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“Eu vi na nossa esquerda um clarão e sabia que ali estava pegando fogo. Tudo o que eu pensava era: Esse avião vai explodir e nós estamos dentro dele”, afirmou Almeida, por telefone, à BBC Brasil.
Almeida relata que, apesar do mau tempo, o comandante da aeronave anunciou o pouso com tranquilidade. Em seguida, no entanto, o avião começou a descer em alta velocidade e ele pensou que a aeronave cairia no mar.
“O avião estava descendo muito rápido e eu comecei a ficar com medo, estava muito rápido, não era normal aquilo, então pensei: não acredito que vou morrer aqui”, relata Almeida, que viajava acompanhado de outros três brasileiros – a mulher dele, Catherine Lobo, e um casal de amigos, Tiago Cavalcanti e Caroline Gonçalves. Todos sobreviveram.
“O avião pousou com muita força, foi cena de filme mesmo e caímos na ponta da pista (…) por pouco não caímos no mar”, afirmou.
Raio
O Boeing 737 da companhia aérea Aires havia partido de Bogotá e levava 131 passageiros a bordo e se partiu em três partes no momento do pouso. Suspeita-se que o acidente tenha sido causado por um raio que atingiu a aeronave no ar.
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Almeida conta ter visto muitas pessoas desacordadas depois do impacto. Antes de descer do avião ele diz ter soltado o cinto de segurança de uma mulher que estava sentada ao lado, em estado de choque, e em seguida saiu correndo por uma das asas do avião até alcançar a pista.
“Quando vi que estávamos vivos, a única coisa que poderíamos fazer era correr, foi instinto de sobrevivência”, disse.
Almeida disse que ele e outros sobreviventes pularam um dos muros de contenção da pista com ajuda de moradores da região e em seguida foram levados ao hospital.
Risco para o bebê
Almeida, Catherine Lobo e Tiago Cavalcanti sofreram ferimentos leves e já receberam alta. A situação de Caroline, grávida de cinco meses, é estável, porém a criança ainda está sob observação.
“Ainda há riscos com o bebê” relatou à BBC Brasil Tiago Cavalcanti, que acompanha a esposa na clínica Villareal.
Almeida e Cavalcanti são oficiais do Exército brasileiro e prestam serviço no 8º Batalhão de Infantaria de Selva, na região de Tabatinga (AM), na fronteira colombiana. Os dois casais planejavam permanecer seis dias na ilha de San Andrés, popular destino turístico no Mar do Caribe.
“Agora minha esposa está muito abalada e estamos querendo regressar ao Brasil o quanto antes”, afirmou Almeida