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Plano Diretor vai prever investimentos para água, esgoto e resíduos de saneamento para as cidades onde, hoje, vive 1,5 milhão de pessoas
“Este plano diretor é resultado de uma grande parceria entre a Sanepar e as prefeituras da região e reforça o trabalho que fazemos, buscando o planejamento de longo prazo para que possamos manter o atendimento à população atual e futura. Esta é uma região que apresenta bom desenvolvimento, próspera e com perspectivas de mais crescimento. O plano diretor está sendo feito pensando no futuro da Região Norte do Paraná”, afirma o diretor de Investimentos, João Martinho. Ele destaca ainda a preocupação do setor de saneamento neste momento, devido à crise enfrentada por diversos estados brasileiros.
Os estudos contratados e coordenados pela Sanepar começaram em abril de 2014 e têm previsão de término em três anos. O trabalho abrange municípios localizados no chamado Eixo Norte, com um estudo completo de 18 sistemas de esgotamento sanitário, dentre eles Londrina, Maringá, Apucarana, Arapongas, Cambé, Rolândia, Jacarezinho e Wenceslau Braz, e 13 sistemas de abastecimento de água, contemplando uma população, hoje, de 1,5 milhão de habitantes.
Além disso, serão apresentados balanços hídricos de outros 245 sistemas de água e de esgoto localizados em 12 bacias hidrográficas – Itararé, Cinzas, Paranapanema 1, 2 e 3, Paraná 1 e 2, Tibagi, Pirapó, Piquiri e Ivaí.
SISTEMAS INTEGRADOS – “O objetivo é definir os futuros mananciais para os sistemas de abastecimento de água e os corpos receptores dos efluentes do esgoto de uma forma combinada, analisando a possibilidade de integração dos sistemas, tornando-os cada vez mais viáveis, flexíveis e com maior segurança operacional”, diz Marisa Scussiato Capriglioni, gerente de Projetos Especiais da Sanepar.
Para fazer todo o levantamento, uma equipe multidisciplinar formada por biólogos, engenheiros de diversas áreas, hidrólogos, demógrafos e outros profissionais vai a campo para analisar com profundidade o funcionamento de cada um dos sistemas.
De acordo com Marisa, o estudo de cenários é fundamental para a Sanepar planejar adequadamente e em tempo hábil a expansão dos sistemas de forma a garantir o abastecimento com regularidade e qualidade. Para isso, serão analisados investimentos dentro de cenários mais favoráveis até cenários mais catastróficos, como numa situação de estiagem extrema. “O planejamento faz parte do trabalho da Sanepar ao longo de sua história. Não podemos correr o risco de sermos pegos desprevenidos pelas condições climáticas. Estamos fazendo a nossa parte”, diz Marisa.
Com relação ao esgotamento sanitário, para atender plenamente a legislação ambiental, cada vez mais restritiva, a Sanepar vai contar com novas tecnologias que assegurem maior eficiência nos sistemas de tratamento de esgoto.
Outro ponto importante é o estudo da destinação adequada dos resíduos de saneamento, aqueles decorrentes dos processos de tratamento de água e do de esgoto, que também será analisado de forma integrada com vistas ao atendimento à legislação ambiental e de forma sustentável.
DESAFIOS – Um dos desafios que o Plano Diretor deve apontar é com relação ao lançamento dos efluentes de esgoto em corpos hídricos. Hoje, a Sanepar atende 65% da população do Paraná com coleta e tratamento de esgoto e tem metas de universalização do serviço. “Com o aumento da população e a consequente expansão dos sistemas, haverá um aumento significativo dos efluentes tratados que deverão ser absorvidos pelos corpos hídricos, o que irá requerer maior capacidade de diluição deste material”, afirma o engenheiro Marcos César da Silva, coordenador de Projetos Especiais da Sanepar para as Regiões Norte e Nordeste.
Na avaliação dos técnicos da Sanepar, para que o planejamento tenha eficácia, será preciso o comprometimento de toda a sociedade. “É um Plano Diretor para o saneamento que precisa ser levado em conta nas revisões dos planos municipais de urbanismo, considerando as áreas de preservação destinadas a futuros mananciais. Vai ser preciso equacionar os interesses de crescimento econômico com os da necessidade de abastecimento público e garantia da qualidade dos rios”, avalia Marisa.