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A suspeita é que esta organização criminosa tenha furtado nada menos que R$ 13 milhões em joias. O último furto aconteceu no dia 5 deste mês em Itumbiara, Goiás, quando foram levadas joias avaliadas em R$ 1 milhão.
A suspeita tinha sempre o mesmo modus operandi, e acompanhada de uma outra mulher, de 42 anos. As duas invadiam prédios de luxo para furtar as peças. O foco são sempre as joias. Elas passavam desapercebidas pela portaria e, de forma aleatória, escolhiam os apartamentos que iriam fazer o furto – sempre quando os moradores não estavam em casa. Para isso, usavam uma chave micha e ingressavam no imóvel. Depois, saiam tranquilamente dos edifícios com as joias na bolsa.
INVESTIGAÇÃO – Na casa da suspeita, os policiais encontraram relógios e algumas joias. As peças mais valiosas, no entanto, já não estavam lá. “A partir da investigação identificamos o endereço dos membros desta quadrilha. Mandamos equipes para São Paulo que confirmaram a residência deles. Quando a mulher chegou com familiares foi abordada e disse que já imaginava porque estava sendo presa”, explicou o delegado operacional da DFR, André Feltes. “Ela afirmou aos policiais, no momento da prisão, que após os furtos as joias eram entregues imediatamente para uma terceira pessoa, que não nominou, e que vendia e se desfazia rapidamente dos objetos furtados”, completou. A Polícia Civil do Paraná agora foca a investigação para identificar este receptador.
A companheira de furto e o ex-marido da mulher presa estão foragidos. O trio tem uma vasta ficha criminal, já foram presos e condenados pela Justiça de Santa Catarina. Eles possuem passagens pela polícia por furto qualificado, estelionato, falsificação de documento público, associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo.
Eles deixaram o sistema penal e retornaram às ruas para continuar cometendo os mesmos crimes: furtos em apartamentos de luxo. A Polícia Civil do Paraná relacionou pelo menos 12 casos envolvendo esta quadrilha. Eles atuavam desde 2009 e de lá para cá furtaram lojas em apartamentos de São Paulo, Pernambuco, Alagoas, Goiás e Paraná.
DETALHES – O delegado Matheus Laiola, titular da Furtos e Roubos de Curitiba, detalha como a quadrilha agia. “As duas entravam no prédio, uma ficava no andar verificando o elevador e outra entrava no imóvel. Elas têm uma habilidade incrível para abrir fechaduras”, explicou o delegado. Outra pessoa ficava fora do prédio, num carro, observando as janelas abertas e orientando as mulheres. Era ele quem dava fuga para a quadrilha”.
No Paraná, as mulheres agiram em Curitiba, nos bairros Água Verde, Cabral e Cristo Rei, e nas cidades de Cambé e Londrina. No dia 30 de julho deste ano, as duas mulheres entraram num edifício no bairro Cristo Rei. A vítima, que não estava em casa, só deu falta das joias dois dias depois. Ela procurou a Delegacia de Furtos e Roubos e notificou o crime. As equipes da DFR iniciaram a investigação e, com as imagens das câmeras de segurança do prédio, conseguiram identificar as duas mulheres. A mesma dupla foi flagrada pelas câmeras de outros edifícios, no Cabral e no Água Verde.
“Verificamos que elas vinham agindo em ações sucessivas. Durante a investigação, identificamos o veículo que dava suporte a quadrilha e verificou-se que era um carro com placa clonada. A partir daí a Polícia Civil do Paraná começou a desvendar o crime e identificar a quadrilha”, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita. A suspeita será transferida nos próximos dias para São Paulo, onde ficará presa e responderá pelos crimes de associação criminosa e furto qualificado.