Safra de verão pode chegar a 22 milhões de toneladas de grãos

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A produção de grãos de verão 2011/12 poderá atingir um volume de 22,21 milhões de toneladas no Paraná, mantendo a estabilidade em relação à safra passada do mesmo período (2010/11). A maior parte da produção será de soja e milho, culturas que também ocupam quase a totalidade da área plantada, que atingiu 5,63 milhões de hectares na safra de verão, também repetindo a área plantada em igual período do ano passado.

Os dados são da pesquisa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento divulgada nesta quinta-feira (24). Conforme levantamento feito no campo, a maior parte das lavouras está plantada e o desempenho está bom. Mas a pesquisa sinaliza que a produtividade da soja e do feijão pode ser afetada pelas baixas temperaturas de outubro e novembro, consideradas as menores dos últimos 10 anos para o período.

De acordo com a pesquisa, a soja ocupa a maior área plantada, com 4,4 milhões de hectares de lavouras distribuídas em todo o Estado. Apesar de expressiva, a área é ligeiramente menor (2%) que a da safra anterior, quando a soja ocupou 4,48 milhões de hectares.

O milho da primeira safra aumentou a área ocupada em 21% este ano, passando de 776.684 hectares plantados com o grão na safra 2010/11 para 936.250 hectares plantados na atual safra 2011/12.

O feijão da primeira safra, o terceiro grão mais plantado no Paraná neste período do ano, ocupa área de 255.787 hectares, o que representa redução de 26% em relação à área ocupada no mesmo período do ano passado. As lavouras de feijão e de soja perderam espaço para o milho, cujo preço está mais compensador este ano para os produtores.

PRODUÇÃO – Mesmo com ligeira redução de área, a produção de soja pode atingir 14,16 milhões de toneladas – queda de 7% em relação ao resultado recorde da safra passada, de 15,31 milhões de toneladas. “A redução é prevista em função da área plantada um pouco menor e da produtividade, quepode ser afetada pelo clima”, informou o diretor do Deral, Otmar Hubner.

Em compensação, o milho pode ter volume de produção 22% maior em relação ao ano passado. A projeção aponta para produção de 7,42 milhões de toneladas, 1,31 milhão de toneladas a mais do que no mesmo período da safra anterior. A estimativa para o feijão da primeira safra, cuja colheita já iniciou no Paraná, aponta para redução de 19% na produção. O volume de 533.603 toneladas colhidos na safra passada pode cair para 430.063 toneladas.

A equipe de campo do Deral já fez uma primeira sondagem sobre o comportamento do produtor para a segunda safra de grãos no Estado, onde se planta principalmente o milho safrinha e a segunda safra de feijão, a partir de janeiro de 2012. A avaliação, ainda preliminar, é que haverá aumento na área plantada com o milho safrinha em consequência do preço mais atraente e a comercialização com mais liquidez em relação ao grão concorrente, que é o trigo. “Nas atuais condições, os produtores estão preferindo plantar o milho safrinha e não o trigo”, disse Hubner, atribuindo essa decisão dos produtores ao mercado mais favorável ao milho.

COLHEITA – A colheita da safra 2010/11 está chegando ao fim e o resultado aponta para volume total de grãos colhidos no Paraná de 31,77 milhões de toneladas, apenas 3% de redução em relação à safra anterior (2009/10) que apresentou safra recorde de 32,92 milhões de toneladas, quase 33 milhões de toneladas entre cereais de verão e de inverno, incluindo a segunda safra de milho e feijão.

“Esperava-se uma queda maior no resultado da safra 10/11 em consequência de fatores climáticos adversos, principalmente as geadas ocorridas em meados deste ano. Mas o andamento da colheita revelou que os estragos foram minimizados com a recuperação das lavouras”, avaliou Hubner.

O produto mais prejudicado foi o trigo, que registrou quebra de 30% na produção. A produção de 3,46 milhões de toneladas registrada no ano passado, caiu para 2,42 milhões de toneladas este ano. “Além desse prejuízo, os produtores convivem com baixa liquidez do grão na hora da comercialização, situação que está fazendo muitos produtores reverem a estratégia de plantar trigo no próximo ano”, explicou Hubner.

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