material teria sido encomendado por um assessor do bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini.

De madrugada, cerca de 50 militantes e parlamentares do PT fizeram vigília na porta da gráfica para impedir a distribuição do material, que foi encontrado no sábado. Por volta das 6 horas, os agentes da PF entraram no prédio, após um chaveiro abrir a porta.

Representantes da empresa e um oficial de Justiça acompanharam os federais, que precisaram de dois caminhões para retirar todo o material, levado depois ao pátio da Superintendência da PF na Lapa, zona oeste. A ação da PF, que durou até por volta das 14 horas, obedeceu a uma representação da PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), classificando de “crime eleitoral” a impressão e distribuição dos panfletos.

“Recebemos informações de que foram recolhidas 13 toneladas de material, além dos panfletos. O caso é bem mais grave do que parece à primeira vista”, disse o deputado estadual Adriano Diogo (PT). De acordo com ele, uma investigação feita pelo partido teria constatado que a gráfica pertenceria a Arlety Kobayashi, funcionária da Assembleia Legislativa e irmã de Paulo Kobayashi, ex-deputado federal tucano e fundador do partido.

Em Campinas, o Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), grupo representante das dioceses do estado de São Paulo, reconheceu ter errado em posicionar-se politicamente contra o PT e a candidata Dilma Rousseff na nota.

“O erro foi a apresentação de sigla partidária. Isso não poderia ter acontecido. Você pode fazer uma nota, mas a partir do momento que você cita nome, cita partido, realmente você fere as pessoas. Com humildade, as pessoas reconheceram e vamos adiante, é preciso olhar para a frente”, afirmou o bispo de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira, responsável pela Pastoral da Comunicação do Regional Sul 1.

Para Dilma, panfletos sobre aborto são crime eleitoral

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, classificou de crime eleitoral o caso dos panfletos encontrados ontem por membros do partido em uma gráfica no Cambuci, na região central de São Paulo, que pediam votos somente a candidatos de partidos contrários à descriminalização do aborto. “Eu não sei quem mandou fazer os panfletos, mas eu posso comentar que é crime eleitoral”, afirmou.

A candidata classificou o episódio como parte de uma central de boatos ofensiva contra a sua candidatura. “Não é do meu feitio e da minha campanha sair acusando sem ter investigação, só acho que é absolutamente ilegal e beneficia o meu adversário, mas se foi ele ou não, terá de ser provado”, disse.

De acordo com o advogado da campanha de Dilma, Pierpaolo Cruz Bottini, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu liminar na noite de sábado, 16, para que o material fosse apreendido, evitando assim a sua divulgação.

Os panfletos intitulados “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras” são idênticos aos que foram distribuído em Aparecida (SP) em 12 de outubro e pedem que os eleitores deem seus votos somente a candidatos de partidos contrários à descriminalização do aborto. O material está assinado por três bispos da Regional Sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Polêmica do aborto faz bispos racharem

A discussão da questão do aborto na campanha eleitoral, que está dividindo os católicos por causa do veto de alguns bispos à candidata petista Dilma Rousseff, provocou um racha no episcopado em nível nacional e deverá deixar sequelas na vida da Igreja, seja qual for o resultado do segundo turno, em 31 de outubro.

A polêmica terá também reflexos na eleição para a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em maio do próximo ano, quando um grupo conservador, contrário à atual linha de diálogo, tentaria tomar o poder para adotar uma posição mais dura de oposição ao governo. Pelo menos, na hipótese de Dilma vir a ser a vencedora.

A confusão foi armada pelo apoio dado pela direção do Regional Sul 1, que reúne as 41 dioceses de São Paulo, em 26 de agosto, a uma nota intitulada Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras, da Comissão em Defesa da Vida, que recomendava aos eleitores que “independentemente de suas convicções ideológicas ou religiosas”, dessem seu voto “somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto”.

O autor ou inspirador do texto foi o padre Berardo Graz, da diocese de Guarulhos, cujo bispo, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, encampou o manifesto e citou, entre os vetados, o nome de Dilma. Passado o primeiro turno, d. Luiz Gonzaga reiterou sua posição, alegando que, embora a petista tenha feito uma profissão de fé em defesa da vida, não se podia acreditar nela. “Dilma, que se faz agora de santinha para dizer que é contra o aborto, já mudou de opinião três vezes.”

Artigos e entrevistas de d. Luiz Gonzaga irritaram outros membros do episcopado paulista, principalmente porque grupos de católicos contrários ao aborto e à candidatura Dilma distribuíram milhares de cópias da nota do Regional Sul 1 de apoio ao manifesto da comissão coordenada pelo padre Berardo.

A distribuição do material em paróquias de outras dioceses, à revelia de seus bispos, pôs mais lenha na fogueira. O texto se multiplicou também em mensagens pela internet, espalhando-se por todo o País.

Aliados de Lula ficam divididos no segundo turno

Enquanto o PR do Rio mantém suspense sobre a posição no segundo turno da eleição presidencial, outros partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acentuaram as divisões internas, com novas adesões à campanha do tucano José Serra. Com um pé em cada canoa, PMDB, PP e PTB deixam as portas abertas para se aproximarem do futuro governo, seja ele do PT ou do PSDB.

No Rio Grande do Sul, os peemedebistas, depois da neutralidade do primeiro turno, indicaram o voto em Serra e se associam a grupos dissidentes como os liderados pelos ex-governadores Orestes Quércia em São Paulo, Jarbas Vasconcelos em Pernambuco e Luiz Henrique em Santa Catarina.

“No caso do Rio Grande do Sul, é natural a aliança do PMDB com o PSDB. A neutralidade do primeiro turno foi feita em favor de Michel Temer (presidente do PMDB e candidato a vice de Dilma Rousseff). Michel cortou uma parte da nossa ponte com o PSDB. Reduziu de seis pistas para cinco, mas não foi desfeita. É normal que o PMDB seja chamado para conversar e isto vale para a vitória de Dilma ou de Serra”, diz o deputado serrista Eliseu Padilha (PMDB-RS).

O PP tem 22 diretórios favoráveis a Dilma Rousseff, também apoiada pelo presidente nacional da legenda, Francisco Dornelles (RJ). No Paraná, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, no entanto, a legenda está com o presidenciável tucano.

“O PP não está desunido, está livre”, define Dornelles, lembrando que a posição oficial do partido, decidida em convenção, foi de não se coligar a nenhuma candidatura. “O problema todo é fazer eleição nacional coincidente com as eleições locais”, afirma o senador.

Dornelles tem certeza de que, independentemente do vencedor da disputa presidencial, “a bancada estará unida de 2011 em diante”.

O PTB é outro partido com aliados dos dois lados. Depois de aprovar em convenção apoio a José Serra, apesar de líderes regionais como os senadores Fernando Collor (AL) e Gim Argello (DF) estarem com Dilma desde o primeiro turno, o presidente do partido, Roberto Jefferson (RJ), rompeu com Serra, anunciou o voto em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) em 3 de outubro e foi voto vencido na decisão da legenda de manter a coligação com os tucanos.

Seja Serra ou Dilma o futuro presidente, Jefferson aposta no diálogo com o PTB.”O senador Gim Argello é o relator do Orçamento de 2011. É claro que o presidente eleito vai ter que conversar com ele, seja quem for”, diz.

Sem impacto na economia, União cria seis estatais

Em oito anos, o presidente Lula criou seis estatais, mas elas não tiveram impacto na economia. Duas são fábricas de hemoderivados e de chips – e estão atrasadas. Com recursos de R$ 900 milhões, elas só começam a produzir no próximo governo. O Banco Popular do Brasil nem existe mais. Há ainda mais duas empresas que aguardam na fila para serem criadas.

A corrida do minério no Brasil

Com a escalada do preço da commodity, setor atrai interesse de chineses, japoneses e americanos, entre outros. Até 2014, investimentos devem chegar a US$ 39 bilhões.

Protesto marca reencontro de mineiros no local do acidente

Alguns dos 33 mineiros que passaram 70 dias presos em mina no Deserto do Atacama voltaram ontem, ao local da tragédia para uma missa de ação de graças. A cerimônia também foi marcada pela revolta de 368 trabalhadores da empresa San Esteban, que protestaram contra o não pagamento de salários, além de indenizações e outros direitos trabalhistas pendentes desde que a empresa foi fechada por decisão da Justiça.
O Globo

Dilma ataca privatizações; Serra acusa o PT de mentir

Em debate ontem à noite na RedeTV!, os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) voltaram a trocar acusações, com a petista insistindo nos ataques às privatizações e na tese de que os tucanos pretendem privatizar estatais. Serra, por diversas vezes, acusou o PT de Dilma de mentir, criticando resultados do governo Lula e destacando avanços das privatizações, como no setor de telecomunicações. Para ele, não está em questão qualquer privatização atualmente e, por isso, o PT usa o assunto com fins eleitorais. Os dois discutiram também sobre educação, segurança e infraestrutura. Serra voltou a criticar o Enem, “desmoralizado no governo do PT”, mas o exame foi defendido por Dilma, que o acusou de pretender acabar com o teste, o que o tucano negou. Durante todo o debate, tanto Serra como Dilma não falaram de aborto, casamento gay e outros temas que envolvem questões religiosas e que têm dominado o embate entre eles neste segundo turno. Para especialistas que acompanharam o programa a pedido do GLOBO, o tom beligerante entre os candidatos não ajuda o eleitor indeciso a fazer sua escolha.

Gabeira com Serra; Zequinha com Dilma

A decisão do PV de se manter neutro no segundo turno não impedirá que integrantes do partido manifestem apoio a Dilma Rousseff ou a José Serra. Hoje mesmo deve acontecer um ato de integrantes do PV, encabeçados pelo candidato derrotado ao governo do Rio, Fernando Gabeira, de apoio ao tucano. Um outro grupo, liderado pelo deputado federal Zequinha Sarney (MA), deve declarar voto na petista.

Os verdes que se manifestarem em favor de Dilma ou de Serra não poderão usar símbolos do PV. Foi definido ainda que os presidentes dos 27 diretórios estaduais não revelariam o voto. O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, seguirá a posição.

O evento de hoje será no comitê do candidato derrotado ao governo paulista, Fábio Feldmann. Além de Gabeira, é dada como certa a presença de Eduardo Jorge, que coordenou a área de saúde do programa de governo de Marina e é secretário da prefeitura de São Paulo.

Feldmann disse que Serra, Geraldo Alckmin, e talvez até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso devem comparecer. Gabeira, que teve o apoio do PSDB na eleição para o governo do Rio, discursou em favor da independência do PV.

Feldmann, que foi um dos fundadores do PSDB, disse que apoio oficial do PV a um dos candidatos provocaria “uma fissura irreparável”. Ele concorda que as respostas dos candidatos ao programa de governo dos verdes ficou “aquém” do esperado, mas defende o tucano por causa da política de mudanças climáticas implantada em São Paulo. Zequinha Sarney disse que ainda não está definido o dia e o local do ato de apoio a Dilma.

Setor de carga aérea à beira do colapso

Pivô do escândalo de tráfico de influência na Casa Civil e sem voar para os Correios desde 27 de setembro, a Master Top Airlines (MTA) não é a única empresa de carga aérea em dificuldade no país. Responsável por carregar encomendas dos brasileiros e parte do dinheiro enviado pelo Banco Central aos estados, o setor está em situação complicada. Aviões velhos, falhas de segurança, obstáculos financeiros e falta de documentação são problemas comuns às companhias, não raro envolvidas em fraudes.

Correios e BC são os principais clientes do segmento por necessitarem de serviços constantes e serem fonte de receita garantida. Segundo a Anac, cinco das nove companhias domésticas foram proibidas de voar. Entre as quatro com autorização está a MTA, que deveria fazer as linhas de Salvador e Recife para os Correios, mas não decola mais. A inoperância obriga a estatal a contratar emergencialmente espaços nos porões de companhias de passageiros, pagando caro por isso. Só nos últimos três meses, foram gastos R$ 3,3 milhões para substituir as empresas. O serviço é prejudicado, com atraso nas entregas.

Na quinta-feira, a Anac proibiu de levantar voo outra contratada dos Correios, a Air Brasil, que faz a linha São Luís-Teresina-Belo Horizonte-São Paulo-Rio. Além de ter problemas em equipamentos, a empresa voava sem autorização e cumpria mais horas de voo do que podia. Também estão proibidas de levantar voo as cargueiras TAF e Beta (que tinham contratos com os Correios até o fim de 2009) e a Skymaster. Segundo a estatal, em dezembro um avião da TAF bateu num elevador de carga em Guarulhos. Semanas depois, outro avião da empresa bateu numa árvore e fez um pouso forçado em Parintins (AM).

Devido aos incidentes, a Anac suspendeu o Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta), que precisará passar por nova certificação.

Irmão de aliado de Dilma negocia com a Eletrosul

Edgar Cardeal negociou projeto de R$ 1 bilhão com a Eletrosul, cujo conselho é presidido pelo irmão Valter Cardeal, aliado de Dilma Rousseff.
Correio Braziliense

No muro

Partido Verde oficializa posição de “independência” no segundo turno. “Meu voto é secreto, vou me reservar a esse direito”, diz Marina Silva.

No ringue

Na RedeTV!, Dilma e Serra deixam a religião de fora e concentram debate em questões relacionadas a saúde, segurança e privatizações.

Fraga no lugar de Weslian?

Especulações sobre troca na coligação esperança renovada agita o domingo. Coordenador da campanha da ex-primeira-dama diz que hipótese é “loucura”.

As primeiras vítimas das ventanias

As chuvas ainda não chegaram com força, mas ventos fortes já causam estragos em alguns pontos da cidade. Ontem na QE 8 do Guará, uma árvore derrubada obstruiu a calçada, mas não houve registros de feridos ou de danos materiais. A meteorologia prevê que o tempo instável vai continuar ao longo dessa semana. As chuvas cairão todos os dias, de forma mais intensa nos fins de tarde.

Chile: Mineiros creem que a fé os salvou

Trabalhadores resgatados da mina soterrada participam de missa e atribuem aos Céus o sucesso da operação. Engenheiro que liderou a empreitada afirma que “coisas estranhas” facilitaram o trabalho.

Trabalho: Economia em alta gera ganho extra

Resultados recordes nas empresas trazem perspectivas favoráveis no que se refere ao pagamento de bônus e de prêmios a funcionários. Principais beneficiados serão os profissionais do alto escalão. (Págs. 1, 9 e 10)

Acidente na EPTG mata dois irmãos

O carro em que estavam os universitários Marcos Vinícius, 23 anos, e Mariele Araújo de Souza, 21, capotou e bateu em um poste de luz. Em Minas Gerais, ônibus cai de ponte e deixa 23 feridos e 11 mortos. Congresso em Foco

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