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O São Francisco Instituto Vida atingiu uma marca histórica em 2019. A instituição realizou o atendimento a 123 partos normais, o que representou 46% do total de nascimentos no período, que foi de 270. O número é 115% maior que o registrado em 2018, quando o hospital atendeu 57 partos normais e contabilizou 215 nascimentos.
O recorde de partos normais é resultado do trabalho desenvolvido pela instituição desde 2017, quando passou a integrar a Fase 2 do projeto Parto Adequado, desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde.
Para se ter uma ideia, em 2016, antes de participar do projeto, o índice de partos normais no hospital cambeense era de apenas 3%, contra os 46% atuais. A partir da participação no Parto Adequado, o São Francisco promoveu uma série de adequações estruturais, contratações e capacitações de suas equipes profissionais.
As medidas resultaram em uma verdadeira mudança de cultura em relação ao parto e atendimento humanizado não só na instituição, mas na comunidade local. Hoje, o São Francisco é o único hospital na região Norte do Paraná integrante do projeto, ao lado de outros quatro no Paraná.
Dentro do Parto Adequado, a instituição foi destaque entre os mais de 100 hospitais participantes no Brasil e tem servido de modelo e incentivo a outras unidades de saúde. O São Francisco possui uma suíte de parto normal dentro dos moldes de casas de parto internacionais e da legislação do Programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, além de uma equipe de enfermagem obstétrica de plantão 24 horas para atender as parturientes.
A enfermeira obstétrica e coordenadora do projeto Parto Adequado no São Francisco, Mariana Haddad Rodrigues, diz que as mudanças realizadas na instituição possibilitaram que o parto normal se tornasse uma experiência mais positiva e segura para as mulheres que têm os seus bebês no hospital. Ela compartilhou a experiência e modelo de sucesso adotado pelo hospital no 6º Simpósio Internacional de Assistência ao Parto, em setembro de 2019, em São Paulo. O evento reuniu profissionais de saúde de todo Brasil.
“As gestantes que optaram pela cesariana também se beneficiaram do processo de humanização”, afirma. A assistência, nestes casos, também inclui técnicas não alopáticas, como aromaterapia e musicoterapia, e oferece gratuitamente a todas as famílias o carimbo de placenta e pintura de barriga.
Para Mariana, a marca histórica se deve não só à mudança da cultura institucional, mas também ao envolvimento da administração do hospital, que embarcou nessa jornada com a equipe de enfermagem, médicos, doulas e fotógrafos parceiros. Segundo ela, as melhorias na assistência ao parto contribuíram, inclusive, para aumentar a competitividade entre os hospitais da região. “Os profissionais que atuam aqui levam esse conhecimento para outras instituições e todos os envolvidos se tornam multiplicadores de informações que visam desmistificar o parto normal”, argumenta.
A diretora executiva de desenvolvimento do São Francisco Instituto Vida, Michele Sonomura Casimiro, diz que atingir essa marca é muito significativo para a instituição. “Nós investimos e estamos constantemente nos aperfeiçoando. Dedico o mérito a uma equipe capacitada e humana liderada por uma excelente coordenação”, comemora. Ela confirma que os esforços são refletidos internamente e também em toda a região.
“Além do atendimento, temos o papel de fornecer informação qualificada para as gestantes e seus familiares por meio dos cursos e rodas gratuitos”, completa Michele. Para a diretora, as mudanças na assistência também refletem na redução dos riscos de mortes materno-infantil.
