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Evento que evidencia a tradição alemã no norte do Paraná está na 24ª edição e acontece de 7 e 16 de outubro, no Centro Esportivo Emilio Gomes da Vila Germânica
Música típica, culinária alemã e a apresentação de grupos folclóricos com danças e coreografias que contam a história do povo germânico são os pontos altos da 24ª Oktoberfest de Rolândia, cidade no norte do Paraná que tem em suas raízes forte presença da imigração alemã. Aliada à distribuição de muito chopp, a festa representa o resgate da tradição do povo alemão. A alegria contagiante expressada pela dança e pela música traz uma característica única para a festa capaz de empolgar a todas as etnias.
Para a edição deste ano, a Associação Comunitária Oktoberfest de Rolândia, organizadora do evento, tem o desafio de dobrar o número de visitantes em relação ao ano passado que contou com a presença de 42 mil pessoas, consumo de 30 mil litros de chopp e 10 mil pratos da cozinha típica alemã. Os concursos culturais de chopp e guaraná em metro, e lenhador, devem movimentar o público em desafios diários que envolvem forte torcidas. Grupos folclóricos vão se revezar em apresentações nos vários palcos do evento, contagiando os visitantes com o clima da tradição alemã.
Para Antenor Carlos Soares Bem, presidente da Associação Comunitária Oktoberfest desde março de 2011, a festa vai além do resgate à tradição e valorização da cultura alemã. “Queremos envolver todos os cidadãos com o objetivo de transformar a cidade em uma referência turística. A festa é uma oportunidade para mostrarmos aos visitantes os pontos turísticos de Rolândia aliados à colonização alemã. Vamos valorizar nossas raízes e fortalecer este grande laço de amizade entre as pessoas, vindas dos vários municípios do norte do Paraná e sul de São Paulo”, afirma.
Uma das iniciativas que já recebeu o total apoio da Associação Comercial e Industrial de Rolândia (Acir) é ‘vestir’ a cidade com a tradição alemã exposta em vitrines comerciais e nos trajes dos funcionários do comércio local. “O objetivo é, desde já, trazer o clima da Oktoberfest para a cidade, envolvendo a todos na divulgação e promoção da festa e motivando o comércio local”, aponta João Roberto Mungo, presidente da Acir.
O concurso da Rainha da Oktoberfest está marcado para o dia 17 de setembro, às 20 horas, no Centro Cultural Nanuk. O evento será ambientado na cultura alemã com desfiles de bandeiras e danças típicas. A escolha da Rainha e princesas será feita por um júri selecionado. A vencedora vai representar a cidade durante a 24ª Oktobertfest e em eventos referenciais durante o período de um ano.
SOBRE A IMIGRAÇÃO ALEMÃ PARA ROLANDIA/PR
O nome de Rolândia é de origem germânica, em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de seu tio,Carlos Magno, e seu lema era lutar pela “Liberdade e Justiça”. Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por uma grande crise econômica. Alguns políticos alemães, interessados em solucionar os problemas, principalmente dos filhos dos pequenos lavradores, criaram Companhias com objetivo de incentivar a imigração. Neste período muitas Companhias Colonizadoras Inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a “Paraná Plantation Ltda.” que possuía duas filiais no Brasil, A “Companhia de Terras Norte do Paraná” e a “Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná”.
Em 1932, Oswald Nixdorf é contratado pela Companhia Alemã, com a finalidade de seguir para o Brasil e aqui orientar os imigrantes alemães. No início, os imigrantes que se dirigiram ao Brasil eram basicamente constituídos de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país. Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo Nazismo, o tipo de imigrante mudou. Todo aquele que, de uma maneira ou de outra, temia a política repressiva do Nazismo procurou sair da Alemanha. Políticos, religiosos e alemães-judeus (estes quase todos com cursos universitários) vão engrossar o número daqueles que procuraram vir para Rolândia.
Em 1934, inicia-se na Alemanha uma restrição à imigração. Até então, o valor que cada imigrante poderia levar consigo era de dez mil marcos. Com a restrição, este valor caiu para dez marcos. A Companhia de Terras logo encontrou a solução, a da permuta. Como a Companhia de Terras precisava de material para levar a Estrada de Ferro até Rolândia e a Alemanha possuía este material (trilhos etc), ficou combinado que o dinheiro do imigrante ficaria na própria Alemanha. O imigrante compraria o material ferroviário que a Companhia de Terras precisava e em troca recebia títulos que equivaliam a terras em Rolândia. Graças a esta forma de permuta, a Companhia de Terras conseguiu o prolongamento da Estrada de Ferro até Rolândia. Em janeiro de 1935 chegava em Rolândia a famosa Maria Fumaça.
SERVIÇO
24ª Oktoberfest de Rolândia
De 7 a 16 de outubro de 2011-09-09
Centro Esportivo Emilio Gomes da Vila Germânica