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A África do Sul era oficialmente dividida entre negros e brancos até 1990 e, vinte anos depois, ainda sofre as consequências do apartheid (regime de segregação racial). A realização de uma Copa do Mundo, porém, pode representar para o país mais um passo para a integração total de seus povos e, nesse processo, a seleção sul-africana assumiu papel importante.
Jogadores e comissão técnica têm procurado se aproximar de seus torcedores. Em uma estratégia conjunta, eles têm se esforçado para que a população torne-se fã de uma equipe composta por brancos, negros, mestiços e descendentes de imigrantes.
“Não olhamos mais para a raça. O que queremos é ser um país só”, disse o goleiro reserva da seleção, Shu-Abi Walters, cuja família é proveniente da Índia.
Walters afirmou que desde que Nelson Mandela foi solto, em 1990, a África do Sul procura a unificação. Para ele, a Copa do Mundo é uma oportunidade única para isso.
O ex-técnico da seleção brasileira e atual comandante África do Sul, Carlos Alberto Parreira, concorda com Walters. Em entrevista coletiva nessa sexta-feira (4), ele afirmou que o time sul-africano tem, além da responsabilidade de representar o país, uma responsabilidade social.
Segundo Parreira, vários sul-africanos com quem conversa pedem para que ele faça da seleção um motivo de orgulho da população. O técnico disse ainda que acredita que isso está ocorrendo e lembrou que agora os jogos da equipe sul-africana têm estádios praticamente lotados.
“Quando cheguei aqui, fui convidado para assistir a um jogo da seleção em Joanesburgo. Lá tinha 4 mil pessoas.” contou. “No nosso último jogo, contra a Colômbia, foram 90 mil.”
O técnico disse também que um bom desempenho do time pode contribuir ainda mais para a integração sul-africana. Lembrou, contudo, que independentemente do resultado da Copa, os chamados Bafana Bafana (como é conhecida a seleção) já terão colaborado para um futuro melhor para o país.
Edição: Graça Adjuto