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Manchete nos Jornais desta Segunda-Feira, 18 de Agosto de 2014

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Marina empata com Aécio no 1° turno e com Dilma no 2° – Pesquisa Datafolha foi feita após morte de Eduardo Campos; avaliação do governo federal melhorou – Na primeira pesquisa após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva (PSB) entra na disputa pela Presidência com 21% das intenções de voto. Ela deve ser confirmada na quarta-feira como substituta do ex-governador de Pernambuco. Segundo o Datafolha, Marina está tecnicamente empatada com o senador Aécio Neves (PSDB) que tem 20%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A presidente Dilma Rousseff (PT) mantém a liderança, com 36% das preferências. Com a ex-ministra do Meio Ambiente no páreo, a eleição seria decidida só no segundo turno. Na simulação que enfrenta Dilma, Marina tem 47% dos votos, contra 43% da presidente, situação de empate no limite da margem de erro…

 “Saúde e educação são os temas centrais da eleição, não a economia” – O sociólogo Luiz Werneck Vianna, marxista convicto, avisou logo ao ser perguntado pelo efeito do cenário econômico na campanha presidencial: “Vou surpreender. Saúde e educação foram os temas chancelados pelas ruas, pela juventude e pela classe média”. Mas ele não crê que algum candidato sobressaia no debate destas questões. “Irão todos pelo mesmo caminho”. O professor da PUC-Rio não acredita que a perda de Eduardo Campos abale o favoritismo de Dilma. E diz que o segundo turno pode ser entre ela e Marina…

O Globo

Manchete : PSB quer que Marina atue em todos os estados

Com enterro de Campos, partido abre consulta oficial e espera decisão da viúva para anunciar vice

Funeral reuniu 160 mil pessoas no Recife e contou com a presença de políticos de todos os partidos, entre eles Dilma, Aécio e Lula

Numa cerimônia marcada pela comoção e acompanhada por aproximadamente 160 mil pessoas, o ex-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, foi enterrado ontem no Recife ao lado do túmulo do avô, o ex-governador Miguel Arraes. Já decidido pela candidatura da ex-senadora Marina Silva, o PSB quer que ela atue politicamente em todos os estados e reveja a decisão de não deixar sua imagem aparecer em material de campanha onde a Rede rejeitava alianças feitas pelos socialistas, caso de São Paulo. Com o enterro, o PSB abriu oficialmente a consulta para indicar quem sucederá a Campos e ouvirá hoje a palavra da viúva, Renata, para saber se ela tem intenção de ser vice ou sugerir algum nome para a vaga. (Págs. 3 a 7)

Falha do piloto é principal suspeita da FAB para queda de jatinho (Pág. 9)

Com Marina candidata, PT e PSDB admitem fim da campanha polarizada

A entrada de Marina Silva na disputa presidencial rompe a lógica de polarização da campanha entre PT e PSDB. Com 19,6 milhões de votos obtidos na eleição presidencial de 2010, quando disputou pelo PV e ficou com quase 20% dos votos válidos, Marina coloca o PSB no páreo por um lugar no segundo turno. Nem PT, nem PSDB, porém, pretendem transformá-la em alvo de ataques durante o primeiro turno, não só na tentativa de manter um bom relacionamento para o segundo turno, mas também para aguardar que diminua a comoção gerada pela morte de Eduardo Campos e possam mensurar o efeito da tragédia na atração de votos para Marina.

Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, afirma que a presença de Marina Silva terá um impacto muito maior da campanha eleitoral do PT do que na campanha do tucano Aécio Neves.

– O Campos (Eduardo Campos) não era parte da disputa real. Ele não tinha mais como subir. Ela (Marina) tem um recall imenso da última eleição e representa bem mais do que o Eduardo o desânimo com a política – disse Goldman, que comparou a imagem de Marina à de Madre Tereza de Calcutá.

Viúva terá papel central na escolha do nome do vice da chapa do PSB

Em conversas deste domingo, após o enterro de Eduardo Campos, socialistas acertaram que o presidente do PSB, Roberto Amaral, e o secretário-geral do partido, Siqueira Campos, conversarão na manhã desta segunda-feira com a viúva do ex-governador, Renata Campos, sobre a situação da vaga para vice. Não se trata de um convite, explicam integrantes do partido, mas de uma consulta às perspectivas da viúva de Campos sobre a sucessão.

Neste domingo, enquanto Renata Campos amamentava Miguel, seu bebê de quase sete meses, em uma sala no segundo andar do Palácio das Princesas, onde eram velados os restos mortais do marido, nas salas ao lado muitas das conversas já eram sobre o papel político que “dona Renata”, como o ex-governador de Pernambuco a chamava, terá a partir de agora.

Políticos do PSB comentavam que, passado o enterro, todos os olhos se voltarão para Renata, cuja opinião será fundamental na escolha do candidato a vice que vai compor a chapa presidencial, que será encabeçada por Marina Silva. A ex-primeira-dama de Pernambuco marcou para esta segunda-feira reunião com representantes da aliança de Campos em Pernambuco. A expectativa é que o teor da fala que Renata deverá ditar os rumos dessa escolha. O encontro, convocado por ela mesma, coincide com o dia de seu aniversário e foi interpretado como uma demonstração de que assume a responsabilidade em dar continuidade ao projeto político do marido.

A tristeza cruzou o Capiberibe

Comoção no Recife

Dezenove minutos de queima de fogos, além de flores e aplausos, encerraram o funeral de Eduardo Campos, num dia em que o Recife parou. De madrugada, os três filhos mais velhos acompanharam no carro de bombeiros, por toda a cidade e com os punhos cerrados, o cortejo com os restos mortais do pai. (Pág. 8)

Ricardo Noblat

Para Eduardo não existia o talvez ou o quem sabe (Pág. 2)

Frei Betto

No Brasil, muitos vices alcançaram inesperadamente a titularidade. (Pág. 6)

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Zero Hora

Manchete : Adeus a Campos redefine eleição 

Após a comoção no enterro do candidato Eduardo campos, com mais de 100 mil pessoas, em Recife, socialistas decidem esta semana quem será o vice de Marina Silva. (Notícias | 12 a 14)

Os prejuízos com o tráfico de pessoas

Os novos imigrantes

Para trazer estrangeiros ao Brasil, coiotes chegam a cobrar US$ 2 mil. (Notícias | 8 e 9)

Rosane de Oliveira

Uma frase para o PSB embalar a campanha (pág. 10)

O Estado de S. Paulo

Despedida de Campos reúne 100 mil e é tomada por manifestações eleitorais

PSB vai explorar mais a frase dita por Eduardo Campos ao ‘JN’

Dilma e Lula ouvem vaias e aplausos antes da missa

PSB quer empenho de Renata antes da eleição

Viúva se rende à emoção e chora copiosamente durante missa

Comoção, cangaço e selfies no caixão

Familiares e amigos das outras vítimas também se despendem

Comitê avalia que Dilma pode perder apoio no Nordeste

TV começa sem oficialização de Marina

Desde 1998, quem chega até aqui em primeiro lugar vence

PF liga doleiro a 17 contratos da Petrobras

 Valor Econômico

“Essas coisas acontecem em nome de algo maior”

“Essas coisas não acontecem por acaso, mas sim em nome de algo maior”, desabafou Marina Silva, provável candidata a presidente da República pelo PSB, ao ex-ministro Ciro Gomes, durante o velório de Eduardo Campos, no Recife. Marina estava abalada; Ciro, emocionado. Ele não respondeu. Marina olhou nos olhos do interlocutor e arrematou: “Tenho saudade do Ciro que me ajudou.”

Sob comoção, gritos de ordem da campanha dominam funeral de Campos

Na maior manifestação política da história de Pernambuco, pelo menos 160 mil pessoas tomaram as ruas do entorno do Palácio do Campo das Princesas e o cemitério de Santo Amaro para o velório e enterro do ex-governador de Pernambuco e candidato presidencial Eduardo Campos (PSB), de acordo com a Polícia Militar. A comoção se misturou ao clima eleitoral. A presidente e candidata à reeleição foi vaiada ao chegar ao velório em companhia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o protesto foi abafado por aplausos.

Viúva vira fiadora da composição da chapa de Marina

Marina Silva, virtual candidata do PSB à Presidência da República, começou a sua campanha eleitoral este ano em meio ao velório e enterro do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em Recife. Sua primeira luta é pelo controle da própria campanha e da candidatura. A escolha do novo nome para a vice-presidência deverá ser feita até quarta-feira, em reunião da Executiva em Brasília e passará por Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, que convocou uma reunião da cúpula do partido amanhã, dia de seu aniversário. Renata foi convidada para ser candidata a vice com a anuência de Marina pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio, mas a expectativa é que não aceite. Marina não participará desta reunião.

PSDB questionará preparo e capacidade de gestão de Marina

Na campanha do candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), um argumento já está pronto para ser usado contra a ex-senadora Marina Silva (PSB). O alvo é capacidade e a experiência da futura candidata como gestora e seu preparo para discutir temas econômicos com profundidade. O que os tucanos dirão é que Marina não está suficientemente habilitada em nenhuma dessas áreas.

Dilma reforçará agenda ‘desenvolvimentista’

A morte de Eduardo Campos e sua substituição pela senadora Marina Silva como candidata do PSB à sucessão mudou a expectativa da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em relação a uma vitória no primeiro turno. Segundo auxiliares da presidente, Marina é uma candidata com expectativa real de vitória e assim deve ser encarada. A campanha ainda avalia os impactos do novo cenário na disputa, mas a agenda da presidente deve agora reforçar seu caráter desenvolvimentista.

Pernambuco entra em entressafra política

A morte do governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos pode deixar o Estado nordestino pela primeira vez sem políticos de peso nacional. O dirigente do PSB era o mais destacado representante de uma tradição iniciada com Joaquim Nabuco no Império e mantida desde então, com algumas interrupções em períodos autoritários: a do Estado ter uma densidade política no cenário do país que ultrapassa sua importância econômica, de apenas 2,5% do PIB.

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Brasil Econômico

Manchete : “Saúde e educação são os temas centrais da eleição, não a economia”

O sociólogo Luiz Werneck Vianna, marxista convicto, avisou logo ao ser perguntado pelo efeito do cenário econômico na campanha presidencial: “Vou surpreender. Saúde e educação foram os temas chancelados pelas ruas, pela juventude e pela classe média”. Mas ele não crê que algum candidato sobressaia no debate destas questões. “Irão todos pelo mesmo caminho”. O professor da PUC-Rio não acredita que a perda de Eduardo Campos abale o favoritismo de Dilma. E diz que o segundo turno pode ser entre ela e Marina. (Págs. 4 a 7)

Petrobras triplica duto de combustíveis

A estatal recebeu autorização da ANP para dar início ao projeto de expansão do Oleoduto São Paulo-Brasília, responsável pelo abastecimento da região Centro-Oeste. Com novas bombas, a capacidade passará dos atuais 3,4 milhões para 11,1 milhões de metros cúbicos por ano. A empresa estima que a ampliação vai substituir 40 mil viagens de caminhão por ano. (Pág. 8)

Oriente Médio – Obama tem o maior desafio internacional

O presidente dos EUA enfrenta onda de críticas a sua política externa, em meio ao caos que tomou a região. Ele é o quarto presidente americano seguido a bombardear o Iraque. (Pág. 26)

Colombo é o favorito em SC 

Mesmo perdendo aliados políticos durante consolidação de sua candidatura à reeleição, governador do estado é o líder das intenções de voto e tem chances de repetir desempenho de 2010, quando venceu no primeiro turno. (Pág. 3)

Emoção marca o último adeus a Eduardo Campos

Velório, missa e enterro do candidato à Presidência em Recife (PE) reuniu diversas lideranças políticas. (Pág. 3)

Leilão será teste para apetite do setor elétrico

Governo espera reverter desconfiança do investidor para concorrência de concessão de linhas de transmissão em outubro. (Pág. 10)

Maior liquidez não aumenta o crédito 

Estudo de pesquisadores do Banco Central mostra que a cada 1% de depósito perdido, os bancos cortam de 0,4% a 0,8% do crédito, mas o inverso não é verdadeiro. (Pág. 20)

Mosaico Político – Gilberto Nascimento

AÉCIO PERDE PRIMEIRO

O PSB informou que não discutiria a substituição do nome de Eduardo Campos enquanto o corpo do líder do partido não fosse enterrado. Mas não perdeu tempo. Os cinco partidos da coligação, a viúva, Renata, e o irmão do presidenciável, Antonio Campos, indicaram Marina Silva para substituí-lo. (Pág. 2)

Olhar do Planalto – Sonia Filgueiras

A OCUPAÇÃO DOS IMPORTADOS

Nos últimos dez anos, o consumo cresceu quatro vezes mais que a produção industrial. De 2004 a 2013, a produção física da indústria, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), expandiu-se apenas 18%. Em contrapartida, o consumo medido pelas vendas reais do comércio cresceu, no mesmo período, 97%. (Pág. 9)

Plano de negócios – Erica Ribeiro

FOCO NO PEQUENO PRODUTOR

O Sebrae e a Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), se fixaram em um mesmo foco, que é a capacitação de pequenos produtores independentes de audiovisual no país. (Pág. 19)

Ponto Final – Octávio Costa

AS URNAS E A ECONOMIA

Na entrevista da capa desta edição, o sociólogo Luiz Werneck Vianna afirma que o desempenho da economia não terá grande influência no resultado da corrida sucessória. Tal afirmação, vinda de um intelectual que foi filiado ao Partido Comunista Brasileiro e ainda hoje traz na parede do gabinete um retrato de Karl Marx, é motivo de surpresa. (Pág. 32)

Correio Braziliense

Renata Campos se reúne com PSB sobre possibilidade de assumir lugar de vice

O presidente do PSB, Roberto Amaral, avisou ontem que, sepultado o corpo de Eduardo Campos, começa agora oficialmente a discussão sobre a formação da nova chapa. Enquanto a ex-senadora Marina Silva está praticamente confirmada como a substituta do pernambucano na disputa pela Presidência, ainda está indefinido quem concorrerá ao seu lado, como vice. No velório de Eduardo, peessebistas e pernambucanos reforçaram o coro para que a viúva do ex-governador seja companheira de chapa de Marina. Paralelamente, o líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), tenta garantir seu nome.

Como o Correio mostrou no sábado, o nome de Marina foi definido pela cúpula do PSB na última sexta-feira. Para a confirmação da candidatura, o partido pede que a ex-senadora “abrace o PSB” e deixe, pelo menos por enquanto, a ideia de abandonar a legenda para formar a Rede Sustentabilidade. Para a vice, a sigla quer um perfil com duas características: ser um quadro tradicional do partido e ter afinidade com as ideias de Eduardo Campos.

Apuração do acidente com jato de Campos deve ser concluída em até um ano

Os peritos norte-americanos que acompanham as investigações sobre o acidente que matou o ex-governador Eduardo Campos na semana passada, em Santos (SP), preveem que o trabalho de apuração levará cerca de um ano para ser concluído. Ontem, três técnicos dos Estados Unidos, integrantes da Federação Americana de Aviação (FAA), e peritos do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos (Cenipa) da Aeronáutica passaram três horas buscando peças do avião no local do desastre. No final da manhã, o grupo foi para a Base Aérea do Guarujá, onde técnicos da Força Aérea Brasileira (FAB) estão remontando partes do avião para apurar as razões da queda.
“Vamos ficar aqui em Santos por uma semana, para colher todos os materiais possíveis. E só depois iniciar os trabalhos de investigação nos Estados Unidos. É muito cedo para falar em qualquer possibilidade ou suposição”, avaliou um dos peritos norte-americanos. Eles conversaram com a imprensa para explicar o trabalho que estão realizando, mas não quiseram fornecer os nomes completos ou gravar entrevistas. Com o grupo estão representantes da empresa Cessna Aircraft Company, fabricante da aeronave que caiu, e da Pratt & Whitney, fabricante do motor. Na parte da tarde, eles voltaram ao local do acidente e fizeram novas buscas por peças do avião. Os peritos pediram à Polícia Militar que quatro imóveis de um prédio e a academia atingida pela aeronave permaneçam interditados por, pelo menos, mais uma semana.

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Folha de S. Paulo

Manchete : Marina empata com Aécio no 1° turno e com Dilma no 2°

Pesquisa Datafolha foi feita após morte de Eduardo Campos; avaliação do governo federal melhorou

Na primeira pesquisa após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva (PSB) entra na disputa pela Presidência com 21% das intenções de voto. Ela deve ser confirmada na quarta-feira como substituta do ex-governador de Pernambuco. Segundo o Datafolha, Marina está tecnicamente empatada com o senador Aécio Neves (PSDB) que tem 20%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A presidente Dilma Rousseff (PT) mantém a liderança, com 36% das preferências. Com a ex-ministra do Meio Ambiente no páreo, a eleição seria decidida só no segundo turno. Na simulação que enfrenta Dilma, Marina tem 47% dos votos, contra 43% da presidente, situação de empate no limite da margem de erro.

Para equipes de campanha, morte zera o jogo eleitoral

Integrantes das três principais campanhas presidenciais fizeram neste domingo (17) avaliação semelhante durante o velório de Eduardo Campos: a candidatura de Marina Silva, em meio a uma comoção nacional, zerou o cronômetro da eleição.

Reservadamente, diversos representantes dos comitês eleitorais afirmam que a única certeza agora é de que haverá segundo turno.

Para muitos, o efeito da morte de Campos sobre a popularidade de sua substituta na cabeça de chapa decantará nas próximas duas semanas. Só então então será possível avaliar, com mais clareza, o cenário da sucessão.

Durante o voo que a levou ao Recife, Marina afirmou que a morte do candidato impõe a ela “responsabilidade” e que pretende manter os compromissos que definiu com o aliado. As afirmações foram feitas aos jornais “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”.

“Penso que existe uma providência divina em relação a mim, ao Miguel [filho mais novo de Campos], a Renata [viúva do candidato] e ao Molina [sobrinho e assessor]“, disse Marina ao “O Globo”.

Auxiliares de Dilma Rousseff presentes à cerimônia fúnebre não escondiam preocupação com a reviravolta do quadro eleitoral. Tucanos também exibiam apreensão.

No PT e no PSDB, a expectativa é de um segundo turno entre a presidente da República e o candidato do PSDB, Aécio Neves (MG).

Em comum está a avaliação de que Marina tem um discurso fundamentalista em diversos setores e sua eventual vitória traria riscos ao país. Tudo indica que a ex-senadora sofrerá dos dois grupos adversários a mesma investida negativa feita contra Lula em 2002. (Poder A4)

Candidata terá que contornar resistência na cúpula do PSB

Superada a fase de ser formalmente indicada pelo PSB para encabeçar a chapa ao Planalto, Marina Silva terá pela frente a tarefa de contornar resistências vindas de políticos que ocupam postos-chave na hierarquia da legenda.

A começar pelo presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que assumiu automaticamente o cargo após a morte de Eduardo Campos.

Então vice-presidente da sigla, ele sempre trabalhou pelo apoio do partido à reeleição de Dilma Rousseff (PT), mas acabou vencido pelo grupo liderado por Campos.

Após a morte, na quarta (13), fez parte da ala que inicialmente apresentou resistência à indicação de Marina.

Eduardo Campos é enterrado no Recife; despedida ganha ares de ato político

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, foi enterrado neste domingo (17), às 18h38, no cemitério Santo Amaro, no centro de Recife.

O cortejo com os restos mortais, que partiu em carro do Corpo dos Bombeiros do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, foi acompanhado por cerca de 160 mil pessoas, segundo estimativas do governo de Pernambuco.

Morto em acidente aéreo em Santos (SP), na quarta-feira, aos 49 anos, o ex-governador de Pernambuco foi sepultado no mesmo jazigo de seu avô, o político Miguel Arraes (1916-2005).

Lula e Dilma são vaiados e depois aplaudidos durante velório de ex-governador

O temor de petistas acabou se confirmando. Mal tinham se aproximado do caixão de Eduardo Campos, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alvos de uma forte, porém curta, vaia vinda de populares.

A reação negativa foi logo abafada por intensos aplausos, iniciados por pessoas que estavam nos espaços destinados a familiares –Marina Silva era a única política ali presente– e autoridades, e distribuídos pela plateia.

Antes mesmo da chegada da presidente e de Lula ao Palácio Campo das Princesas, local da cerimônia fúnebre, petistas comentavam que o clima era muito hostil.

Lula chorou ao se aproximar do caixão para amparar a viúva e os filhos de Campos. “É um momento triste para o Brasil”, disse ele a políticos. “É preciso ter força e ter fé”, acrescentou em outro momento. À Folha, Dilma apenas elogiou a força da mulher e dos filhos de Eduardo Campos.

O presidenciável Aécio Neves (PSDB), também presente, evitou comentários sobre a eleição: “Nunca imaginei uma construção de futuro no Brasil em que não estivéssemos juntos”, afirmou, acrescentando que “precisamos honrar os ideais de Eduardo”.

Multidão enfrenta filas de até 5 h para ver caixão

Vestido com a camisa que ganhou no funeral do governador Miguel Arraes (1916-2005), avô de Campos, o cabeleireiro Luciano Viana, 49, enfrentou cerca de cinco horas na fila para ver o caixão. “O gosto por Arraes passou pro Eduardo”, disse.

A catadora de latas Maria Zelma da Conceição, 40, de Igarassu (Grande Recife), passou a noite chuvosa na praça diante do palácio.

O bacamarteiro Manoel Luiz da Silva comandou sua “tropa” de seis soldados e, em trajes tradicionais, aproveitou o ônibus disponibilizado pela Prefeitura de Bonito (130 km do Recife) para a última homenagem.

A comunidade Ilha de Deus, que vive da pesca e da coleta de caranguejos nos manguezais do Recife, lotou pequenos barcos e navegou em procissão até os canais do centro –o governo Campos (2007-2014) urbanizou o antigo labirinto de palafitas.

Nessa multidão com motivações diversas e de pessoas saídas desde o mangue ao sertão do Araripe, as semelhanças estavam na origem pobre e na pele entre morena e negra. E também na paciência para esperar em uma fila que serpenteava pelo centro da cidade em troca de segundos sobre o caixão fechado.

‘Precisamos de você’, ouve Marina, saudada como candidata do PSB

Foi ao lado de Renata Campos, viúva de seu companheiro de chapa à Presidência da República, que Marina Silva passou a maior parte do tempo desde que chegou ao Recife, na tarde de sábado (16), para as cerimônias fúnebres de Eduardo Campos.

Eram 19h20 quando a ex-senadora entrou na casa da família, no bairro recifense de Dois Irmãos, e passava das 19h do domingo (17) quando deixou o cemitério de Santo Amaro, onde o ex-governador de Pernambuco foi enterrado.

Marina entrou no cemitério onde está o túmulo de Miguel Arraes, ex-governador e avô de Campos, de braços dados com Ana Arraes, mãe do candidato morto na quarta-feira.

Escoltada por assessores, a herdeira da cabeça de chapa de Campos era seguida por centenas de pessoas que gritavam seu nome, jogavam pétalas brancas sobre sua cabeça e tentavam tocá-la, quase como que num rito religioso. “Precisamos de você”, disse um dos passantes.

Eduardo Campos foi alvo de grande ironia da história

Coordenador do programa de governo de Eduardo Campos e uma das principais pontes entre PSB e Rede, Maurício Rands, 52, afirma, sem conter o choro, que o presidenciável morto em um acidente aéreo na semana passada foi vítima de uma grande “ironia da história”.

O desafio do pernambucano era se tornar conhecido. A notoriedade veio na quarta (13), mas sem que pudesse desfrutar da popularidade que tentava alcançar para chegar ao segundo turno.

Para Rands, o trágico desfecho da candidatura de Eduardo Campos dará a Marina Silva o empuxo necessário para que ela termine o que ele começou.

Se eleita, o PSB não terá um representante legítimo no Planalto. “Estamos só invertendo a cabeça da chapa. Ninguém está enganando ninguém, não há adultério”, disse, desta vez sorrindo.

Análise

Mauro Paulino e Alessandro Janoni

Com ex-senadora, fica mais claro lugar na chamada “terceira via”. (Poder A7)

Multidão acompanha enterro de Campos

Cerca de 130 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, acompanharam o cortejo com o corpo de Eduardo Campos no Recife, após o velório no Palácio do Campo das Princesas. Morto em acidente aéreo em Santos (SP) na quarta-feira (13), o ex-governador de PE foi enterrado sob gritos de “Eduardo, guerreiro do povo brasileiro”, aplausos e fogos de artifício. No velório, Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula receberam vaias da multidão, depois abafadas por aplausos. O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) também foi à cerimônia. (Poder A8)

Valdo Cruz

Marina vê o destino lhe devolver seu projeto. (Opinião A2)

Maurício Rands, aliado de Eduardo Campos, fala em ‘ironia da história’ (Entrevista da 2a. – Pág. A20)

Os poucos que sobrevivem ao ebola são alvo de preconceito

Sobreviver ao ebola significa enfrentar estigma e isolamento, informam Patrícia Campos Mello e Avener Prado, enviados especiais a Serra Leoa. (Mundo A16)

Editoriais

Leia “O retorno de Marina”, a respeito de novo cenário presidencial na pesquisa Datafolha, e “Saúde complicada”, sobre falhas de planos privados. (Opinião A2)

EBC – CONGRESSOEMFOCO

Edição: Equipe Fenatracoop

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