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O Porto de Paranaguá, no Paraná, recebeu nesta segunda-feira (22) o maior navio porta-contêineres que já atracou na América do Sul. A embarcação Santa Clara tem 299 metros de comprimento, 43 metros de largura e pode transportar até 7.154 TEU’s (unidade de contêiner de 20 pés). Para se ter idéia do que isso significa, a maioria dos navios de contêineres que operam na costa brasileira tem capacidade média de 3,5 mil TEU’s e o maior navio que já havia atracado no terminal paranaense tinha 295 metros de comprimento e capacidade para 5.597 contêineres.
Com linha fixa entre a Ásia e a costa leste da América do Sul, o Santa Clara passa a atender, também, aos Portos de Itaguaí (RJ), Santos (SP), Rio Grande (RS) e Buenos Aires (Argentina). Para o superintendente dos Portos do Paraná, Mario Lobo Filho, a rota marca a entrada definitiva de navios de grande porte no setor portuário nacional. “É preciso acompanhar o ritmo do mercado marítimo mundial e acredito que atrair um navio deste tipo é prova de que Paranaguá é bem avaliado no cenário internacional”, disse.
Este é o terceiro navio de grande porte que atraca no Paraná desde julho, quando a Capitania dos Portos do Paraná deu autorização para que o terminal portuário receba embarcações Pós-Panamax (com tamanho superior ao limite das comportas do Canal do Panamá). Até então, a norma de navegação vigente só permitia a entrada de navios com no máximo 285 metros de comprimento.
Segundo o diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, a capacidade de operar embarcações de grande porte garante que o porto paranaense se consolide como estratégico para a América Latina. “Os gastos logísticos diminuem como um todo; as movimentações se modernizam e passamos a oferecer uma vantagem competitiva de preço e logística”, explica. “O aumento na quantidade de carga transportada reduz os custos de frete para os usuários”, completou.
Seguindo uma tendência do mercado mundial, a classe de navios Santa, do qual o Santa Clara faz parte, oferecem a maior capacidade para transportar carga refrigerada, com 1,6 mil tomadas para contêineres do tipo reefer. Eles produzem sua própria energia, gerando até 6 mil watts por dia para manter frutas e carnes congeladas.
Além disso, a linha de porta-contêineres, que é produzida na Coréia, é composta por navios de calado relativamente baixo, com até 13,5 metros, desenhados especialmente para operar em portos com limitações como os da costa brasileira.
“Estes navios oferecem uma excelente vantagem na relação custo x beneficio e são próprios para a navegação na América do Sul. Acredito que estes sejam o futuro do transporte marítimo e estamos bastante otimistas”, conta Jorge Magalhães, gerente da empresa operadora Rocha Mar, que atende o navio.
O Santa Clara fica em Paranaguá até terça-feira (23), quando segue viagem tendo a China como destino final