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”Tudo começou quando fui entregar uma cesta básica para uma família carente. Levamos doces para as crianças da casa, mas muitas outras pediram. Não tinha para todas. Fiquei comovido e pensando o que poderia fazer. Foi aí que surgiu a ideia de me vestir de Papai Noel e distribuir doces nas ruas”, conta Baiano.
A distribuição de brinquedos começou há três anos, quando ele se aposentou. ”Na ocasião, comprei 500 brinquedos e com a ajuda de amigos arrecadei mais 500”, lembra, ressaltando que a colaboração da comunidade é fundamental. Hoje cerca de 180 pessoas se dispõem a ajudar Baiano. Ontem à tarde, a reportagem da FOLHA acompanhou Baiano pelas ruas de Cambé e também durante uma visita à Santa Casa.
Durante sua trajetória como Papai Noel, Baiano fez muitos amigos e se tornou uma pessoa conhecida na cidade. Por onde passa, os adultos acenam e as crianças correm ao seu encontro. Nesses 18 anos, diversos momentos foram marcantes. Baiano se emociona durante a entrevista e, mais de uma vez, não consegue conter as lágrimas. ”Tem uma moça paraplégica que eu chamo de minha princesa. Hoje ela é adulta, mas eu a visito desde que ela tinha três anos. Ela me espera todo Natal e quando eu chego ela demonstra uma grande felicidade. Não tem como não me envolver”, relata.
Outra situação marcante, segundo ele, foi quando a mãe de um menino de quatro anos que estava com leucemia o procurou dizendo que o filho queria receber a visita de um Papai Noel de verdade. ”Quando entrei na casa, o garoto correu em minha direção e me abraçou forte. Demorou para me soltar. Ele ficou encantado de receber a visita do bom velhinho. Foi muito gratificante”, recorda. ”Há idosos que também se emocionam ao me ver. Muitos já chegaram a chorar.”
Para Baiano, o verdadeiro sentido do Natal está nos pequenos gestos, que são capazes de fazer diferença na vida de alguém. ”Peço a Deus que me dê vida e saúde para fazer esse trabalho por mais muito tempo”, revela. Passando o Natal, Baiano faz a barba e – com orgulho – guarda as três roupas que tem de Papai Noel. Apaixonado pelo o que faz, ele torce para o ano passar rápido para tirar as vestes do guarda roupa e mais uma vez incorporar o bom velhinho.
Matéria publicada na Floha de Londrina 24/12/2010
http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id_folha=2-1–8761-20101224