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Doações dos bancos escolares – Estudos para erradicar a miséria antes de 2016 – R$ 540 agora. Valor final, só em 2011 – Ministério Público pede anulação de exame de Tiririca – Casa Civil prorroga de novo apuração sobre caso Erenice – Manobra articulada durante o feriado surpreende Planalto – Dono é o responsável n° 1 por rombo em banco, diz Meirelles – Ministro: proposta de R$ 600 já foi derrotada no voto …
O Globo
Sem correção da tabela, IR vai subir ano que vem
Depois de quatro anos de correção na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o benefício chegou ao fim. Termina este ano o compromisso do governo de repor parte das perdas provocadas pela inflação na renda dos trabalhadores que precisam acertar as contas com o Leão. O Ministério da Fazenda, no entanto, já espera pressão para que o benefício seja prorrogado pois, mesmo diante de uma reposição entre 2007 e 2010, a defasagem da tabela ainda está em nada menos de 64,1% frente a 1995, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco Nacional).
Essa defasagem faz com que o contribuinte pague até 800% a mais de imposto do que pagaria caso a tabela tivesse sido integralmente corrigida desde 1995, calcula o Sindifisco. E, se a tabela não for corrigida em 2011, o IR a pagar será ainda maior.
A correção da tabela do Imposto de Renda será discutida pela equipe de transição e tem como apelo a formação de uma agenda positiva para a presidente eleita Dilma Rousseff em seu primeiro ano de mandato.
Enem: prova de domingo também pode ser repetida
OExame Nacional do Ensino Médio (Enem 2010) será reaplicado não só a participantes que receberam cadernos de questões do modelo amarelo com erros de impressão no primeiro dia do teste, mas a todos os estudantes que enfrentaram contratempos registrados em ata pelos fiscais, tanto no primeiro dia de prova, sábado, quanto no domingo. Em tese, isso valerá até mesmo para os candidatos que tiveram problemas com os cartões de resposta cujo cabeçalho estava invertido, além de eventuais problemas de saúde ou falta de luz durante o teste – desde que o caso não tenha sido solucionado a tempo e conste na ata elaborada pelos fiscais de prova.
Uma sessão com clima de CPI
Numa audiência tensa, com clima de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o ministro da Educação, Fernando Haddad, enfrentou pesadas críticas da oposição. Nas três horas de sabatina, no Senado, nem mesmo líderes petistas impediram os ataques contra o ministro. Os governistas preferiram ouvir calados as críticas da oposição à gestão de Haddad.
Os ataques mais pesados à conduta do MEC no episódio das falhas no Enem partiram dos senadores tucanos Álvaro Dias (PR) e Marisa Serrano (MS). Os dois afirmaram que o exame teve falhas injustificáveis. Dias chegou a perguntar se o MEC planeja indenizar os estudantes.
No momento mais tenso, Dias e Haddad entraram em choque. O senador perguntou se não havia sido incorreto nomear para a Presidência do Inep o professor Joaquim José Soares Neto, que, antes de assumir o cargo, presidia o Cespe, órgão da Universidade de Brasília (UnB) contratado para realizar o Enem.
Com base governista rachada, PMDB lidera bloco parlamentar para isolar PT
O governo Dilma Rousseff nem começou e a briga por espaço já desencadeou a primeira crise entre PT e PMDB. Ontem, um grupo de cinco dos dez principais partidos da base de Dilma, capitaneados pelo PMDB, anunciou a formação de um bloco parlamentar em 2011. Desde já, no entanto, avisou o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), o bloco também atuará em conjunto para defender o espaço e os interesses das legendas na composição ministerial. O PT reagiu ao megabloco, com seus líderes classificando a iniciativa de “gesto hostil” e criticando qualquer tentativa de pressionar a presidente Dilma na formação do Ministério.
Fatura dos aliados: 16 ministérios
Na noite de segunda-feira, Dilma recebeu do presidente do PT, José Eduardo Dutra, e dos deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP) a lista de pedidos dos partidos aliados com a proposta de loteamento de pelo menos 16 ministérios. Ontem, Dutra confirmou que entregou a Dilma a síntese das reivindicações dos aliados, que, segundo ele, querem manter ou ampliar os espaços ocupados no governo Lula.
O anúncio do bloco pelos peemedebistas, que surpreendeu os petistas, foi feito um dia depois da primeira reunião de Dilma para tratar da demanda dos aliados, na noite de segunda-feira na Granja do Torto, sem a participação do vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP).
Líderes defendem aumento de salários
Os líderes partidários na Câmara voltaram a defender ontem o aumento nos subsídios dos parlamentares e também nos vencimentos da presidente eleita, Dilma Rousseff, e dos ministros de Estado. Ao expor aos líderes os temas a serem enfrentados até o final do ano, o vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que presidiu a reunião, destacou a necessidade de enfrentar o debate sobre o reajuste nos vencimentos, lembrando que o último aumento foi dado há quatro anos.
Mínimo acima de R$540, só cortando investimento
Na tentativa de conter as pressões por um reajuste maior, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que aprovar um salário mínimo acima de R$540 exigiria o corte de outras despesas, e citou especificamente os investimentos para 2011. Nas negociações internas, no entanto, o governo já decidiu adotar uma exceção à regra em vigor e já admite chegar a um valor de até R$560 para o mínimo a partir de janeiro. Além disso, segundo interlocutores do governo, pode ser adotado também um critério especial para reajustar os benefícios do Bolsa Família e dos aposentados que ganham acima do mínimo.
Ministro: proposta de R$ 600 já foi derrotada no voto
O ministro Paulo Bernardo defendeu a atual política de valorização do piso salarial – a reposição da inflação mais o PIB de dois anos antes – e disse acreditar que até meados de dezembro esse valor estará resolvido. Mas descartou os R$600 defendidos pelo presidenciável derrotado José Serra (PSDB):
– Não concordo com isso (R$600). Teve um debate político na eleição, e a proposta foi derrotada na eleição. As pessoas não sentiram firmeza, porque a proposta do candidato não era atrelada a critérios. E considero uma visão casuística (mudar a regra de correção). Por que R$600? Só porque ele falou? Mas ele nem ganhou a eleição.
– O mínimo ficará maior do que R$540 – afirmou, à noite, o representante do governo na Comissão de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG).
– Estamos iniciando as negociações, mas o que não vai ficar é R$540 ou R$550 — avisou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Campanha de Dilma ainda deve R$24 milhões
O PT iniciou ontem um mutirão para arrecadar recursos com o objetivo de cobrir o déficit da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Foram chamados dirigentes do partido, aliados de outras legendas e governadores eleitos. O grupo será encabeçado pelo trio que fez parte do núcleo central de coordenação da candidatura, formado pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e pelos deputados federais Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo, além do tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto. Ex-ministro da Fazenda, Palocci é um dos petistas com melhores trânsito no mundo empresarial.
Casa Civil prorroga pela segunda vez prazo de investigação sobre Erenice
A Casa Civil prorrogou por mais 20 dias o prazo para conclusão dos trabalhos da comissão que investiga o suposto tráfico de influência que envolve a ex-ministra Erenice Guerra. O decreto da prorrogação foi publicado no Diário Oficial da União de ontem. Segundo a Casa Civil, a comissão, constituída por três servidores de carreira – um da Controladoria Geral da União (CGU), outro da Advocacia Geral da União (AGU) e um terceiro da própria Casa Civil -, precisará de mais tempo para analisar os documentos que lhe foram enviados e, depois, finalizar o relatório.
Essa é a segunda prorrogação da investigação, que começou em 17 de setembro. No dia 18 de outubro, outra portaria prorrogou o prazo por mais 30 dias; agora, o novo documento estabelece mais 20 dias.
Após eleição, STM libera acesso a processo da ditadura contra petista
O Superior Tribunal Militar (STM), por 10 votos a 1, liberou ontem acesso ao processo aberto durante o regime militar contra a hoje presidente eleita Dilma Rousseff. O processo estava arquivado na corte, e o presidente do STM, ministro Carlos Alberto Marques, havia vetado a divulgação dos autos.
Com a decisão, os 16 volumes da ação, que tem 72 réus ao todo, estarão liberados para jornalistas, historiadores e estudiosos. A ação, movida pelo jornal “Folha de S.Paulo”, havia sido protocolada antes da votação do primeiro turno das eleições.
Imagens mostram detalhes do mensalão do DF
Imagens gravadas na casa da promotora Deborah Guerner, do Ministério Público do Distrito Federal, mostram como era escondido parte do dinheiro que alimentou o esquema de corrupção do mensalão do Distrito Federal. Nas gravações, exibidas ontem à noite pelo “Jornal Nacional”, o marido de Deborah, Jorge Guerner, aparece demonstrando como faria para enganar a polícia, se houvesse flagrante na residência. A promotora, o marido e o ex-procurador-geral de Justiça Leonardo Bandarra – que também aparece no vídeo – foram denunciados à Justiça Federal pelo envolvimento no escândalo.
Com dois maços de dinheiro, um em cada mão, Jorge explica que guardaria o dinheiro no cofre dentro da casa para despistar uma eventual ação policial. Na residência, havia outro cofre, enterrado no quintal, onde estaria guardado um maior volume de dinheiro, fruto da corrupção.
– Vou botar esse num cofre e esse no outro. Se eles (polícias) acharem, o que acontece? Eles acham que a gente só tem esse dinheiro e não procuram mais – disse Jorge, no vídeo.
As imagens foram gravadas em junho pelo sistema de segurança interno da própria casa. As fitas foram apreendidas pela Polícia Federal com autorização judicial.
Folha de S. Paulo
STM libera processo da ditadura contra Dilma
A Justiça Militar liberou ontem acesso da Folha aos autos do processo que levou a presidente eleita, Dilma Rousseff, (PT) à prisão, durante a ditadura (1964-85). O jornal havia protocolado no STM (Superior Tribunal Militar) mandado de segurança, em setembro, para ter acesso aos documentos que trazem informações sobre a detenção de Dilma e de outros militantes que atuaram na VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), uma das organizações da esquerda armada.
O presidente do tribunal, Carlos Alberto Soares, havia trancado em março os documentos num cofre do STM, como revelou a Folha no mês de agosto.
Senador é acusado de comprar testemunhas
Um ex-funcionário de uma TV da família do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) acusa o político de ter comprado três testemunhas no processo que cassou os mandatos do casal João e Janete Capiberibe, ambos do PSB.
O ex-governador do Amapá e sua mulher foram cassados por compra de votos nas eleições de 2002, quando se elegeram senador e deputada federal, respectivamente. Borges, principal aliado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Amapá, nega a acusação. Em dois depoimentos de julho, um registrado em cartório, em Macapá (AP), e outro prestado na condição de informante ao Ministério Público Federal do Amapá, o ex-funcionário Roberval Araújo contou ter sido procurado por Gilvam Borges para realizar uma operação intitulada “Cavalo Doido”.
Localizado pela Folha na última quinta-feira, por telefone, Araújo confirmou ter prestado os depoimentos.
Peemedebista nega ter pago por depoimentos contra rivais
“O Roberval é um bandido”, afirmou o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), ao negar ter comprado as testemunhas para incriminar o casal Capiberibe por compra de votos em 2002. Segundo ele, a representação assinada pelo PMDB foi endossada pelo Ministério Público Eleitoral, quando da denúncia feita ao casal. Borges nega ter pago pelos depoimentos e acusa o casal Capiberibe, que é seu adversário na política local, de pagar pelo testemunho de seu ex-funcionário. “Foi o Capiberibe que cooptou essa testemunha. Nunca dei dinheiro para ele. Estou sendo vítima nesse processo”, disse o senador. “E outra coisa, o depoimento dele ocorreu em julho, no período pré-eleitoral.”
Dilma veta acordo para manutenção de pastas
A presidente eleita, Dilma Rousseff, mandou abortar qualquer negociação com os partidos aliados para que cada um mantenha os mesmos ministérios em seu governo. Segundo a Folha apurou, a petista avisou a interlocutores que não aceitará essas imposições como critério para repartir os cargos da Esplanada, tampouco entrará no xadrez ministerial vestida numa “camisa-de-força”. Ela disse que seu poder de escolha não pode ficar engessado pelas demandas da base, ainda que, em alguns casos, o pleito de manter as pastas seja contemplado. A determinação de Dilma é uma clara reação ao “pacto de não agressão” firmado entre PMDB, PR, PP, PTB e PSC, selado para ampliar seu poder de barganha. Dilma não quer repetir a “fotografia” do atual governo, apesar do carimbo da continuidade.
PT e Dilma reagem a bloco da base aliada
Com poder limitado nas discussões sobre a transição de governo, o PMDB tomou ontem uma atitude arrojada: anunciou um bloco com outros quatro partidos para formar uma bancada de 202 deputados na Câmara.
No início da noite, entretanto, uma reação rápida do PT e da presidente eleita, Dilma Rousseff, acabou colocando em risco estratégia peemedebista.
O PMDB anunciou que seu bloco teria o apoio formal de PR, PTB, PP e PSC. Com essa configuração, teria os 202 deputados e ficaria muito superior à bancada petista, com 88 cadeiras. O caminho estaria então pavimentado para o atual líder peemedebista, Henrique Eduardo Alves (RN), tentar se eleger presidente da Câmara.
Aí as forças governistas entraram em ação. Participou diretamente da operação o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Muitos deputados foram contatados para ajudar a debelar o plano do PMDB.
TSE barra candidatura de senador do TO
O Tribunal Superior Eleitoral barrou ontem a candidatura do senador eleito Marcelo Miranda (PMDB-TO) por considerá-lo “ficha suja”. Por 5 votos a 2, os ministros do tribunal entenderam que ele é inelegível porque teve o mandato de governador cassado em setembro de 2009. Ele foi condenado por abuso de poder político durante a campanha de 2006. A decisão representa uma mudança na jurisprudência do tribunal. Por uma questão técnica, entendia-se até então que só seria punido aquele político cassado pela Justiça Eleitoral devido à uma “representação” contra ele.
O Estado de S. Paulo
Dono é o responsável n° 1 por rombo em banco, diz Meirelles
Em sua primeira entrevista exclusiva desde que o socorro de R$ 2,5 bilhões ao Banco Panamericano foi anunciado, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, rebate os ataques feitos nos últimos dias à instituição, critica os controles do banco (auditorias interna e externa) e diz que, em última instância, o responsável pelos problemas era o controlador (Silvio Santos).
“O único prejudicado foi o acionista controlador, que assumiu o prejuízo de acordo com a lei – corretamente – e era, em última análise, o responsável”, afirmou ao Estado no início da tarde de ontem.
PMDB monta ‘blocão’ e aumenta pressão sobre petistas na formação do governo
Em uma manobra política deflagrada de surpresa, o PMDB formou um megabloco de deputados na Câmara com outros quatro partidos da base aliada e conseguiu, ao mesmo tempo, deixar a futura presidente Dilma Rousseff refém do interesse desses partidos na formação do ministério e isolar o PT na disputa por cargos no Legislativo.
Juntos, PMDB, PP, PR, PTB e PSC vão somar no próximo ano 202 deputados, 55 a menos do que a maioria absoluta dos 513 parlamentares da Casa. Com esse número de parlamentares liderados pelo PMDB, Dilma terá, obrigatoriamente, de negociar com o “blocão” para conseguir aprovar projetos de seu interesse e reformas constitucionais.
Manobra articulada durante o feriado surpreende Planalto
A operação política que garantiu a construção do chamado superbloco partidário faz parte da estratégia do PMDB de assegurar o controle do território onde sempre deu as cartas: o Congresso Nacional.
Mesmo que para isso seja necessário derrotar o PT, seu principal parceiro político na campanha eleitoral.
Na prática, a manobra, que pegou de surpresa o governo federal, foi sacramentada durante o último feriado e representa um recado a presidente eleita, Dilma Rousseff.
A mensagem é que o PMDB foi parceiro decisivo na campanha vitoriosa e espera ser reconhecido com o preenchimento de espaços políticos proporcionais a uma sociedade, o que não vinha sendo sinalizado.
Para garantir que isso ocorra, o PMDB decidiu usar sua maior arma: a força dentro da Câmara e do Senado.
Casa Civil prorroga de novo apuração sobre caso Erenice
Pela segunda vez consecutiva, a Casa Civil prorrogou o prazo de conclusão dos trabalhos da comissão de sindicância instaurada no Planalto para investigar o esquema de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra-chefe da pasta Erenice Guerra. A portaria, publicada no Diário Oficial da União de ontem, prevê a conclusão dos trabalhos em 20 dias e foi assinada pelo ministro interino, Carlos Esteves Lima. A comissão foi instaurada em 17 de setembro, data da demissão de Erenice, após denúncias de que o filho da ex-ministra Israel Guerra faria parte de um esquema de tráfico de influência em troca de pagamento de comissões.
‘Quem manda é a presidente’, reage Dutra
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, interlocutor junto à presidente eleita, Dilma Rousseff, na equipe de transição de governo e de montagem do ministério com os partidos aliados, reagiu com veemência ao tomar conhecimento de que o PMDB, PP, PTB, PR e PSC montaram bloco parlamentar com 202 deputados.
“Pelo que sei, o Brasil tem um regime presidencialista. Quem manda é o presidente. Neste caso, quem vai decidir será a presidente Dilma Rousseff e não blocos partidários”, disse Dutra, irritado. “Isso é uma coisa que ocorre lá no Congresso. O governo não vai se submeter a isso.”
Com o acordo, os partidos pretendem ganhar força para reivindicar maios espaço no governo, justamente no momento em que Dutra está empenhado em negociar com os aliados o quinhão de cada um. O presidente do PT já entregou a Dilma listas com os pedidos de cada partido.
Governo já admite R$ 550 como piso
À custa de alguma pressão, foi marcada para amanhã a reunião do governo com as centrais sindicais que dará início aos entendimentos sobre o novo valor do salário mínimo para 2011. A proposta oficial do governo é R$ 540, mas integrantes do Executivo já acenaram com R$ 550, que na prática virou piso das negociações. Os representantes dos trabalhadores vão insistir em R$ 580. Para atendê-los, o governo terá de arranjar mais R$ 12 bilhões para bancar os gastos adicionais da Previdência Social.
A distância nas cifras mostra que a discussão vai-se alongar provavelmente até dezembro. Na falta de acordo, a tendência é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita, Dilma Rousseff, sejam chamados a arbitrar o valor. “Vão levar a questão para o Lula e a Dilma”, apostou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, deputado pelo PDT de São Paulo.
Relator dá mais dinheiro para emendas
Para aprovar o relatório preliminar do Orçamento do primeiro ano de governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, o senador Gim Argello (PTB-DF) teve de recuar em alguns pontos de sua proposta e elevar de R$ 12,5 milhões para R$ 13 milhões o valor das emendas individuais dos parlamentares. Agora, a despesa com as emendas individuais passou a comprometer R$ 7,45 bilhões das receitas orçamentárias, quase R$ 300 milhões a mais do que era previsto anteriormente.
Com esse aumento, Argello, que é o relator-geral do Orçamento da União de 2011, conseguiu manter a liberdade para liberar R$ 900 milhões para os Estados-sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014.
Comando do DEM já vê Kassab fora do partido
Dirigentes do DEM já admitem que será difícil impedir que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixe o partido rumo ao PMDB, a partir do próximo ano. O prefeito conversou sobre o assunto no último feriado em São Paulo com o vice presidente eleito e presidente nacional do
O movimento, que não é confirmado oficialmente pelo prefeito, juntaria dois objetivos comuns. Kassab quer um partido com maior densidade do que o DEM para ter força para influir diretamente na sua sucessão na prefeitura no próximo ano e também para poder concorrer com chances ao governo de São Paulo em 2014. Por isso defendeu, sem sucesso, a fusão do DEM com o PMDB. Já os peemedebistas querem revitalizar sua presença em São Paulo com a possível filiação de Kassab.
Isso garantiria ao PMDB poder imediato, com o controle da maior capital do País, e recuperação de terreno político local, depois do fracasso nas urnas paulistas, quando elegeram apenas um deputado federal no Estado.
Partido rejeita tese de fusão com PMDB
Enfraquecido pelo modesto resultado obtido nas eleições deste ano, o Democratas reuniu ontem em Brasília sua Comissão Executiva Nacional para barrar as propostas de fusão com outros partidos e tentar frear a pressão por mudança na direção da legenda. Em nota oficial, o DEM admite que passa por divergências internas.
“O Democratas está voltado, neste momento, à reconstrução de sua unidade interna para garantir um futuro de êxito eleitoral no exercício de uma oposição responsável, atenta e fiscalizadora. Tão legítimo quanto o exercício do governo é o exercício da oposição. Um País sem espaço para o contraditório não é democrático”, diz a nota divulgada pelo partido.
Ministério Público pede anulação de exame de Tiririca
O promotor de Justiça Maurício Lopes, acusador de Tiririca – palhaço que 1,3 milhão de brasileiros elegeram deputado pelo PR – ingressou ontem com dois mandados de segurança perante o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O promotor requereu anulação da audiência realizada na última quinta feira, quando Tiririca foi submetido a um teste de escrita e leitura.
Em um mandado, o promotor aponta “diversas nulidades” e pede a intimação da “esposa do acusado” para que ela diga como foi redigida a declaração de Tiririca à Justiça, anexada ao registro de candidatura, em que ele afirmou ser alfabetizado. No outro, questiona a competência do juiz eleitoral de primeiro grau (Aloísio Silveira) que fez a audiência.
TSE cassa o registro de Marcelo Miranda
Eleito para o Senado, o ex-governador Marcelo Miranda teve o registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Por 5 votos a 2, ministros entenderam que Miranda foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa: em 2009, teve o mandato de governador cassado por abuso do poder político na campanha de 2006. O TSE acatou o pedido do Ministério Público Eleitoral contra decisão do TRE do Tocantins, que havia deferido a candidatura. Com a decisão, Miranda não será diplomado nem assumirá mandato de senador. Ele pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
Correio Braziliense
R$ 540 agora. Valor final, só em 2011
O governo fechou acordo com a oposição para conseguir votar o Projeto de Lei do Orçamento ainda este ano. Ontem, após negociação, parlamentares da Comissão Mista de Orçamento aprovaram o relatório preliminar do senador Gim Argello (PTB-DF). O consenso permitiu ao governo esticar para o início do ano, já com os novos parlamentares no Congresso, as votações mais polêmicas, como o valor do novo mínimo, do Bolsa Família, a Contribuição Social para a Saúde (CSS) e o aumento das compensações aos estados exportadores por causa da Lei Kandir. Alguns pontos, como o mínimo, devem ser editados por Medida Provisória para serem convertidos em lei somente com a nova composição do Congresso Nacional.
Transportes, alvo da cobiça
No calor da disputa dos partidos por cargos no futuro governo, a presidente eleita escolheu o Ministério dos Transportes para fazer o primeiro diagnóstico da Esplanada. No centro da briga entre PT, PMDB e PR, a pasta tem previsão orçamentária de R$ 21 bilhões para 2011 e vem despejando dinheiro em obras prioritárias. No segundo semestre deste ano, a liberação de recursos foi acelerada atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entregar os projetos em estágio bem avançado à sucessora, Dilma Rousseff.
Levantamento do Correio com dados do Siafi mostra que os valores aplicados em projetos como Ferrovia Norte-Sul, Transnordestina, recuperação de rodovias, usados como bandeira pela então candidata petista, chegaram a R$ 3,1 bilhões entre julho e novembro deste ano. O valor é cerca de 10% superior aos R$ 2,8 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Os recursos são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, principais braços operacionais da pasta.
Estudos para erradicar a miséria antes de 2016
O governo de transição vai se apoiar em especialistas que atuam fora da administração pública para traçar as metas e elaborar políticas públicas de erradicação da pobreza absoluta, uma das principais promessas de campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff. O núcleo duro do próximo governo faz um encontro sobre o tema amanhã. A ideia é estudar a criação de mecanismos para evitar que continuem existindo famílias brasileiras vivendo com menos de um quarto de salário mínimo por mês.
O objetivo de Dilma é ambicioso. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a erradicação da pobreza extrema deve ocorrer, em condições normais, até 2016. A presidente eleita, contudo, quer buscar estratégias para antecipar em dois anos o prazo vislumbrado.
Doações dos bancos escolares
Cogitado para ocupar o Ministério da Educação (MEC) depois de falhas na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o vereador Gabriel Chalita (PSB-SP) teve parte da campanha à Câmara dos Deputados financiada pelo setor educacional. Segundo a prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as contribuições de instituições de ensino, de empresários da área e de editoras somaram mais de R$ 660 mil. O ex-secretário de Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) arrecadou R$ 2,3 milhões, sendo mais de R$ 1 milhão em “doações ocultas”, aquelas feitas para partidos ou comitês financeiros e depois direcionadas aos candidatos de interesse dos grupos.
Chalita foi eleito com 560.022 votos no estado, perdendo apenas para Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR-SP), escolhido por mais de 1 milhão de eleitores. Escritor e professor, Chalita usa a educação como bandeira. Entre as promessas de campanha está a elaboração da lei de responsabilidade, estabelecendo sanções para gestores que não cumpram metas na área. Durante o segundo turno, ele ganhou também a afeição da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT). Por conta da sua proximidade com a ala carismática da Igreja Católica, o vereador teve papel de destaque na “guerra santa” travada entre tucanos e petistas. congresso em foco