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“Temos tratado a questão ambiental com muita atenção, inclusive com a criação de uma câmara temática específica, já que a Copa de 2014 tem como lema: Copa Verde. A proposta é fazer com que todas as estruturas criadas estejam sintonizadas com as novas demandas ambientais”, declarou o assessor do Ministério dos Esportes, Joel Benin. Ele veio a Curitiba para mostrar o andamento das ações federais nas 12 sedes dos jogos do Mundial e seus benefícios econômicos.
São nove câmaras temáticas voltadas à infraestrutura, estádios, segurança, saúde, meio ambiente e sustentabilidade, desenvolvimento turístico, promoção e tecnologia, cultura e educação e transparência. “Serão R$ 47 bilhões de impacto direto na economia”, menciona Benin. O balanço inclui os R$ 23 bilhões de investimentos em infraestrutura, R$5,5 bilhões no turismo (espera-se 600 mil turistas estrangeiros e 3 milhões de brasileiros viajando para os jogos), geração de 700 mil empregos, incremento no consumo de R$ 5 bilhões e R$ 16,8 bilhões em tributos.
SUSTENTÁVEIS – Foram apresentadas iniciativas para a redução da emissão de gás carbônico, certificação ambiental de estabelecimentos comerciais sustentáveis, como por exemplo, hotéis, estádios, supermercados, shoppings, reciclagem e o reaproveitamento de resíduos e a compensação e neutralização do carbono com o plantio de espécies nativas.
Callado Afonso explica que a câmara técnica de meio ambiente reúne profissionais experientes para discutir e propor projetos que serão apresentados a Comissão Nacional da Copa. “Queremos ações transversais, culturalmente dinâmicas e participativas, cumprindo as orientações da Fifa”, destaca o secretário.
Para Algaci Túlio, projetos e propostas sustentáveis são primordiais para o Paraná e para o Brasil. “Estamos caminhando para que Curitiba e o Paraná mostrem a sua preocupação como meio ambiente e a qualidade de vida da população”, ressaltou.
A ideia de compensação e neutralização o carbono emitido durante os jogos da Copa em Curitiba tem como ponto de partida o projeto “Estradas com Araucária” – apresentado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) – e que prevê uma parceria com a Embrapa e universidades públicas, incentivando a cadeia produtiva do pinhão, a conservação e restauração de áreas naturais.
O objetivo inicial da ação é reflorestar com mudas de araucária (araucaria angustifolia) áreas onde há incidência do bioma e que, em muitas regiões, caminha para extinção. Foram selecionadas unidades de conservação (Ucs) com potencial para o plantio de araucária como o Parque de Vila Velha, Parque do Monge, Parque de Campinhos, Ilha do Mel, Marumbi e Estrada da Graciosa. Além disso, propriedades rurais também poderão fazer parte do projeto.
“Entre os benefícios esperados estão a criação de bancos de material genético de vegetais (germoplasma), educação ambiental, a produção do pinhão, restauração da paisagem e a fixação de carbono”, enumera a coordenadora do Projeto no IAP, Mariese Muchailhe.
O grupo de trabalho de Meio Ambiente é formado por representantes dos órgãos, entidades e empresas sob a coordenação da Secretaria estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. O coordenador da câmara técnica, José Luís Scroccaro, contou que esta é a terceira reunião da câmara, mas a primeira realizada com representantes do Ministério do Meio Ambiente.
“Trouxemos algumas ideias sobre energias alternativas, resíduos, resgate de carbono, entre outras áreas, e que serão levadas â câmara técnica nacional com a preocupação da continuidade após a Copa. São práticas que mostrarão a preocupação do Paraná como meio ambiente e com a qualidade de vida dos turistas e moradores”, explicou Scrocaro