UEL anuncia calote e alerta para apagão geral do ensino

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Uma carta pública do Conselho de Administração, instância máxima de gestão da UEL, alerta que a falta de dinheiro e a contenção de recursos já provoca problemas.

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UEL admite crise geral e afirma que contenção de gastos do governo coloca em xeque funcionamento normal da instituição até janeiro de 2015 (Crédito: Divulgação/UEL)

Em uma surpreendente carta pública, o Conselho de Administração (CA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) anunciou oficialmente um “calote” da instituição em diversas despesas até pelo menos janeiro de 2015.

Até o fim do ano, a UEL afirma que não tem dinheiro para pagar as contas de água da Sanepar, de energia da Copel, telefone, manutenção de veículos e equipamentos e aluguel de prédios fora do câmpus. O governo do Paraná só admite tais pagamentos se a UEL sanar despesas com os próprios recursos que arrecada – como os obtidos com taxas de vestibular, por exemplo.

Diante do congelamento de pelo menos 30% dos recursos necessários para o funcionamento da maior universidade estadual do Paraná, a instância administrativa máxima da UEL afirma que a falta de dinheiro pode causar “consequências e transtornos no funcionamento normal da universidade”.

Para 2015, UEL deve continuar a enfrentar problemas com orçamento, diante da queda de arrecadação de impostos no Paraná (Crédito: Divulgação/UEL)

A direção da UEL afirma que tenta reverter o esvaziamento dos caixas em diálogo direto com o governo do Paraná. Para o Conselho de Administração, revelar publicamente para a sociedade o caos financeiro na UEL é uma questão de “transparência que se faz necessária”.

De acordo com o CA, as restrições impõem à UEL “prejuízo nas atividades acadêmicas e operacionais rotineiras da instituição”.

Segundo o documento, a universidade recebeu, até outubro, menos de um terço do total de recursos para pagar essas despesas básicas e que a falta de dinheiro traz dúvidas sobre os rumos dos serviços prestados pela instituição.

Em 2014, o orçamento para manutenção da UEL é de R$ 26,6 milhões. Até agora, no entanto, o Governo do Estado aprovou somente R$ 16,4 milhões, mas depositou menos ainda: R$ 11,9 milhões do total necessário.

O JL entrou em contato com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino(SETI), responsável pelo acompanhamento das universidades do Paraná. No entanto, o expediente do órgão na capital termina às 17h e ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto no fim da tarde desta quinta (20).

O que está garantido

Segundo a UEL, apenas despesas relacionadas diretamente com o pagamento de bolsa auxílio a estudantes, bolsas de ensino em extensão, pesquisa e pré-vestibular, bolsas indígenas e para estagiário, auxílios transporte, alimentação e funerário estão regulares e não foram afetados pelas medidas de contenção.

Para os meses de outubro, novembro e dezembro, o governo do Paraná autorizou apenas R$ 570 mil adicionais para pagamentos relacionados aos programas de menor aprendiz, publicações de atos legais em jornais, manutenção de softwares, indenizações, Correios e para a destinação de resíduos da UEL.

Fonte: JL

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