Segundo Pesquisa Nacional de Saúde: 23 milhões de brasileiros sofrem de algum transtorno mental, comenta a psicóloga Simone Braga

E os jovens especificamente fazem parte da grande parcela de pessoas diagnosticadas com algum transtorno mental atualmente,em todo o mundo.

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Todo começo do ano, já há algum tempo, a sociedade ouve falar sobre a Campanha Janeiro Branco e, como ela busca discutir a importância da saúde mental em todas as faixas etárias e classes sociais. E a Coluna Bela Manchete não poderia deixar de falar da Campanha que tanto contribui. Com isso, fomos conversar com a psicóloga Simone Braga. Confira!

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 30% da população mundial sofra de algum transtorno mental ao longo da vida. E no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, a quantidade de brasileiros que enfrentam transtornos mentais também é alta. “Essa proporção é significativa, e afeta não exclusivamente as pessoas que recebem o diagnóstico de algum transtorno mental, mas também os familiares e, consequentemente a sociedade toda, pois infelizmente, muitas pessoas enfrentam essas condições sem o diagnóstico adequado, ou seja, sofrem sem saber que estão vivendo de forma limitada, pois quando um transtorno mental como a depressão, transtorno afetivo bipolar, psicoses, entre outros, têm diagnóstico correto e é tratado também de forma ideal, a qualidade de vida do paciente melhora muito!”, conta Simone Braga.

E conforme afirma ainda a psicóloga Simone Barga, isso ocorre por diversos fatores, incluindo falta de acesso aos serviços de saúde mental por parte da sociedade, estigma social, mas também por falta de informação. “Infelizmente existe, sim, o estigma social de quem trata ou simplesmente é diagnosticado com algum transtorno mental. Muita gente ainda afirma ou pensa que tratar depressão ou buscar ajuda por questões emocionais é “coisa de louco”. E, tudo isso, associado à falta de conhecimento sobre os sinais e sintomas dos transtornos mentais cria uma sociedade que precisa de ajuda. Por isso, abordar a campanha é muito interessante”.

E a psicóloga completa “isso pode levar a um aumento na busca por informações e por ajuda profissional, evitando o tabu e incentivando as pessoas a cuidarem da saúde mental de forma constante ou até preventiva. Além disso, a campanha também tem como objetivo destacar a promoção da saúde mental em diferentes âmbitos sociais, como nas escolas, empresas e instituições públicas. Ao conscientizar e envolver esses setores, é possível criar ambientes mais seguros e acolhedores, estimulando o bem-estar mental e emocional dos indivíduos”.

E por falarmos em trabalho, o modo de vida contemporâneo certamente colabora diretamente para o estresse, afirma Simone. “O modelo de vida atual colabora para que  muitas pessoas vivam em um ritmo acelerado, com uma série de compromissos profissionais e metas a cumprir, o que pode ser bastante desgastante tanto mental como fisicamente! Além disso, as responsabilidades financeiras também são um fator estressante. A necessidade de manter um padrão de vida, pagar contas, lidar com dívidas e planejar o futuro financeiro pode gerar uma grande pressão e angústia. Sem pontuar a cultura contemporânea de estar sempre conectado, graças à tecnologia”.

Com tudo isso, a psicóloga Simone Braga salienta que a atenção real sobre nossa rotina e também sobre a de quem amamos- nossos conjugês, filhos, nos ajuda a identificação se nós ou outras pessoas precisam de ajuda. Segundo Simone Braga é preciso ter atenção redobrada aos jovens. “É verídica a relação entre as alterações hormonais durante a adolescência e a exposição à internet com o aumento da vulnerabilidade dos jovens para desenvolver transtornos emocionais. Durante a adolescência, ocorreram mudanças graves nos níveis de hormônios, afetando o equilíbrio emocional e o funcionamento cognitivo. A exposição na internet também desempenha um papel importante nesse contexto. Os adolescentes passam cada vez mais tempo nas redes sociais, onde são expostos a uma variedade de informações, interações sociais virtuais e pressões sociais. Essa exposição exacerbada pode levar a comparações constantes, baixa autoestima, bullying virtual e prevalência de comportamentos autodestrutivos. Além disso, a internet também influencia o modo como os jovens lidam com suas emoções. A busca por validação online, a falta de habilidades para lidar com conflitos virtuais e a impossibilidade de desconectar de estímulos digitais podem afetar sua saúde mental. Portanto, é importante considerar essa realidade e promover um ambiente seguro e saudável para os jovens. A educação emocional, o apoio psicológico e a orientação dos pais são essenciais para ajudá-los a desenvolver habilidades de autorregulação emocional”.

Gostou da matéria?! A Coluna Bela Manchete busca sempre abordar a Campanha Janeiro Branco e como ela contribui para uma sociedade mais saudável emocionalmente.

Confira então, os 6 passos listados pela psicóloga Simone Braga para alcançar de forma verdadeira a saúde mental:

Quando alguém sente que está em depressão ou apresentando sintomas de algum transtorno relacionado à saúde mental, é importante buscar ajuda imediatamente. Aqui estão algumas ações que seriam ideias, de acordo com o ponto de vista clínico:

1. Consultar um profissional de saúde mental: Agende uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra. Eles podem avaliar sua situação, fornecer um diagnóstico adequado e recomendar o tratamento mais adequado para você. 

2. Falar abertamente: Não tenha medo de compartilhar seus sentimentos com pessoas próximas e específicas, como familiares ou amigos íntimos. Eles podem oferecer apoio emocional e encorajá-lo a buscar ajuda profissional. 

3. Não negligencie sua saúde física: Cuide de si mesmo fisicamente, mantendo uma dieta balanceada, praticando exercícios físicos regulares e garantindo uma boa noite de sono. Cuidar do corpo também pode ajudar a melhorar sua saúde mental. 

4. Evite o isolamento: Mantenha-se ativo socialmente, participando de atividades que você gosta e encontrando pessoas que o apoiem. Isso pode ajudar a reduzir a sensação de solidão e isolamento, o que pode agravar os sintomas de depressão.

 5. Busque informações sobre o transtorno: Educando-se sobre o transtorno específico que você acredita estar enfrentando, você terá uma compreensão melhor e mais clara do que está passando. Conhecimento é poder e isso pode ajudá-lo a lidar melhor com os desafios. 

6. Esteja aberto a diferentes métodos de tratamento: A busca por ajuda profissional não se limita apenas à terapia tradicional. Existem diversas opções de tratamento disponíveis, como terapia cognitivo-comportamental, medicação, terapias alternativas, entre outras. Esteja disposto a explorar diferentes abordagens e encontrar aquela que funciona melhor para você. Lembre-se, é fundamental não enfrentar a depressão ou transtorno mental sozinho. Procure ajuda o mais cedo possível, pois o tratamento adequado pode melhorar significativamente a qualidade de vida e fornece o suporte necessário para superar esses desafios.

Acompanhe a jornalista Emily Müller também nos instagram: @belamancheteemidias .

E Acompanhe o trabalho da entrevistada, psicóloga Simone Braga @psi.simonebraga .

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